segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A teia da vida na ciranda da Natureza


A Árvore da Vida, a grande teia que nos liga - seres humanos à Natureza - lembrando da presença da Divindade em nossas almas.
Para os antigos gregos, physis era um liame, uma conexão inerente do ser humano ao Cosmos, manifestado num filete de energia que, entrelaçando-nos um a um, mantinha-nos em harmonia e consonância com o ciclo vital de energia em seu constante fluxo de impermanência...
O devir, o vir a ser na renovação de nossas existências, numa relação que não era marcada por hierarquização pro-homine, mas, antes, equidistância da eternidade da Criação-que-não -cria.
Com o Iluminismo e, mais especificamente, com a derrocada do Sagrado Feminino para o empunhar da sanguinolenta veste do patriarcado, a Mãe, Gaia, foi, aos poucos, sendo sodomizada pelo afã de destruição, submissão e, sobretudo, usurpação até a última gota de sangue.
E não precisa muito esforço para perceber que, tanto no discurso liberal, como, também, na lógica socialista, a Natureza é DOMINADA. Sempre espoliada, nunca venerada pela ocidentalidade que, cega pela "beleza" prometida do "nunca-morrer", agride, viola, denigre, mata.
Mata e come. Impele sofrimento, derrama sangue, cultua o sangue vertido em oura dor, para dele se alimentar, desconhecendo (ou fazendo-se de cega) para realidade quântica de agregação celular da dor alheia ao nosso cardápio feroz de canibalismo constante.
Tudo nesse Universo é energia. E = m X c2, antes de expressar uma linda formuleta-formulada-por-um-louco-qualquer, revela a dualidade que atinge a todos, desde carbonos aglomerados, até mésons e quarks: somos matéria E energia, ao mesmo tempo, bastando, para a transmutação, a escolha de opções, dentre as várias, pelo não-localismo. Somos o que pensamos, o que comemos, o que sentimos, e não um ego preso um corpo, em estado vegetativo (apesar de boa parte de nós vivermos assim). O holos, o Todo, é extamente a superação da dualidade vísíviel para, adentrando no véu de energia, não haver o menor sentido a segregação.
A Árvore da Vida é a celebração de Gaia presente no coração de cada um de nós, ao nos lembrarmos - e sentirmos - que somos parte organicamente ativa de uma densa malha de inter-relações dentro do Umiverso. Somos, de fato, o próprio Universo e, com isso, responsáveis por cada milímetro de nosso planeta. E não, como, infelizmente, como pretendem algumas "facções" ou "falanges da ignorância teológica", senhores de algum feudo em que a Natureza seja vassala.
Locke mentiu, a teologia judaico-cristã mente, ao, o tempo inteiro, sustentar a hierarquização da Natureza, com a alocação do ser humano para o centro da importância, pois somos poeira cósmica dentre várias opções do Universo. Somos maravilhosa e paradoxalmente o maior e o menor opúsculo universal.
Por que, então, arrancar a Árvore da Vida das entranhas de Gaia? Por que tão despudoradamente tratar a vida com uma sublimação ética tão atroz que nos faz inconstantes produtores de sofrimento, o tempo inteiro? Por que insistirmos em viver sob o pálio da morte e da dor provocada no Ambiente?
Eis a sangria...

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