terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

"Ah, Deus, e que tudo venha e caia sobre mim, até a incompreensão de mim mesma em certos momentos brancos porque basta me cumprir e então nada impedirá meu caminho até a morte-sem-medo, de qualquer luta ou descanso me levantarei forte e bela como um cavalo novo" CLARICE LISPECTOR

Eis aqui um grande lema, forte, intenso, poderoso lema.

Um mantra diante das vicissitudes que assolam o espírito que se assombrou diante de um espetáculo em que a crueldade ocupou o cenário do que, um dia, vagamente, poderia ter sido chamado de amor.

A missão nesses dias de horrendo impacto trazido pelo atropelo da essência rompida em lágrimas: levantar-me plena e vigorosa como o cavalo branco de Clarice, depois do sangue lavado de uma batalha árdua contra um exército insano e sedento pelo trago de mais precioso em mim: eu mesma...

Levantar-me para cumprir meu caminho rompido bruscamente por devaneios partilhados com a sandice de um imaginário de psicopatias...

Anomalias, perfídias clericais.

Sim, a destruição do singelo existe e aprendi, fendendo minha carne e entranhas, que o caos espreita e beira, apto a nos empurrar para o mais abscôndito celeiro de nossa escuridão. O caos que se disfarça de ordem, de assepsia, de benevolência, de amabilidade. O caos que simplesmente corroi a alma, aos poucos, pela desconfiança, pela raiva, pela mente. Poderosa mente, brilhante mente que, de maneira astuta, maquina males e sofrimentos...

Levantar-me para surgir da dor, renovada, contornando o percalço e confortavelmente me situando em minha sina. Novamente...doce sina, de onde nunca deveria ter saído...

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