sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O trabalho enobrece a alma...quem disse??? Locke?


Estava um dia desses lendo o pessoal que deu origem a posterior compreensão de um mundo pautado na apologia do trabalho como um meio de alcançar Deus... Li um pouco de Locke, outro tanto de Weber (adorei, achei pertinente o desvendamento da lógica protestante).
Daí me peguei a pensar no grande e profundo contingente de pessoas que simplesmente vegetam em seus ambientes de trabalho, sem a menor satisfação, apenas porque se convencem que o dinheiro, ao final, compensaria todo o despropósito de uma vida de mesmice e sofrimento no apego...
Ser ferramenta de um mundo maquinário é, sobretudo, ainda encontrar desculpas para se manter na programação. "Tenho que manter o básico" daqui, "a gente precisa sobreviver" de lá. Mas, dentro da vassalagem ao vil metal, não se SOBREvive, mas, antes, SUBvive-se num mundo de completa escuridão.
Quantas vezes nos deparamos com os questionamentos sobre o que fazemos nessa lógica perniciosa? Quantos e quantas de nós conseguem se desprogramar de um condicionamento tão profundo e centenário?
O quão longe podemos ir? E o medo de arriscar?
Não sei...
Não acredito ou sinto que o trabalho enobrece alguém. O trabalho forçado, às custas da integralidade da alma que busca a evolução não pode cruzar o mesmo caminho da usura e da sodomia monetária. E não existe MAS.
Não passa, criamos isso e aceitamos essa anestesia, porque simplesmente não ousamos fazer melhor. Não ousamos dar vazão ao nosso lado cigano e andarilho, que vai e volta, vem e se vira, porque nossos antepassados assim faziam.
Não temos mais garras, "evoluímos" para a tecnologia que destrói, para o papel higiênico que perfuma nossos traveiros e, sem que percebamos, nos mata com tantas bactérias.
O que enobrece a alma é o conhecer descompromissado, a experiência por ela, e não como meio a outro fim que não seja a contemplação do mundo. Nada mais...

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