sexta-feira, 3 de abril de 2015

O outono que a tudo desacelera...

Fonte: https://novanoiva.files.wordpress.com/2011/03/outono.jpg
Desde o dia 20 de março entramos no outono, a estação que antecede o longo momento de introspecção que o inverno representa. O sol começa a mudar seu ângulo de incidência, tornando, aos poucos, a duração da noite maior do que a do dia. 

Nem mesmo a mudança climática responsável pelo desequilíbrio que estamos observando em nossas relações com a Natureza é capaz de impedir que olhemos as transformações ao redor.

Tempos outonais supõem a preparação para a a grande parada: é tempo de desacelerar o ritmo, harmonizando-nos com as batidas do grande coração de Dana, a nutriz de todas nós. No cerrado, o inverno é bem incomum, pois a temperatura cai durante a noite, aumentando durante o reinado do Sol, não sem diminuir a umidade, fazendo com que tenhamos de nos hidratar bastante nesse período.

Mais do que simplesmente representar paradas, a transposição outono-inverno nos remonta à ideia de nos voltar para o autoconhecimento necessário à modificação dos padrões inconscientes que, por muitas vezes, fazem com que realizemos sempre as mesmas escolhas, em uma sensação de repetição da mesma história, com atores diferentes repassando o mesmo script.

O recado sábio da Natureza aponta para a diminuição da luz (de verão), com a necessidade de nos desapegarmos do que está relacionado com o padrão que não mais desejamos reproduzir. A finalização interna de processos é demandada nessa fase, bem como a imersão no campo mais profundo do EU, com a finalidade de buscar, no silêncio e na quietude, a harmonização com o Cosmos.

O momento não pede atropelo, muito menos decisões afoitas ou precipitadas, pois a transformação do inverno denota, antes de mais nada, a estagnação do que era imediatista, para se guardar a energia vital para a mudança de paradigma interno. 


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