sexta-feira, 22 de abril de 2011

Não se pode firmar pacto de violência

Todos os dias percebo, nos detalhes mais sutis, o quão firme e forte está o machismo. Muito já foi desvendado, muito já foi descoberto, mas ainda permanece uma aura entreaberta de vendeta ao feminino, a partir do ataque sutil da articulação da misoginia em torno da manipulação e da sabotagem.

Os velhos jogos de "disse-me-disse"estão cada vez mais lapidados, proporcionais à sagacidade com que nós, mulheres de Anu, começamos a perceber as artimanhas de um masculino que não se contenta e tenta, a todo brado, exterminar o que existe de mais sacral dentro de nós: nossas potencialidades.

São tantos os jogos que é possível se assistir a tudo de um camarote, ao gosto de pipoca e guaraná. O masculino que se vinga está mais previsível. É possível fazer prognósticos em cima da mesmice com que uma espécie torpe de homem beócio e boçal se coloca, na contramão do crescimento, apenas para tentar violar.

Pactos de violência simbólica são, assim, firmados, pouco a pouco e sob nossos narizes, a partir do momento em que o silêncio na relação cede espaço para um predomínio de um pólo sobre outro. O mais interessante disso tudo é perceber a mudança de um campo de boas batalhas - aquelas batalhas de olho no olho - para a fraude da punhalada pelas costas. Longe vão os bons tempos de duelos...pois, agora, ao que parece, valem a órbita da anti-eticidade e o estelionato que nos funde, passo a passo, na hipocrisia de nós mesmas...

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