sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Protagonismo e cura na terapia floral

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Quando se aborda o tema “terapia”, logo vem à mente uma interação onde terapeuta e indivíduo estabelecem um diálogo buscando a delimitação dos sintomas de desconforto anímico sentido pela pessoa. 

Um conhecimento firmado, sobretudo, na alteridade e confiança, onde a compreensão necessária à diagnose pode, contudo, alojar o terapeuta à ortodoxa e ilusória posição de monopolizar o processo, ao deslocar para si a responsabilidade pela descoberta do desconforto experimentado pelo outro. 

Como resultado, cria-se uma relação equivocada de temerária dependência em detrimento do protagonismo individual que deve nos encaminhar para a senda do autoconhecimento e da cura. 

Diante disso, todo e qualquer percurso terapêutico que realoje o protagonismo do conhecimento para a própria pessoa constitui um legítimo modo de aprimorar a consciência e, nesse contexto, a terapia com Florais de Bach constitui bom exemplo, a começar da célebre frase de Edward Bach - “Cura-te a ti mesmo”. 

Por intermédio da reflexão conjugada em torno da sensibilidade e intuição, terapeuta e indivíduo compartilham um momento ímpar de desvendamento dos processos internos e aparentemente inacessíveis, que vêm à tona quando a anamnese é realizada. 

Seja pela prospecção nas respostas dadas às perguntas sobre o estado de alma em que a pessoa se encontra, ou, ainda, por outros mecanismos de revelação de estados de desequilíbrio, terapeuta e indivíduo, em conjunto, elaboram uma atmosfera propícia a estimular o Eu Superior a vibrar em consonância com padrões energéticos positivos. 

Cada pergunta na anamnese encaminha o indivíduo a parar, respirar, olhar bem fundo no espelho de sua alma e se descobrir, já que é estimulado a refletir sobre suas dores, seus desalentos, bem como sobre o que mais lhe aflige seu estado anímico. 

Assim, diante de uma resposta afirmativa ao se indagar de uma pessoa, por exemplo, se tem “sentido impaciência ultimamente”, logo vem à tona a virtude de impatiens em restabelecer o equilíbrio necessário para o cultivo da paciência. 

Ou, ainda, no caso da revelação de um medo relacionado a alguma situação específica, o que faz despontar o potencial de mimulus para diluir essa sensação desconfortável. Tais perguntas somam-se a outras que, na anamnese, compõem uma sólida tessitura de informações relevantes para que o terapeuta floral possa articular as essências específicas para as necessidades do individuo. 

Um bom trabalho de terapia floral não converte o outro a um estado de dependência do terapeuta, mas, antes, finca raízes na ideia de estimular a pessoa a se equilibrar a partir da compreensão do seu próprio estado. Sem mestres, guias, salvadores. Apenas facilitadores para um estado maior de contemplação e realização. 

Simples assim...



terça-feira, 20 de outubro de 2015

O que ler, o que ver, o que sentir: a escolha da felicidade

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O início do dia sempre é um momento ímpar: café quentinho no bule, pãozinho com a manteiga derretendo, frutas, delícias e aromas. Também é o momento em que usualmente as assoberbadas pessoas ocupadas durante o restante do dia destinam alguns minutos à leitura do jornal, quer seja virtual, ou físico.

Hoje experimentei essa sensação, passando meu café e arrumando a mesa na varanda de casa, local aprazível de onde fico a observar o nascer do sol, ao mesmo tempo em que desfruto da companhia agradável dos seres que me dão a honra de compartilhar sua presença.

Ao acessar o site de um jornal local, deparei-me com as manchetes marcantes do dia: todas, sem exceção, trazendo os acontecimentos do que se chama de "vida real", assaltos, prisões, homicídios. 

Não me lembro de ter lido uma só notícia trágica, pensando se, realmente, a tal "vida real" é uma tragédia em seus contornos, ou, ainda, se se trata de uma providencial escolha midiática de reportagens para que o jornal em questão obtenha vendagem, patrocínio e lucro.

Querem saber? 

Não me importa! 

Sim, não importa a motivação dos jornais e noticiários (afinal, são livres para veicularem o que desejam), mas, antes, a MINHA opção em não desejar agregar a egrégora de tragédias. 

Cada vez que opto por acessar uma página dessas, ou, ainda, compro um jornal, acredito contribuir para a perpetuação de uma manta energética e comunicacional que, longe de ser democrática (como muito se fala da tal imprensa livre), no caso do Brasil, encobre interesses altamente comprometidos com a elite (quer seja de direta, esquerda, centro, cima, baixo, sei lá). 

Fonte da imagem:http://cdn.atl.clicrbs.com.br

Nossa, seria tão bom encontrar uma notícia lúdica e feliz, não é mesmo? 

Mas enquanto isso não ocorre, ao menos me preservo de alimentar minha alma com enredos catastróficos, que transformam a vida em um abismo de energia densa. 

Não me arrependi, ao menos até hoje, de boicotar os canais da nominada "TV aberta", como também as "caras" e bocas de algumas revistas não seduzem meu paladar. Como resultado direto: paz de espírito e foco em assuntos relevantes.

Alienação? 

Nem um pouco. 

Afinal, não deixo de saber do que está ocorrendo. Apenas opto por não dar vazão ao enfoque energético que se acopla à notícia, sobretudo em face do sensacionalismo. 

Bem por aí...

domingo, 18 de outubro de 2015

Horário de verão: as (dis)sintonias e desmandos no ritmo da Natureza Sagrada e suas relações com a prática da antiga arte

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Ontem estava na feirinha - ritual de final de semana - quando recebi a notícia sobre o horário de verão, tão desconectada que estou dessas decisões políticas e burocráticas. Não se trata de alienação política, mas, antes, compreensão de existência de uma dinâmica maior do que minhas perspectivas de mudanças em larga escala. 

Afinal, não vejo sentido em achar que se muda estruturalmente um sistema ou sociedade inteira (ainda mais planetária) sem que a dinâmica passe pela conscientização individual e interna. Foi exatamente nesse ponto que abandonei a ideia de abraçar cegamente projetos coletivizados que se baseiam em uma negação da potencialidade individual, a famosa social democracia brasileira...

Pois bem. 

Que notícia! 

Opiniões divergem sobre o impacto na economia: 1, 3,5 ou 5%, trazendo a sensação de sustentabilidade e conexão com a Natureza, não é mesmo? O Brasil economizará milhões de reais em luz. Viva!

Enfim, para quem deseja acreditar nisso, troféu joinha joinha, mas, daqui do meu ostracismo crítico, não tenho como não fazer algumas observações sobre o horário de verão e sua (des)conexão com as questões de celebração do sagrado.

Primeira delas: com todo o respeito à medida, feita de boa-fé até (nem posso pretender duvidar, mesmo que seja taxada de ingênua por quem sempre está desejando culpar o bode estatal pelas mazelas dos carmas coletivos milenares), o horário de verão é mais uma demonstração antropocêntrica de dominação dos ritmos da Natureza, perpetrado em face da mais completa incompetência humana em gerir sua vida em simbiose com o holos.

Num pirlimpimpim de fechada de olhos à meia-noite, tudo se torna "uma hora a menos": nossos relógios de celulares e computadores automaticamente se atualizam em uma "nova ordem", deixando para trás o fluxo contínuo da Natureza, que se encontra, por agora, em plena primavera, preparando a vinda da incidência de raios solares em um veraneio que trás luminosidade.

Fonte da imagem: http://4.bp.blogspot.com

Com isso, vamos nos alienando, pouco a pouco, tal qual nos distanciamos, por exemplo, do calendário lunar com 13 meses de 28 dias, tradição, por excelência, de culto ao feminino e sagrado, substituído pela artificialidade do paradigma gregoriano, que nos afasta da vivência natural de nossos fluxos. 

Aqui no Cerradão do Planalto Central, por exemplo, o dia estava naturalmente clareando por volta de 05h30. Estava acostumada a acordar com o nascer do sol, alimentar a galera e preparar os labs para o passeio diário. Tudo isso tomando café na varanda da frente da minha casa.

Meu dia rendia mais, independentemente de um relógio, utensílio que sequer ostento em meu pulso, pois sempre funcionei bem olhando o Sol e o céu. Agora, enfim, acordarei com a sensação artificial de escuridão, não mais observando da janela da minha cozinha o espetáculo do raiar do dia.

Tudo bem que a medida reverte para o bem da coletividade e não estou levantando uma bandeira aqui contra o horário de verão, mas creio serem importantes alguns esclarecimentos. 

Para o restante do Universo, além do paradigma de tempo linear não fazer a menor diferença, sua cronometragem não segue, para fins astronômicos e, claro, astrológicos, o horário de verão.

Dito de outra maneira: os calendários lunares seguem seu fluxo. Por exemplo: hoje, dia 18 de outubro, a Lua Nova entrou em Capricórnio às 15h53. Como estamos no horário de verão, temos que ajustar o relógio para saber que "a lua não espera o horário de verão" (copiei o Gabriel). 

Ou seja, se quisermos fazer algum trabalho mágico aproveitando a energia da lua em Capricórnio, teríamos que fazê-lo às 16h53min. Para o cálculo do mapa astral, existem programas que já trabalham com o horário de verão no algoritmo. Mas, para quem não tem acesso a sites assim, basta adiantar uma hora para fazer o cálculo.

No dia 27 de outubro termos uma Lua Rosa que entrará às 09h06 no horário usual, 10h06 no horário de verão. Importante saber o horário de ingresso na energia da lua específica, pois as primeiras horas de lunação agregam mais força no potencial de trabalho.

Difícil? Nem tanto. 

Acredito que esse seja o ajuste necessário para o bom fluxo dos trabalhos, pois, afinal, nada sobresta o curso da Natureza, nem o ser humano, desejando compor em cifras o descaso de séculos para com a preservação dos recursos naturais. 

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Entre sedas, flocos e algodões: o eterno retorno ao sentido

Fonte da imagem: https://sementeperegrina.files.wordpress.com/2008/06/femeassaggradas.jpg
Sabe aqueles dias em que olhamos à nossa volta e percebemos ser necessário retomar antigos caminhos que remontam à felicidade de outrora, aquela que findamos por afastar? 

Simplificando essa pergunta extremamente "filosófica" para alguns e a contextualizando mais abertamente: quando olhamos no espelho e observamos ser necessário recompor a alma? 

Escrevendo o "O" com um copo para clarificar ainda mais: sabe quando olhamos o guarda-roupas (no caso, a arara de roupas) e percebemos uma tonelada de roupas que são lindas, pinturas de Monet, mas A-B-S-O-L-U-T-A-M-E-N-T-E nada a ver com nossa autoimagem?

E, pior, olhamos para a outra arara (contendo as roupas vistas pelas pessoas como demasiadamente simples, hippies, desleixadas e outros adjetivos) e vemos ali uma verdadeira era da inocência, momento de contínua felicidade lúdica? 

E quando, depois dessa síncope, olhamos ambas araras ao mesmo tempo e temos a leve sensação de marejamento dos olhos e aperto (ainda que leve, por mero orgulho) no coração?

Pois bem...

Acredito piamente que, nessas epifanias, acabamos por descobrir, talvez, que nossa alma sai de férias e, no lugar dela, entra alguma entidade fashion week, ávida por se apropriar de um corpo e se deleitar às custas de nosso esboço de aceitação social e satisfação da alteridade.

Quando isso acontece, perdemo-nos em meio a justificativas do injustificável, repetindo para nós mesmas, bem para os outros, que se trata de um "novo eu", ou, numa pegada antropológica, de uma imersão no horizonte nativo a desencadear ricas experiências de vida.

Até escrevemos postagens a respeito!!! [ainda bem que o post em questão, chamado Entre algodões, sedas e brilhos: O Sagrado e o Feminino na flutuação etérea de nossas vestes, sintetiza uma perspectiva que não está necessariamente atrelada a UM estereótipo de indumentária, ainda que a motivação, à época, tenha sido alimentada por isso].

Sem olvidar disso - pois as experiências são realmente ricas - fugir rapidamente do prumo da alma tem sempre o condão de reafirmar alguns valores e paradigmas, bem como, claro, modificar sempre algo dentro de nós. Isso é inquestionável. Mas, o que me pergunto aqui é: até que ponto as extreme makeover soluções incorporam estados legítimos de honestas transformações de alma?

A resposta sempre é difícil a priori e, não-raro, apenas chegamos a alguma conclusão DEPOIS do processo ter desencadeado alguma perda que, mais adiante, finda por arranhar a alma. Sem problemas, pois, afinal, nunca descobrir e viver o autoengano é bem pior do que chegar à conscientização em alguma parte da trajetória. 

Mas, voltando ao ponto: como saber? 

Simplificando bastante a problemática, não é difícil perceber pequenos sinais que se avolumam e, posteriormente, transformam-se em bombas-relógio cuja implosão se condiciona à agressão contínua e recorrente à alma.

Tentando ser pragmática, alguns sinais simples...

Quando o mundo inteiro - I mean, the whole f...g world - de pessoas fora do seu convívio íntimo, viram para você e dizem que agora, somente agora, ao colocar uma roupa mais cara e decotada, você está linda, desconfie. Desconfie e desconfie mesmo, pois, ali, sua alma está se preparando para zarpar e dar lugar à entidade fashion week mencionada.

Isso porque, quem o/a conhece em seus valores de vida, bem como em termos de paradigmas, sabe que, ao final, você está bem ao incorporar, em sua rotina cotidiana, a forma de pensar e viver a vida. 

Roupas, acessórios, caras, bocas e cabelos são a resultante plasmada no mundo físico de ideologias que trazemos em nosso imaginário simbólico, linguístico e hermenêutico. Aqui vale a boa máxima de Hermes, adaptada para "o que está dentro está fora". E não o contrário. Não é a roupa que - de fora para dentro - determina quem somos. Nós é que a definimos de acordo com o que sibila dentro de nossa alma. 

Como resultado, outro alerta: quando a forma de vestir publicamente destoa da maneira com a qual, em seu cotidiano, você se arruma, sinal de polaridade e dissitonia por aí. Eu não vou falar bipolaridade (desisti de estereotipar) porque decidi não patologizar esse estado, mas creio que seja algo bem por aí.

Vestir-se é se expressar identitariamente... 

Com isso, destoar em termos de usufruir de um Versace num pólo, para pular, noutro ponto, para a sandalita da Feira da Torre de TV, sustentando ambos em um sincretismo alla brasileira (aqui tudo é eclético, misto e relativo, numa forma de não se ter posição ou opinião definida por pressuposto ético, é a constante cívica) é outro forte sinal de fim dos tempos. Pegue o banquinho, faça seu chá e, tal qual os monges no filme 2012, espere a tsunami porque, por certo, o cerrado virará mar. Impraticável!

Não estou aqui criticando as nuances de quem oscila circunstancialmente de um ponto a outro, mas alerto para a incongruência discursiva, quando a base da experiência de vida consiste em refutar estilos de vida incompatíveis com a ideologia que se abraça como fora de explicar e viver o mundo.

Quando comecei a descobrir que o tempo na frente do espelho estava sendo maior do que os momentos de deleite com minha família, comecei a questionar esse estado de latência em que insisto em me colocar de tempos em tempos. Acordar com o rosto e os olhos inchados pela maquiagem que traz reações alérgicas foi outra forma de resgatar minha alma para o realmente importante. 

E me lembrar de que a roupa é um estado de alma, consequência dela, e não o inverso, foi uma boa forma de enfrentar o problema. Sem deixar de mencionar a conta bancária que, por óbvio, não resiste a tanto saque inoportuno. 

Ah, sim! 

Roupas lindas, mas NUNCA usadas, pendendo nas araras e atravancando a vida são um sinal óbvio de inconformismo com o estilo. A ideia é simples: quanto mais se gosta de uma peça de roupa, mais se usa, não é mesmo?

Saltos? Detesto. Odeio. Trazem dor. Simples assim e ponto final. Sem comentários, ainda mais aqueles do tipo "para ficar bonita precisa sentir dor e se sacrificar", uma ode à beatificação de quem dociliza o corpo.

Tive um problema sério na planta do pé usando uma sandália de salto que, depois, em face do trauma, nunca mais ousei colocar no pé. Vou levar para o brechó onde negocio a preços justos (o Peça Rara) e compartilhar com quem deseja usar salto...ainda. No meu pé, não. Game over!

Minhas sandalitas baixas e estilosas da Torre de TV podem ser taxadas de desleixadas, pouco sofisticadas, enfim. Sei lá. Mas o que realmente me importa é que não chego em casa ao final do dia desejando pegar uma serra elétrica e amputar meu pé dolorido. Isso faz toda diferença na vida de uma pessoa que deseja qualidade no viver e que, ao final, não se importa com as opiniões alheias.

Aliás, quando descobri essa derradeira dica tudo se clarificou à frente! Foi então que reconduzi minha alma de férias em Cancún para seu lugar de origem: em mim. 

A primeira providência foi dar vazão ao volume de roupas acumuladas e não usadas, colocando tudo em uma sacola de viagem e levando para o brechó. Não vou ficar rica, muito menos recuperar dinheiro integralmente. Nem esse é o propósito. Dispender racionalmente meu dinheiro, sim. Bem como fazer melhores escolhas em relação à imagem. 

Farei o mesmo com umas bijuterias lindas, mas que nada têm a ver comigo!!!!

Sobretudo, uma grande lição: não me deixar abalar pelas convicções alheias, ainda que embaladas pela boa-fé. Afinal, são convicções das próprias pessoas e, por isso, podemos presumir que as estão dando de bom grado e com as melhores intenções. 

Agradecemos e seguimos o curso de nossas vidas, apaziguando nossos espíritos e nos voltando para a grande trajetória da elaboração de nossas marcas nessa vida. Isso, sim, faz toda a diferença!!!

E viva a diferença!!!!!


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Um dia, mil felicidades...

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Com tantas opções para aproveitar uma semana de bom descanso, poderia até mesmo pensar que a alegria estaria em uma praia ou, talvez, em uma cachoeira a quilômetros de distância daqui. 

Ou seja, a boa e velha ideia de que felicidade é uma "meta" longínqua a ser alcançada fora de nós, e nunca um estado existencial autorreferente, gravitando em torno da experiência vívida de plenitude, pouco importando onde se está...

Estou descansando um pouco durante essa semana de acúmulo de datas importantes: um feriado no dia 12 de outubro, bem como o dia do professor, 15. Algumas faculdades fizeram uma conjugação entre as datas e pararam suas atividades, retornando apenas na próxima semana: uma boa pedida para recuperar a alma e prepará-la para a reta final de fechamento do semestre.

Não atendo telefone, muito menos acesso e-mail profissional nesses dias, para não atrapalhar o fluxo da energia em processo de reciclagem (rs, para arrepiar o/as cientistas de plantão).

Estou dando um tempo em tudo que diz respeito ao que não é lúdico, pois decidi dedicar essa semana à frugalidade e ao ócio produtivo, uma forma de higienizar a mente e o espírito: runas, tarot, celebrações lunares, gastronomia e boas conversas têm sido a agenda onírica a me embalar durante esses dias. Até fizemos uma imersão noturna no córrego daqui do condomínio, para limpar, recarregar e programar alguns cristais, não sem, mais uma vez, eu me deparar com meus TOCs-sombra (escuro, lodo e solidão).

Pois bem...

Como o calor não dava trégua e a programação de atividades aquáticas não vingava (Parque Nacional de Brasília super lotado de seres em desespero), não hesitei em aceitar a sugestão do Gabriel para simplesmente tomar um banho no Lago Paranoá. Simples assim. 

Lago Paranoá. 


Torcidas de nariz? 

Talvez, mas acredito que boa parte delas seja pelo desconhecimento da potencialidade desse manancial de água. Muito já se comentou sobre a limpeza do lago, mas, ao final, o que fica é a certeza de que existem pontos onde a água é bem propícia para o banho (basta acessar o hiperlink acima para saber).

Atravessamos a ponte, vimos um local em que a pista dá azo para uma estradinha de chão e rumamos para um local da orla em que é possível acessar a água.

Uma verdadeira moldura natural, ladeando a água e nos permitindo regojizar ante a vista, como na foto acima. Uma maravilha, gratuita, acessível e bela. E parece que a ideia não foi privilégio apenas nosso, pois lá chegando vimos um rapaz de moto, descansando embaixo de uma árvore, bem como pescadores lançando suas iscas.

Nada como a sabedoria popular: onde existe muita gente pescando, existe muito peixe. E onde há peixe, há água boa. Bom, como não vimos nada geneticamente modificado (como nos filmes Anaconda 20 ou Alligator 12), descemos para a água e lá ficamos por umas boas duas horas. Papeando, nadando e, no meu caso, lidando com meus TOC-sombras, como ter a sensação de pisar em lodo, o que foi feito com sucesso!!!

Aliás, antes mesmo de entrar, de sola, na água, fechei os olhos e senti o vento, abrindo os braços e me conectando com todos os elementos que estavam ali conosco: ar, água, fogo e terra. Outra maravilha, pois não precisamos de parafernália esô (de esotérica, uma referência ao exagero de se utilizar uma tonelada de instrumentos para acionar o gatilho subconsciencial) para o sentimento de conexão ao Todo se elaborar em uma egrégora de pura força vital.

Enquanto observava o movimento de carros indo e vindo na Ponte JK, lembrei-me de todos os dias em que faço o mesmo, saindo de casa para o trabalho, muitas vezes sem me permitir vivenciar sequer olhar mais atentamente para o lago e perceber o quanto posso ali me perder e me encontrar. 

O tempo parou naquele momento de júbilo em que percebi, mais e mais uma vez, não ser necessário muito mais do que uma boa ideia para se viver bem os dias nesse planeta, pois a criatividade e a imaginação são o combustível mais potente para a elaboração dos mais inusitados roteiros de lazer.

Nadamos até eu virar um camarão (pois só lembrei de passar o filtro solar quando já estávamos indo embora), peguei carona nas costas do Gabriel (nunca havia sido carregada por alguém na vida) e rumamos para arrematar um resquício de carreteiro que eu havia feito no dia anterior: o melhor de todos que já fiz, pois acrescentei ao charque um pouco de linguiça de calabresa reduzida no vinho tinto.

Aliás, outra boa lembrança: decididamente me alimento melhor em casa do que tentando me arriscar nas incertezas da rua (má qualidade, aliada a alto custo e péssimo atendimento). Até ceviche fizemos por aqui, sem dever para restaurante algum. Arrisco-me a compartilhar a receita... Anotem os ingredientes:
4 postas de robalo  - 1/2 pimentão vermelho -1/2 pimentão amarelo -1 cebola roxa grande -2 pimentas dedo-de-moça - 5 pimentas de cheiro - limão a gosto - azeite a gosto - sal a gosto.
Corte o robalo em cubos pequenos e o misture com os pimentões, a cebola e as pimentas, todos cortados bem picadinhos (à julienne), à exceção da cebola, que é cortada em tiras longitudinais. Misture tudo, acrescente o sal, o azeite, um pouco de pimenta do reino picada e regue com o sumo dos limões (eu coloco a quantidade de limão para mergulhar 3/4 do volume do peixe). Daí basta colocar na geladeira e deixar marinar. Fica uma delícia!!!
Tudo isso só foi possível porque estou nos mais plenos dias de encontro com minha alma simples, que se contenta com a vida que se elabora por gratidão. Falo isso agora, nesse post, porque depois vou postar um outro texto com as peripécias de mais um momento em que minha alma saiu de férias por aí...

O dia feliz rendeu até uma fotografia de lindos flamboyants em plena floração, outro espetáculo para os olhos sensíveis de quem se permite enxergar a obviedade no invisível imanente.


Pode parecer até uma chácara, mas se trata de um condomínio aqui perto do Jardim Botânico. Um bom lugar para visitar e tirar fotos. 

Essa aqui ao lado foi tirada pelo Gabriel, em grande estilo. Custo da aventura? ZERO. Um colírio para olhos cansados de urbanidade e concreto, fazendo com que possamos refletir, a cada dia, sobre a maneira como dispendemos nosso tempo nesse planeta legal.

Esse foi o dia da volta do tchibum no lago, quando passamos no mercado para comprar alguns ingredientes para fazer uma salada (um hábito que nunca abandono, ainda que ingira, por hipótese, uma caldeirada de feijoada, rs).



Bom, esse foi o relato de um dia feliz, vivido na plenitude do que é mais simples e, ao mesmo tempo, mais completo: a gratidão por estar no aqui e no agora. Sem apego ao passado, muito menos ansiedade no futuro. Aqui. Agora. Ponto...