quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Os ares de mudança

O ar é mesmo um ousado...

Chega com toda sua potestade e, sem a menor cerimônia, esparge tudo ao seu redor, num bailado frenético sintonizado com uma fina harpa universal, absorta nas manifestações de um mundo para lá de lúdico, que pulsa a partir da constância do meu coração a se regozijar com a melodia...

Entrar na energia do ar remonta voos ímpares em que nos lançamos na vacuidade e no desconhecido, rendendo devoção a algo magicamente inexplicável aos olhos fragmentados de uma razão que se cala para a robusteza do etéreo, pois o vento traz muito mais do que o deslocamento em face da diferença de pressão...

Traz os idos de mudanças internas, produzidas apenas porque nos permitimos deixar fluir o que existe de aparentemente seguro dentro de nossos corpos, soltando-nos em um eterno sentido de volatilidade. Afinal, quantos sentimentos, quantos amores, quantas alegrias e quantas dores vieram e se foram?

Se deixam marcas - as marcas da Terra que vinca - é apenas para nos lembrar da necessidade de não contenção da energia...Mas, assim como levam, trazem, um devir que nos transporta para nossos maiores deleites secretos, o colorido de uma realidade absurdamente mágica em nossas vidas, que apenas faz sentido para a alma que festeja...que celebra o ar...

A mudança e o igualistarismo do ar assumem ares democráticos na república dos elementos... um reino, quem sabe, afinal, tão sem sentido a burocratização da liberdade. Fiquemos com a plenitude da vaporosidade que não necessita de formatos para expressar o divino!

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