domingo, 18 de julho de 2010

Se o mundo se esbaldasse numa grande dança...


Ontem o itinerário foi a dança...

Do Olimpo, fomos brindadas com a expressão etérea de Terpsícore, flutuando em meio a brumas de pura entrega a uma dimensão maior do próprio corpo. Dançar liberta, subverte e desaliena o espírito dos condicionamentos que o cotidiano traz para cada uma das célula.

Pouco a pouco o corpo se desprende da armadura construída ao longo de tantos anos de aviltamento para se projetar rumo ao bailado sincrônico da dimensão de leveza com que a melodia nos guia.

O infinito, então, passa a ser o aqui e o agora, disperso na efervescência de uma revoada: nossos pássaros libertos, enfim, rumam para o horizonte, no balé da contingência, que insiste em nos libertar e, temerosos, insistimos em dele fugir.

Pessoas, pluralidades... Essências, efemeridades. Divergências, diversidades!

Quanta democracia anônima estava presente numa arena em que não existiam batalhas. A sórdida catalepsia beligerante cedeu espaço, enfim, para a coexistência pluralista...
Nobres, pobres, ricos, diáfanos... Todos sendo um só coração!

Quanta dança Terpsícore nos permite em seu gingado existencialista! E nós, plenas e dadivosas, rendemos graças à grande deusa, etérea e eternizada em nossos corpos... que bailam, sob o som do rufar de nossos próprios corações!
A abóbada celestial, com a alvorada, trouxe a cortina encerrando o espetáculo que, dali a pouco, começará em outra temporada!

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