Enfim, mais chuva no Planalto Central!
Veio prenunciada pelos bordões de céu que insistiam, lúdicos, a rascunhar uma noite. Em seus brilhos de acinzentadas nuvens, veio a abundância outrora pedida, suplicada pelas almas que jaziam num assombro em meio ao fogo da savana sul-americana.
Tão gloriosa chuva!
Veio de relance, entranhando-se em nossos corpos extenuados pela labuta de um mundo programado para a rotina do expediente que algum louco chamou, algum dia, de welfare state. Seria esse o grande sonho repartido?
Por certo que não.
Não existem casa, carro, férias, dinheiro ou poder para aquisição do estado de graça de se banhar na chuva! É gratuito! E mais, é plenitude da Grande Mãe, que chora cânticos de graças, dançando no céu que se move na impermanência de si.... Não levamos o carro, a casa, o poder ou o dinheiro, na diluição de nossos corpos em nitratos e carbono, esvaindo-se no espaço-tempo tão fictício.
Hey ho, damos graças!
Eis que brota da roda da vida, em Gaia-Mater sagrada, o elemento água, com sua energia primeva, que limpa, escoa, avassala, amolda-se moldando a vida, contorna e desfaz contornos num piscar de olhos.
Água que esconde nossos mais profundos anseios de viver, no líquido que brota do útero da Mãe, para deslizar até o mar de infinitas possibilidades!
Água condutora universal, sabedoria dos segredos antigos de nossas casas ancestrais, reunidas em torno do entrelaçamento de nossas fogueiras de paixões. Eis que surge a chuva, para levar consigo os campos áuricos que não mais se afinam com as novas vestes que estamos prestes a ostentar.
Slàinte, povo da Deusa!
Slàinte, Gaia!
Hey ho!
Slàinte, mo chara!
ResponderExcluirTextos maravilhosos, como sempre!
Abençoada sejas... Beijos!!!
Sempre grata, querida!
ResponderExcluirSalute!