quinta-feira, 23 de junho de 2011

Os (re)encontros

Como a vida realmente segue uma fluidez em presença e energia! Afinal, o que antes poderia ter sido um desencontro "providencial", tem se transformado, dia após dia, em um suceder de momentos de plenitude, dentro dos quais minha alma andarilha retoma o fio de sua trajetória tantas vezes esquecida!

Há 4 meses, estava em outra orbe, não enxergando o óbvio bem embaixo do meu nariz. Veio, foi, sempre esteve aqui...

Basta permitir o acesso...basta se abrir para a vida e para o que ela nos traz.

A abundância de um Universo frutífero acarreta sempre a satisfação da necessidade de amar.

Não num atropelo de intempérie automática, marcada pela ignorância quanto à própria carência, mas à construção, passo a passo, dos eternos "hojes" que, sem o futuro contido na ilusão do devenir, acabam sendo o presente que deseja se propagar...

Depois das experiências, sinto que hoje não mais representam dor...antes, foram e são o caminho para que meu hoje (que ideia, nada tem de meu!) seja, dia após o outro, a descoberta de pulsação, aqui dentro do peito, de um músculo - o mais forte do corpo humano - que volta a bater.

Mas, não na arritmia de outrora...No compasso de apenas deixar fluir o que existe de melhor em mim: AMOR...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Depois da trepidação da carne, a serenidade do espírito...

Carne, santo invólucro da ornada alma, tantas vezes calejada pelas sacudidelas que as reviravoltas do mundo dão... Um dia, estamos a tremer de ira, noutros tantos, a sibilar de amorosidade. Por isso que se enfrentar e se encarar, assim de frente, é importante...Sem máscaras, sem adornos, apenas nós em nossos sentimentos mais guturais e contundentes.


Um dia, o grito avassalador da dor que lacera...mas, no outro, eternecida pelo enfentamento de si, a alma aquieta. Compreende. Agradece e volta para seu eterno rumo de trajetórias que se somam rumo ao encontro com os deuses...

domingo, 12 de junho de 2011

Hoje acordei com raiva...

Abri meus olhos hoje e, ao primeiro raio de Sol, olhei para meu lado e a vi, deitada em minha cama, prostrando-se a me olhar. Sorriso irônico nos lábios, parecia me dizer "não falei? Não adianta me repudiar com leprosa, pois estou aqui ao seu lado".

Virei de lado, tentando buscar um espaço para fugir da minha cama. Revirei-me na vã esperança de ser uma ilusão aquela pessoa deitada ali a se deleitar em cima de meu sofrimento. Não consegui e, não conseguindo, voltei-me para ela e decidi enfrentá-la...

Ela é a raiva... um sentimento do qual temos, usualmente, vergonha, mas que nos acompanha tanto que, não-raro, parece ser umã irmã xipófaga cuja apartação de nosso corpo traz a morte certa.

Por que, então, recalcamos tanto a Raiva? Afinal, ela é o termômetro - muitas vezes - do que dentro de nós é mais sagrado. O que é ou pode ser vilipendiado, muitas vezes. Afinal, se não existisse a medida da dor presente na Raiva, muito pouco saberíamos a respeito do que é relevante para nossas vidas e existências.

Por que neguei tanto essa moça que insiste em dormir ao meu lado?

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Pacata cerimônia do adeus

Os finais sempre existiram, juntamente com nossa predisposição em tomá-los com um ar blasé de certa "nostalgia" em prolongar o inevitável. Quem sabe, com a esperança do adeus se converter em "até logo" e dos abraços desesperados de final em acalantos de novos momentos anunciados.



É importante vivenviar o fim, num ritual místico de pleno adeus, para que os ciclos se completem - de maneira serena - hábeis o bastante para não mais olharmos para trás.


Olhar para trás? Sim, nada tem de sentido numa espiral que se projeta para novas experiências num devenir que, a bem da verdade, pouco dele sabemos, a não ser que existe algo, que seja...


O adeus, assim, adquire o verdadeiro significado de um medieval réquiem, onde o sepulcro, quem sabe, confina o que, um dia, chamou-se amor.



Quando um "grande"amor morre, sabemos não se tratar do amor, mas da percepção de sua vivência segundo os encontros e desencontros dos amantes que se despedem. O sentimento encontra-se vívido, mas o desiderato de vivenciá-lo, não mais, concretizando, assim, o projeto inacabado de amor transcendente.



Cerimônias de adeus marcam, com isso, ritos de passagem de amores que vão e vêm, a deixar marcar indeléveis na alma, mas com a sensação de plena gratitude pela experienciação da grande chama sagrada do fogo - mesmo fogo que hoje destroi - o mesmo fogo que antes alimentava os corpos reluzentes dos amantes se doando.



É um fim alegre...