terça-feira, 19 de julho de 2011

Ciranda que se lança e desaba em si

É uma grande ciranda essa vida que se lança, passo a passo, pouco a pouco, na certeza do incontível na dúvida do que eternamente somos...

Que somos? Quem somos? Pedacinhos lindos de totalidade, presentes no sopro do Divino que habita em nós...Presentes, na incongruência do que pretendemos ser e que, de fato, pouco somos.


Com quantas máscaras ainda iremos nos mostrar uns aos outros? Quantas mentiras - além de nossos próprios atropelos - ainda iremos desfiar, em incontrastáveis rosários de redenção que, a bem de uma verdade - qual delas? - não redime ninguém?


Quanto ar ainda vai faltar aos nossos pulmões? Esses, coitados, respiram tudo, exceto o ar renovador. Respiram punhais, contendas, mentiras. Respiram engodos...Quantos mais? O que mais restará depois disso tudo?

Nada, pois, com areia, muito pouco se constroi além de castelos na praia. Morarei numa praia? Deserta? Já a habito, perdidamente encontrada em meus amplos pensamentos de visões, ocultas para quem não enxerga: claras para quem se permitiu olhar para meu coração.

Sucateado coração...esgarçado coração...Maravilhosamente amplo esse coração! Eita, coração que apanha e, a cada tombo, volta mais forte, seguro de desejar amar, sempre e sempre, abrindo-se para as grandes fendas dos sentimentos tórridos que ligam os corpos. Eita, coração etéreo, que se conecta ao Divinal e aspira sair de si! Monocórdio órgão manso, que já viu muito e já suou muito! Sua toda hora, sangra toda hora, ama toda hora! Lampeja toda hora! Demanda toda hora! Guenta, coração! Guenta que é por aí!

Eita, músculo forte...aguenta, venera, espera e guarda...aguarda, para perceber a hora e ir e vir!

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