sexta-feira, 3 de junho de 2011

Pacata cerimônia do adeus

Os finais sempre existiram, juntamente com nossa predisposição em tomá-los com um ar blasé de certa "nostalgia" em prolongar o inevitável. Quem sabe, com a esperança do adeus se converter em "até logo" e dos abraços desesperados de final em acalantos de novos momentos anunciados.



É importante vivenviar o fim, num ritual místico de pleno adeus, para que os ciclos se completem - de maneira serena - hábeis o bastante para não mais olharmos para trás.


Olhar para trás? Sim, nada tem de sentido numa espiral que se projeta para novas experiências num devenir que, a bem da verdade, pouco dele sabemos, a não ser que existe algo, que seja...


O adeus, assim, adquire o verdadeiro significado de um medieval réquiem, onde o sepulcro, quem sabe, confina o que, um dia, chamou-se amor.



Quando um "grande"amor morre, sabemos não se tratar do amor, mas da percepção de sua vivência segundo os encontros e desencontros dos amantes que se despedem. O sentimento encontra-se vívido, mas o desiderato de vivenciá-lo, não mais, concretizando, assim, o projeto inacabado de amor transcendente.



Cerimônias de adeus marcam, com isso, ritos de passagem de amores que vão e vêm, a deixar marcar indeléveis na alma, mas com a sensação de plena gratitude pela experienciação da grande chama sagrada do fogo - mesmo fogo que hoje destroi - o mesmo fogo que antes alimentava os corpos reluzentes dos amantes se doando.



É um fim alegre...


Um comentário:

  1. Olá Alessandra!
    Na vida são tantos adeuses...
    Se cada adeus fosse consciente seria muito mais fácil virar a página! (sorrio)
    Convido para que veja e comente o meu Armelau no http://jefhcardoso.blogspot.com/

    “Que a escrita me sirva como arma contra o silêncio em vida, pois terei a morte inteira para silenciar um dia” (Jefhcardoso)

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