terça-feira, 28 de setembro de 2010

A delicada relação entre mestre e discípulo

A senda do conhecimento possui vários caminhos, mas o sentido de compreensão das relações humanas que envolvem mestre e discípulo convergem para uma só direção: estamos aqui para compartilhar experiências, mas as experiências de vida dentro da própria vida fazem com que o mestre se coloque em um espaço de confiança, segurança e, sobretudo, calmaria na relação delicada com o pupilo que, de fato, é a metáfora do próprio espelho de seu mestre.

Quando burlamos a lei natural de fluxo constante - subvertemos a relação e, com isso, abrimos espaço para a torrente existencial de intempéries de nossos egos, colocando-nos em relações truncadas de causa e efeito, projetando no outro, de fato, expectativas que não podem - porque não devem - cumprir.

Aliás, nós mesmas não precisamos cumprir as nossas, se, no fundo do coração, já sabemos serem cobrança (e não evolução). Quem dirá, então, em relação a quem está em nossa frente.

Quando o mestre se desloca de sua posição para mergulhar no lago profundo da esquizofrenia projetiva, a relação com o discípulo se converte em um mar tumultuado de desequilíbrio. O mestre não mais consegue cumprir suas metas - cobranças (?) - e, com isso, rompe-se a relação. Invertem-se papéis e, com a polarização, estabelece-se o limbo entre pessoas...

Quando o discípulo está pronto, o mestre aparece...Mas, e quando o mestre não se encontra mais pronto? O pupilo, então, desaparece, tal qual poeira que se esvai no ar, em pleno voo.

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