domingo, 18 de outubro de 2015

Horário de verão: as (dis)sintonias e desmandos no ritmo da Natureza Sagrada e suas relações com a prática da antiga arte

Fonte da imagem para créditos: https://sites.google.com/site/oscordadostestes/arquivos/jabuti-cuidados-temperatura-.jpg
Ontem estava na feirinha - ritual de final de semana - quando recebi a notícia sobre o horário de verão, tão desconectada que estou dessas decisões políticas e burocráticas. Não se trata de alienação política, mas, antes, compreensão de existência de uma dinâmica maior do que minhas perspectivas de mudanças em larga escala. 

Afinal, não vejo sentido em achar que se muda estruturalmente um sistema ou sociedade inteira (ainda mais planetária) sem que a dinâmica passe pela conscientização individual e interna. Foi exatamente nesse ponto que abandonei a ideia de abraçar cegamente projetos coletivizados que se baseiam em uma negação da potencialidade individual, a famosa social democracia brasileira...

Pois bem. 

Que notícia! 

Opiniões divergem sobre o impacto na economia: 1, 3,5 ou 5%, trazendo a sensação de sustentabilidade e conexão com a Natureza, não é mesmo? O Brasil economizará milhões de reais em luz. Viva!

Enfim, para quem deseja acreditar nisso, troféu joinha joinha, mas, daqui do meu ostracismo crítico, não tenho como não fazer algumas observações sobre o horário de verão e sua (des)conexão com as questões de celebração do sagrado.

Primeira delas: com todo o respeito à medida, feita de boa-fé até (nem posso pretender duvidar, mesmo que seja taxada de ingênua por quem sempre está desejando culpar o bode estatal pelas mazelas dos carmas coletivos milenares), o horário de verão é mais uma demonstração antropocêntrica de dominação dos ritmos da Natureza, perpetrado em face da mais completa incompetência humana em gerir sua vida em simbiose com o holos.

Num pirlimpimpim de fechada de olhos à meia-noite, tudo se torna "uma hora a menos": nossos relógios de celulares e computadores automaticamente se atualizam em uma "nova ordem", deixando para trás o fluxo contínuo da Natureza, que se encontra, por agora, em plena primavera, preparando a vinda da incidência de raios solares em um veraneio que trás luminosidade.

Fonte da imagem: http://4.bp.blogspot.com

Com isso, vamos nos alienando, pouco a pouco, tal qual nos distanciamos, por exemplo, do calendário lunar com 13 meses de 28 dias, tradição, por excelência, de culto ao feminino e sagrado, substituído pela artificialidade do paradigma gregoriano, que nos afasta da vivência natural de nossos fluxos. 

Aqui no Cerradão do Planalto Central, por exemplo, o dia estava naturalmente clareando por volta de 05h30. Estava acostumada a acordar com o nascer do sol, alimentar a galera e preparar os labs para o passeio diário. Tudo isso tomando café na varanda da frente da minha casa.

Meu dia rendia mais, independentemente de um relógio, utensílio que sequer ostento em meu pulso, pois sempre funcionei bem olhando o Sol e o céu. Agora, enfim, acordarei com a sensação artificial de escuridão, não mais observando da janela da minha cozinha o espetáculo do raiar do dia.

Tudo bem que a medida reverte para o bem da coletividade e não estou levantando uma bandeira aqui contra o horário de verão, mas creio serem importantes alguns esclarecimentos. 

Para o restante do Universo, além do paradigma de tempo linear não fazer a menor diferença, sua cronometragem não segue, para fins astronômicos e, claro, astrológicos, o horário de verão.

Dito de outra maneira: os calendários lunares seguem seu fluxo. Por exemplo: hoje, dia 18 de outubro, a Lua Nova entrou em Capricórnio às 15h53. Como estamos no horário de verão, temos que ajustar o relógio para saber que "a lua não espera o horário de verão" (copiei o Gabriel). 

Ou seja, se quisermos fazer algum trabalho mágico aproveitando a energia da lua em Capricórnio, teríamos que fazê-lo às 16h53min. Para o cálculo do mapa astral, existem programas que já trabalham com o horário de verão no algoritmo. Mas, para quem não tem acesso a sites assim, basta adiantar uma hora para fazer o cálculo.

No dia 27 de outubro termos uma Lua Rosa que entrará às 09h06 no horário usual, 10h06 no horário de verão. Importante saber o horário de ingresso na energia da lua específica, pois as primeiras horas de lunação agregam mais força no potencial de trabalho.

Difícil? Nem tanto. 

Acredito que esse seja o ajuste necessário para o bom fluxo dos trabalhos, pois, afinal, nada sobresta o curso da Natureza, nem o ser humano, desejando compor em cifras o descaso de séculos para com a preservação dos recursos naturais. 

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