quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A volta ao mundo em 365 cartões...



Quando a alma se desprende dos obstáculos que ela mesma cria, inevitável é a viagem para longe do abrigo e, com ela, advém a "subversiva" necessidade de lançamento na infinitude de possibilidades que a Vida nos mostra, pois o incerto passa a ser a única certeza a representar o que verdadeiramente é a Existência: efemeridade de nossa existência!


Acordamos dispostos a percorrer todos os caminhos que se abrem bem diante dos nossos olhos, apenas porque, embalados em nossos corações, rompemos a barreira do som e da luz, num sobressalto incomum que nos impele a um voo alto, que ora se faz rasante, para que possamos olhar para baixo - nossas experiências vividas - ora nos encaminha para o horizonte, como Ícaros que alcançam o Sol...


Não existe medo a nos atingir, porque, numa espiral de constante renovação de nossas respirações, sempre estamos, aqui e acolá, a nos encontrar conosco e com os rumos que traçamos em outras eras: estamos, pois, "condenados" à imensidão do azul, voando de egrégora em egrégora para a evolução do espírito, em viagens diuturnas na experienciação do amor...


Trocamos a casca, mudamos o invólucro, mas a energia, no Universo, é constante e consciente o bastante para que possamos repetir tantas e tantas vezes o maravilhoso espetáculo do ciclo de renascimento...


A viagem rumo ao Infinito, daí, destaca-nos de nossas entranhas, apascenta nosso cálido espírito que - às vezes - pode insistir em não querer voar.


Não importa, pois, ao final, todos precisamos, um dia, voar e viajar. E o maravilhoso desse trânsito mágico é poder recolher, em cada ponto da travessia, um artefato a colorir as prateleiras e os murais de nossas vidas com a eternidade que reside na lembrança do que foi vivido.


Alguns colecionam pedras. Outros guardam souvenirs de museus. Outros tantos adquirem flâmulas, guardanapos, tickets de entrada e outros mais...


Ontem, contudo, na epifania do que o amor pode gerar nos espíritos que são afins, fiquei decidida a, na viagem, recolher UM cartão...o UM cartão que represente tudo que a viagem possa ser de belo, expressivo e maravilhoso.


O UM cartão que compartilhado com a pessoa amada que, vindo de encontro ao encontro que, de encontro, também encontrei, repartiu, comigo, o que existe de mais belo dentro de si: sua própria vida... Tudo isso num universo pequenino de um sutil pedaço de papel, que encerra na figura a expoência do que se pode pretender viver ao lado de quem se ama verdadeiramente...


Eis o sentido de toda uma vida, contida na singeleza de um cartão postal que possa, um dia, na lembrança, resgatar na memória arraigada o pedacinho de felicidade que extraímos de cada local fantástico para o qual nosso coração nos encaminhou...

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