domingo, 28 de fevereiro de 2010

A miscelânea de egrégoras...


De um lado, o caldeirão, do outro, uma estátua de Buda, mais adiante, um terço. O que significa isso? Chama-se sincretismo, uma miscelânea de egrégoras que desagrada muita gente - algumas pessoas mais tradicionalistas, ou, como prefere a Família Malfoy, os "sangue-ruim".

Já tive minha fase de buscar minha identidade e, com ela, vociferei contra a "baguncinha gostosa" de caminhar por tudo: esperneei, alardei, critiquei. Isso é saudável, a crítica, quando ela é internalizada na calmaria e não extravasa para alcançar o ouvido de quem não está mais nessa. Já transitei pelo zen, thelema, enfim, para perceber que energia é sempre energia e que as diferenças são semânticas, nada mais.

O que importa é a intenção que está escondida por trás da máscara que o ego impõe, muitas vezes, com fuga de nós mesmas e, com isso, "fantasiamo-nos" de Boudicca, ou de Réa, ou, ainda, de Medéia, para encobrir nossa fragilidade em, no fundo, não sabermos, ao certo, quem somos.

Lembro-me ter empacotado 350 livros, athames, caldeirões, capas, varinhas porque, um dia, achei que a egrégora de "poderosa" estava me transformando em alguém insuportável, não aos outros, mas a mim mesma: IN TRA GÁ VEL, essa palavra resumia muito do estado Boudicca em que me colocava.

Meus cabelos ruivos eram um aviso "cuidado, cão raivoso" porque, de certa maneira, eu precisava daquilo. O que eu gostaria de dizer é que a miscelânea pode ser legal e que nada vejo de problemático (a não ser o preconceito e a resistência em não se permitir) em olhar para o outro, perceber que as pessoas têm a dizer dentro de suas experiências.

Tudo é uma rede de conexões e dentro disso, minha arrogância em não aceitar o outro e sua liturgia marca apenas minha ignorância em me conhecer...

Bem-vinda, miscelânea!

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