segunda-feira, 15 de abril de 2013

O bom dia depois de uma boa noite!


Um bom dia sempre se faz a partir de uma boa noite. Sei disso porque nos últimos dois dias, minhas noites têm sido do mais profundo e calmo sono, depois de recomposta a alma para o trilhar dos dias que representam o simples cumprimento das missões que a Grande Mãe Sagrada preparou para mim. 

Dias bons pelas boas noites de sonhos fecundos e tranquilidade, nas quais a gratidão por retornar à senda é a constante em meio a tantas transformações pelas quais o mundo e eu passamos em idos de transição planetária. Encontros súbitos para recomposição de carma, imediatividade nas lições aprendidas, liberando os atores de seus (nossos) dramas travados em outras eras. 

Tudo isso ao mesmo tempo, no aqui e no agora, na dimensão dos mundos que estão a se tocar. Quão maravilhosa é a vida e o espetáculo que ela proporciona para quem está afinada com os ditames da harmonia e do foco.

Entoando hoje cedo minhas preces e invocações, lembrei-me do agradecimento sempre feito à egrégora das matriarcas que sempre me acompanham e que estiveram presentes por ocasião da criação da minha alma. 

Todas nós temos flancos que nos norteiam no mundo invisível, quer seja por sonhos, intuições, ou sinais. São elas que sussurram para que me encaminhe para a senda de realização da alma, ainda que tantas e tantas vezes eu saia dela. 

Não tenho contabilizadas quantas vezes saí do caminho, mas sei que, a cada dia que passa, por mais que eu insista em sair dele, uma grande mágica acontece no sentido de me revelar o que minha mente hábil insistia em esconder do meu coração.

Se, outrora, permanecia isolada num caminho de escuridão - dois anos, um ano etc. - agora, em idos de Nova Era, trata-se apenas de um lapso, um piscar de olhos a desnudar a realidade bem à frente do meu nariz.

Os movimentos duram duas semanas, no máximo, o bastante para um mundo inteiro se descortinar diante de mim. 

Não existe regra. 

Pode ser pela visibilização do campo áurico, trazendo à tona a energia estagnada da pessoa, ou, ainda, pelo odor que, de súbito, começa a desprender sinais. 

Pode ser, ainda, pela clarividência, penetrando no arquivo de memórias que a pessoa traz. Tudo isso é mais do que um indicativo de que, no fundo, estamos no caminho certo.

Por isso não existe erro, mas apenas acertos. O bastante para encontrarmos figuras e nos recompomos com ela, em vários níveis. Ou, para quem acredita, viver o carma a ser cumprido no reencontro. 

Por isso minhas noites estão plenas. 

Há duas semanas estava inquieta, oscilante, sentindo toda sorte de manifestação psíquica, compreendendo os resíduos e miasmas de uma alma irmã que se alojou momentaneamente em minha casa. 

Rescaldos de experiências psicodélicas, tensão, medo, irritabilidade, manifestações de um enredo que, por afinidade com minhas próprias memórias, trouxe aquela alma para nos ajustarmos.

E assim foi. 

E assim a noite cumpriu sua sina de antecipar os dias lindos e floridos que hoje coroam minha senda no Sagrado Caminho da Deusa. O que se findou e que poderia ser uma perda, foi, de fato, um dos maiores ganhos em minha vida, marcando a finalização de um ciclo para que outro, muito melhor, venha bater à minha porta.

Sou grata à minha intuição, ainda que conflite com ela em termos de tempo, pois, mesmo sabendo, a priori, que a história teria esse fim (tive uma epifania enquanto conversava com a figura pela internet e acessava toda a vida pregressa de loucuras feitas por ele e que provavelmente derreteram seu cérebro), insisti. 

Mas, olhando sempre por outra perspectiva, o que antes se findava após anos de interação que me detonava por dentro, hoje o lapso dura dias apenas, bem como minha sensação, ah, que sensação!

É apenas de júbilo e de paz. 

O que mais posso dizer ou querer? 

Apenas agradecer a oportunidade que a Grande Mãe traz de amorosamente me mostrar que a vida é feita nessas bases e que nunca posso trair minha intuição. O que é é e não cabe a ninguém pretender desqualificar o que são nossas percepções e visões a respeito do que sentimos.

Sempre que alguém pretender fazer isso, corra! Não se trata de alguém que deseja seu bem, mas, antes, de uma alma perdida em seu foco e que, ante a impossibilidade de bem viver, busca assim fazê-lo pelos outros, alimentando-se da energia que promana dos corpos etéreos que nos envolvem.

Um segredo: lacro minha casa. 

Coloco selos em rimas e bruxedos, de modo que não fica muito tempo aqui quem não tem boas intenções para comigo e com meus familiares. Nunca deixou de funcionar! Um verdadeiro mecanismo de expulsão, que deixa a pessoa tão desconfortável, o bastante para ir embora e nunca mais voltar. 

Outro mecanismo: meus familiares caninos, pois são eles, e não os gatos, que anunciam a matiz da pessoa que daqui se avizinha. Todas sabemos que gatos e gatas ficam onde a energia é mais densa e poluta, agindo com filtros de limpeza: onde o gato fica a energia não está das melhores. O cachorro e exatamente o contrário, pernoitando onde está limpo. 

Abençoada a diferença entre os animais lindos!

Abençoada a Grande Mãe!

Plenitude e paz nessa semana!


sábado, 13 de abril de 2013

Quando estrelas são conchas no mar de um horizonte reluzente de um caminho incessante


Depois de mais um dia de intensa vida, estou contemplando o que se esquadrinha como resultado do que imanto de meu coração para o trilhar de cada passo nessa terra! 

Não temo o caminho, pois minha sina é minha própria vida. Com ela e para além dela me desfaço em mil pontos, no enredo da tela que, a olho nu, pinto em aquarela, num enredo de mil histórias que ainda serão contadas.

A melodia que entoo confunde com o ressoar do meu próprio coração, que se harmoniza com a difusão maravilhada de um Universo que se debruça em si mesmo, mostrando-me, a todo o tempo, que vibramos em uma só diatônica.

Quem vem?

Quem vai?

Não importa, porque a luz que promana de meu corpo é o receptáculo sagrado do que incontido em mim está. O fogo iniciático tange de abrigo a lua que se esconde, beijando o horizonte que insiste em engolir avidamente toda a pompa que exsurge de um devir que está a todo o tempo aqui.

Amo cada respiração apenas por amar a impermanência, e me deleito no ir e vir daquilo que efemeramente se esvai, no atropelo, ensinando o caminho da instantaneidade. O trilho descarrilha? Não sei, quem bem sabe, pois trilhos e trens são apenas nossos pés que atropelam nossas frágeis mãos. 

Abraço-me com elas, deleitando-me no refúgio de minha efeméride, tocando as estrelas como se fossem conchas e sentindo pulsar em meu peito a glória da felicidade em apenas estar aqui!


Olhando com a janela da alma o que os olhos não conseguem alcançar

Ela pode chegar de mansinho, em lapsos e sussurros ou, para algumas pessoas, de supetão, num arroubo pode até mesmo envolver mudanças fisiológicas, como febre, dor no estômago ou calafrios. Não importa a maneira de se manifestar a intuição, pois é o sinal que ela revela o mais significativo conteúdo que podemos extrair como lição para nossas vidas.

Dizem que a intuição é o sopro da Grande Mãe Sagrada em nosso terceiro olho, localizado numa região fecunda entre os olhos, acomodado pela glândula   denominada pituitária, responsável pela capacidade criativa, imagética, além, claro, da concentração necessária para alcançarmos estados mais elevados de conexão com a divindade. 

Ela traz o lampejo que não é visível com os olhos físicos, mas, dependendo do grau de desenvolvimento da atividade intuitiva, pode trazer a imantação de verdadeiras imagens, tal qual uma tela de cinema, na qual a reprodução de flashes nos transporta para a sensação acalentada de omnisciência súbita, como se fôssemos invadidas por toda a informação do Universo compartimentada em nossos frágeis corpos.

Estar conectada com nossa mais profunda dimensão anímica é condição essencial para que recebamos os sinais que a intuição se nos revela e quanto mais imergimos nessa imensa teia de plenitude com o sagrado, mais e mais sentimos a força vital que nos impele para a compreensão do que está visível para esses olhos invisíveis.

Pela via intuitiva somos capazes de enxergar o que não se acessa, a sentir o que não é dizível, bem como até mesmo presenciar os campos magnéticos repletos de informações dispostas em grandes ondas multidimensionais, que penetram por nossa pele porosa, bem como pelos centros vitais de energia e, alojando-se no cardíaco, convidam-nos a experienciar esses rompantes magníficos.

Com isso, sempre que você escutar uma voz que traz leveza - não a confunda com o medo, que traz o mecanismo de defesa a nos impedir de vivenciar experiências - não hesite em se direcionar para onde ela a encaminhar: trata-se de nossa intuição a dar pontadas para que possamos escutá-la. Não a despreze, pois, no fundo, é o sussurrar da Deusa edificadora a cuidar de você, colocando-a na palma da mão para acalentá-la. 

Não tenha vergonha de sua intuição, muito menos permita que qualquer pessoa que seja desqualifique seu potencial intuitivo, dizendo que você "está louca", que "está fantasiando" etc.: o patriarcado, que desvirtuou a ciência ao longo dos séculos de monopólio do conhecimento, costuma utilizar desse artifício para menosprezar uma modalidade de episthème que desconhece. 

Afinal, a marca da "racionalidade" que nega os processos psíquicos mais profundos é a mesma que providencialmente alojou a intuição desenvolvida mais pela mulher. Isso não quer dizer que os homens não a tenham: a construção social de papéis que encaminharam para a alocação de um binário, no qual se insiste em afirmar que o mundo da razão é afeto ao homem, enquanto o da intuição seria afeto à mulher. 

Quanto mais o universo machista desconhece o absurdo desse limiar e reproduz a ideia do desprezo pela intuição, mais tenta submeter e subjugar o feminino, detentor universal dos segredos do desconhecido situado além do mundo físico: por isso que o arquétipo da bruxa é tão mal visto em nossa sociedade, sendo relegado a um espaço inferior e abjeto, quando, a bem da verdade, as bruxas - nós, bruxas - somos a resultante de um conhecimento perseguido religiosamente por se opor ao monopólio do conhecimento "oficial" que, ops, era masculino!

A intuição sempre me salva, ainda que eu insista em não ouvi-la no momento em que se manifesta. Tive a oportunidade de me relacionar com uma pessoa virtualmente, comunicando-me com ela pela internet durante certo tempo, enquanto a voz interior fazia um verdadeiro escaneamento a partir do que meus olhos físicos liam na tela do computador. 

Diuturnamente falava para mim o quão machista e usurpador a pessoa era, falseando motivos para me conhecer e, com isso, encobrindo seu desiderato mais oculto de pretender auferir vantagem em se relacionar comigo. Isso era notório na fala, no discurso, bem como nos atos falhos que a pessoa deixava explicitamente no ar. 

Mas, ainda que a vozinha falasse, eu estava, naquele momento, entendendo que poderia ser um ato de sabotagem o conteúdo do que, de fato, era o panteão da minha ancestralidade (ou a voz da Deusa) me dizendo amorosamente que o caminho não era aquele.  

Imbuída pela liberdade em escolher, optei por me encontrar com a pessoa, ainda que o script de uma história que veio em download acenasse para o afastamento. Li as runas todos os dias antes do grande encontro e, em todas as ocasiões em que me debruçava na leitura, as pedras sempre acenavam para o afastamento e para o que a intuição mencionara.

Quando encontrei com ele senti um calafrio por todas as partes do corpo ao abraçá-lo, o que me trouxe intensa reflexão sobre aquilo tudo. A cada dia - num lapso de duas semanas - meus insights anteriores eram confirmado pelo dèja vu da lembrança daquilo que, meses atrás, veio quando nos comunicamos pela internet. Não me arrependo do encontro, pois, afinal, duas semanas são um tempo muito razoável para se confirmar a informação que já estava acessível. 

Com muita parcimônia afastei-me da pessoa e, com isso, a vida brindou-me com a tranquilidade, o bem-estar e a plenitude que haviam desaparecido por ocasião do encontro com o irmão completamente perdido em sua senda. Agradecida, deixei o fluxo da vida tomar conta de mim e, com isso, eis-me aqui, firme, forte, poderosa e plena, louvando minha Sagrada Mãe com minha eterna gratidão em poder ouvir mais a intuição!