quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Meus tesauros de felicidade: a arte do desapego

Fonte da imagem para créditos: http://www.frasesparaoface.com/wp-content/uploads/2015/02/pratique-o-desapego.jpg
Finalizo no domingo meu recesso na faculdade, uma espécie de semana sabática na qual alunos, alunas, corpo docente e administrativo recarregam as baterias para a finalização do semestre (do ano até! Como 2016 passou rápido mesmo...). 

Estou em casa, aproveitando a ida do jiponguinha para a oficina e dando prosseguimento à minha semana de desaceleração, componente integrante e vital dos meus tesauros de felicidade.

Tenho percebido esse ano que a seca não conseguiu ceifar o jardim de ervas, a seguir seu ciclo, firme e forte, provendo-me com tanta dádiva: usando comedidamente a água -  tivemos racionamento aqui - consegui manter as plantinhas nutridas e floridas, mesmo com todo contraste que o clima do cerrado nessa época oferece. 

As próximas etapas serão os retornos da compostagem e da reciclagem, pois ainda não experimentei as técnicas nessa nova casa. Na antiga casa, fiz uma composteira de chão, onde as minhocas fizeram a festa da oxigenação. Com isso, plantei e adubei uma amoreira, uma bananeira e um mamoeiro, destruídos pelos labradores maluquetes.  

A reciclagem tem sido feita, sobretudo, com o reaproveitamento das garrafas de suco de laranja que tanto amo. Minha geladeira está abastecida com muita água, bastando abrir a porta e observar o tanto de garrafas de plástico, que poderiam estar no lixão, mas que são úteis demais para nós.

Aliás, essa birra de plástico e de consumismo está atingindo patamares bem nítidos em mim. Recuso plástico. Lembro-me até, num ímpeto de desespero diante do plástico, de ter recusado um presente que meu irmão queria me dar: uma garrafinha plástica com um compartimento para chá. Ou seja, bem diferente, pois tanto acomoda água como chá, quente ou gelado.

Quando vi a garrafa - nada tem a ver com meu irmão oferecer - tive um surto de "plasticofobia", pois assustei e neguei. Estou fora do plástico sedutor (canecas, garrafas, copos, compartimentos, a vida se plastificou intensamente nos últimos tempos), tentando sensibilizar, ainda, colegas de trabalho, para que adotem a garrafinha. 

A cultura do consumo de canecas e repositórios bonitos é intensa e covarde, pois os formatos, as cores e as dimensões acariciam nossa mente-que-nem-sente que consome a pedir "mais, eu quero mais plástico". Evito sacola, optando pela mochila ou pela sacola reciclável. Mas, quando preciso de saco de lixo para banheiro, ao invés de comprar aqueles fardos, uso as sacolinhas armazenadas.

Outra maneira que encontrei de reciclar consiste em repassar as roupas que, por ímpeto, adquiri, nunca ou pouco tenho usado. Não se trata de doação para instituição - esse é outro tesauro - mas sim de um mercado de trocas, pois sempre estou ganhando algo e, portanto, sinto a necessidade de dar em troca. Compartilhar. Ganho tanto mimo da galera no trabalho que poderia abrir uma loja com tudo que lotaria!

Brinco, colar, bata, lenço, casaco, caneca, corujinha: tudo muito lindo e amoroso, pedindo, de outra sorte, o retorno ao Universo provedor. Falando em brechó, uma excelente maneira de não estimular a indústria têxtil, pois a aquisição de uma roupa usada retira da linha de consumo a aquisição de outra recém-saída da fábrica. 

Existem excelentes opções de brechós aqui em Brasília. 

Vou muito ao peça Rara, que tem uma proposta muito legal de movimentação e também de doação. Podemos entregar as roupas não selecionadas para que eles possam encaminhá-las às instituições necessitadas no DF. As lojas ficam nas comerciais da 307 sul, 408 sul (feminino, casa e infantil, além de outra masculina), 204 norte (feminino e infantil) e Águas Claras (feminino e infantil). 

Você se cadastra e pode levar as peças (dependendo da quantidade, precisa marcar o dia, ou, então, aguardar o encaixe, mas nada demorado não). O valor é recebido em espécie, depósito ou convertido em crédito para ser gasto na loja. Olha que legal a cadeia de sustentabilidade!


Fonte: https://2.kekantoimg.com/zB3gz4F016eXpXOB9u7JFJPwG_s=/fit-in/600x600/s3.amazonaws.com/kekanto_pics/pics/994/33994.jpg





Na 307 norte tem o Lixo Valioso, um lugar muito diversificado também. Fica num subsolo, bem underground, legal demais. O valor das peças é bem justo e honesto e você pode passar o dia todo olhando que não conseguirá exaurir o potencial do lugar. 

Além deles, a moda agora em Brasília é a feira múltipla, que reúne brechó, foodtruck, sustentabilidade etc. Nas entrequadras direto temos notícia de uma, geralmente nos finais de semana, momento em que a feirinha da Torre de TV também abre, com opções artesanais.

As roupas e os sapatos e sandálias artesanais são um ofício geralmente transmitido de geração para geração. Converso muito e descobri isso. Ou seja, sustento de famílias, por intermédio da confecção de peças únicas, exclusivas, ao contrário da padronização industrial, que nos aloja como robôs em uniformes. 

Trabalho belo!

Tem uns 10 anos, por aí, que minha arara acomoda roupa usada e artesanal, sobretudo tay day (aquele efeito borrado que ainda arriscarei fazer com água sanitária, tinta e barbante). Além disso, amo as botinhas da Torre, pois duram, são confortáveis e protegem os pés no dia-a-dia das atividades, sem deixar de mencionar que são estilosas mesmo! Lembram o bom e velho estilo bretão de ser, hahahaha.

Já que não posso ser bretã e andar a cavalo, optei por trocar meu carro urbano pela proposta de um jipe Bandeirante a diesel, mais eficiente em termos de sustentabilidade. "Nossa, não é muito velho?" - ouço sempre. Um carro. Estamos falando de UM carro com longevidade, fabricado para durar, não carro playmobil.

Vida útil de motor que pode perpassar minha própria existência, deixo de retirar da fábrica um carro novo a poluir o meio ambiente. Ainda mais aqui em Brasília, onde a média é 1 carro para três habitantes - apesar de eu sempre ver, a começar de mim, 1 motorista no carro. 

Quando buscar o jipe na oficina vou adotar um critério misto e, em alguns dias da semana, descer de baú, pois adorei a experiência de prestar mais atenção à vida e às paisagens. 

Investimentos? Bicicleta para ir ao yoga perto de casa, que também traz acréscimos, já que voltarei a fazer minha comida e, com isso, não terei tanto gasto na rua. Uns barris para começar a coletar água da chuva, a despeito de não estar sequer chovendo (um dia choverá cântaros, tenhamos fé!). Amaciante feito em casa: tenho saudade de quando fazia o meu, com a fragrância que me dava na telha.

Aliás, que semana agradável mesmo, cozinhando e voltando a me nutrir: o corpo agradece e a alma canta de suavidade! O foco, por agora, é continuar na senda quando as aulas retornarem.

Mas, claro, sobretudo, para que tudo isso dê certo, necessário um grande desapego do dinheiro, bem como das comodidades que ele oferece. Nesses dias sem televisão, em que apenas leio, medito e silencio, percebo o quanto é importante alimentar o espírito de simplicidade, pois dela exsurge o despojamento...

Eis uma síntese do tesauro desapego, elaborado progressivamente, sem dogmas, violência ou opressão à alma. Sendo apenas eu, nas idas e vindas dos ciclos que sempre se renovam dentro de mim!

domingo, 2 de outubro de 2016

Meus tesauros de felicidade: de carona na sustentabilidade, cada qual faz sua parte

Esses últimos meses tenho desacelerado: compreendido a necessidade de focar minhas prioridades, dentre as quais, o retorno gradativo à alimentação saudável, orgânica e fresquinha, necessária para a sensação de pertencimento à Gaia e aos benefícios que ela nos traz. Perto daqui de casa tem a Feira do Produtor, onde todo sábado uma comunhão de pessoas se forma em torno desse bem comum: natureza.

Lá é um espaço bem democrático, com todos os credos, todas as tribos e as pessoas mais diversificadas e lindas que em um lugar podemos encontrar. Sacolas recicláveis, sandálias de tecido, brincos, piercings, alargadores. Tudo em um lugar só, coexistindo com as famílias em seus carros importados, celulares caros. 

Que legal! 

Independentemente de qualquer estereótipo, observar o fluxo dessas pessoas em relação à consciência sobre alimentação traz um baita alento. Quer seja na senhora japonesa que vende sushi fresquinho, ou na banca de caldo-de-cana gelado, ou, ainda, na senhora do leite na garrafa pet - que faz um queijo para lá de fresco e de delicioso - tudo exala o frescor de uma vida alternativa ao sistema que tenta sucatear nossas almas.

Sim, existe um contra-fluxo! 

Uma contra-cultura alternativa, a motivar quem tem sensibilidade suficiente para perceber que o mundo está demandando uma conscientização coletiva, sob pena de simplesmente explodir de tanto consumo desenfreado e predatório. E ela começa aqui, dentro da gente!

Nessa vibração, certas revoluções são silenciosas, partem de um movimento interno de incômodo com a situação, ou, ainda, da simples necessidade de se reformular a alma. 

Trocar de pele é necessário para se manter a troca de oxigênio e conexão com a Natureza. 

Nesse sentido, a adoção de boas práticas de sustentabilidade e de desaceleração é algo cada vez mais premente em nossas vidas, pois mudar o padrão vibracional passa muito mais por se reconhecer protagonista da própria história do que baluarte de movimentos coletivos.

Ultimamente tenho feito uma senda de desapego, que veio como uma leve brisa, sem pressão, incômodo ou sofrimento. Já tentei o caminho à  fórceps, que utiliza a racionalidade do convencimento, mas confesso não ter dado certo. 

Descobri, então, que a revolução silenciosa da alma se faz pelo caminho do coração, por intermédio da empatia com a qual podemos nos enxergar no outro e, no caso, na Natureza que tanto nos dá: só assim conseguimos amar este planeta o bastante para transmutá-lo em prol de sua sobrevivência (e da nossa, claro!)

Estou sem sky em casa, não vejo mais os programas de tv por assinatura. Quebrei o controle  (desconfio que foi ato inconsciente para me desapegar mesmo) e estou esperando chegar outro que perdi de vista. Bom, bom, bom demais. Um dia ele chegará. Mas, até lá, tenho me observado mais, recolhido mais. 

Sem distrações para me desviar, assisto a filmes na internet, leio, interajo com o povo daqui. Tenho cuidado melhor da alimentação (hoje mesmo comemos uma bacia de salada e maionese caseira, algo que nunca imaginei conseguir fazer). 

Plenitude, eis o sentido.

Fiquei e estou sem carro: meu jipe ficou sem freio, eu e meu namorado protagonizamos uma cena de Flinstones e até minha coluna se contorceu, o bastante para me mostrar, em mais um processo de somatização, que preciso me despojar, ainda mais, das cobranças internas. Da vida de tensão que levo no dia-a-dia. 

Coluna se recompondo, tenho andado muito de ônibus e até encontrei alguns alunos, que se assustaram em ver a professora de baú. Cada viagem é realmente uma viagem, pois observo atentamente as pessoas ao redor, envolvo-me com a vida que está aí, pulsando.

Cheguei a marejar lágrimas nos olhos com a simples despedida do meu namorado na rodoviária. Momento inesquecível de despojamento de tudo. Não havia conforto ou segurança que compensasse o aperto no coração de um "até logo" em um terminal lotado. isso é divino e belo! É a síntese da percepção do quanto somos queridas e amadas, o bastante para o sacrifício de outrem por nossa felicidade...

Realizo-me na simplicidade de um movimento esquecido na contemporaneidade, tão ocupada com facebook, whatsapp e redes sociais. 

Passei a observar mais o que, de súbito, dentro de um carro, não consigo, ainda que dirija um jipe, de onde é possível imergir no horizonte sem fim... As cores, as flores, a vida: tudo passa, como em uma estação de metrô, átimos de segundo que ficaram para trás, mas que trazem do desejo, cada vez maior, de simplesmente deixar tudo de pesado, de desconfortável e inútil, também para trás.

Quando não estou em um ônibus estou à pé: outra aventura. Fui a uma aula experimental gratuita de yoga perto de minha casa - não tão perto, uns 5 quilômetros. Peguei o baú de integração e desci na parada,  fazendo o restante do percurso - 1 quilômetro de estrada de chão - a pé. 

Essa foto aí ao lado é de lá. Caminho providencial, pois em cada passo, uma respiração, uma percepção sobre minha vida e o que realmente é necessário de bagagem nela. 

Cheguei a tempo...O tal do tempo que sempre marca as desculpas para nossos processos de sabotagem. mas, desta vez, levei a melhor e adivinhem? 

Não me sabotei! 

Andei com meu tapetinho surrado pelas unhadas dos gatinhos daqui de casa até encontrar o Empório da Mata, lugar lindo, maravilhoso, que me remete à primeira Festa Medieval que fui (a melhor e mais lúdica, com direito a trapezistas de fitas e tudo mais).

Aula boa, vento soprando e pássaros cantando em harmonia com a minha alma...Belo, pleno e vigorante! Presença da Natureza em cada ponto mais abscôndito da minha alma. O que está havendo comigo? Bem-aventurança, simples assim.

Como não amar o caramanchão com tsurus pendurados? O céu beijando as copas das árvores e a grama verdejante? Como não sentir nas entranhas a energia vital deste planeta a colorir o espírito com a suavidade do amor?

Eis a questão: sentimos... É necessário sentir para saber. Uma vez escutar de uma pessoa a seguinte frase: "para saber, tem que voar", lembrando-me dos desafios que um sistema consumista e predatório nos impõe. 

Nesses momentos de crise pandêmica, a potencialidade humana de resiliência sempre fala mais alto, acalentando-nos com a esperança de que tudo ficará melhor quando nossa alma está disposta a ser melhor.

Tenho desejado falar menos. Aliás, a irritabilidade com a falação dos outros só mostra minha agitação interna, bem como o desejo de pacificar minha alma da reverberação que eu mesma provoco com a tonelada de pensamentos que ora me fazem retornar para o passado, ora me impelem para a ansiedade de um futuro em relação ao qual não tenho o menor controle.

Tenho comido mais orgânicos e me desintoxicado com a culinária vegetariana e vegana. Tomado óleo de côco (também passo nas pontas do cabelo, nutrindo e hidratando), própolis e pólen, já exausta de organismos mortos que se veiculam a partir do paradigma alopático.

Dia desses fomos - turma de yoga - almoçar em um restaurante chamado Veg Gourmet, que fica no Brasília Rádio Center. Preço justo, executivo vegano de primeira linha, lindo, belo, nutritivo. Uma comida que dialoga conosco e nos remonta à felicidade trazida para o estômago.

Meu desafio, por agora, resume-se a comer mais devagar, a mastigar mais e melhor. Isso ajuda, creio, na paciência que me falta. Mas, pouco a pouco, ao esvaziar alguns quartos de despejo da minha vida, creio que irei naturalmente me desestressar. 

Aliás, a revolução silenciosa já começou, ainda que preparada por intensas discussões. Tenho procurado me desestressar com o que não faz parte do meu círculo de variáveis modificáveis. 

Passo até por alienada política, mas, de fato, estou contemplando os últimos dias de  Pompéia, tal qual uma atenta observadora prostrada no Monte Vesúvio, esperando o movimento planetário de mudanças somente perceptíveis para quem desistir de achar responsabilidade fora de si...

Tenho olhado até mesmo para o sistema com amorosidade. Sem ira, indignação, afinal, querendo, ou não, ainda sou grata a ele, com todos os defeitos. Assim como sou grata por minha existência, com todos os meus defeitos, como sou com outras pessoas. 

Apenas respirando. Acho que realmente precisamos respirar mais...

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Meus tesauros de felicidade: integrando corpo e alma no fluxo do yoga

Fonte para créditos da imagem: https://www.osegredo.com.br/wp-content/uploads/2015/04/flor-de-lotus-branca.jpg
Comecei minha senda no yoga em 2005, por indicação de um grande amigo, que me sugeriu a prática da querida Kátea Barros na Universidade de Brasília. Antes do yoga já tinha feito um pouco de muita coisa: ginástica olímpica, ballet, jazz, andado de patins, natação, atividades físicas necessárias para a manutenção da saúde (e, por resultado, da forma física). 

De todas essas atividades, a natação sempre foi a minha preferida. 

Gostava da liberdade, do silêncio e da solitude em cada braçada dada, deslizando na superfície e me desconectando do mundo sólido. Chegava a nadar 8.000 metros - quando competia, na adolescência. Dedicação, disciplina, foco, eis o que me guiava.

Em 2005, contudo, meu mundo se abriu para algo novo, que nunca havia imaginado fazer: yoga. Aliás, dada minha hiperatividade, eu achava - de forma preconceituosa - que yoga seria um tédio...afinal, ficar "parada", "falando om" não parecia me apetecer em termos de atividade "física" (lembram dos 8.000 metros de natação?).

Nossa, como eu estava completamente enganada! Hahaha, e como estava, em todos os sentidos!

Logo no primeiro dia de aula de yoga, levei um susto: descobri que não sabia respirar direito. Enviava o ar para os pulmões, alojava tudo no tórax, como o instrutor de natação orientava. 

Resultado: sempre ofegante, nervosa, não conseguia me concentrar direito fora da piscina. Como não poderia ficar a vida toda dentro d'água, fui quicando de atividade em atividade, torcendo para que algo aplacasse minha ansiedade incontida.

Foi um renascimento observar a ondulação dos músculos abdominais: o ar entrando, os músculos da barriga dilatando, o ar saindo, a barriga encolhendo. Ar entra, preenche tudo, a retenção me preenche, o ar sai, seca tudo e o vazio se plenifica. 

Pouco a pouco essa atividade aparentemente simples foi mudando minha vida, pois o afã descomedido começou a ceder espaço para a busca de momentos de quietude, como o da respiração. Com o yoga veio a meditação, a arte de conexão com o sagrado, por intermédio do esvaziamento da mente, para focar apenas a respiração

A partir dela - claro, tudo gira em torno da respiração, pois é ela que nos mantém vivos no agora - meus músculos foram se irrigando, tonificando, minha elasticidade se ampliando e cada parte do meu corpo foi se soltando, pouco a pouco.

O incentivo para uma reelaboração da dieta alimentar foi enorme no yoga, sobretudo quando comecei a me inteirar sobre a ayurveda, bem como sobre os sistemas de doshas, energias primordiais que nos estruturam. Foi, então, que descobri ser o yoga uma SENDA, um caminho integrativo da mente, do corpo e do espírito.

Yoga é uma palavra em sânscrito com plurais significados: integração, união, junção, senda que utiliza o pranayama (respiração) e os asanas (posturas) para integração da mente e do corpo, superando, assim, o dualismo, e nos ancorando no aqui e no agora para a plenitude consciencial.

Nem passado, nem futuro. 

O yoga nos remete ao instantâneo, que é a respiração, ato sagrado de junção com o Tudo, muitas vezes neglicenciado por essa pressa incontida, robótica, que insistimos em nos colocar. 

Excelente forma de descobrimento do corpo, o yoga nos prepara para a imobilização do processo meditativo, comunicando e conscientizando o corpo material a respeito do imediato - aqui e agora- ao mesmo tempo em que traz foco para a inquietude mental, na medida em que as respirações se harmonizam com as posturas e a permanência. 

Fui descobrindo meu corpo, as limitações que impus a ele em meio a processos psicossomáticos e, sobretudo, as superações dessas limitações. Esse ano fiquei surpresa e feliz quando, finalmente, consegui colocar meu calcanhar inteiro no solo ao fazer a postura do cachorro, pois, antes, a falta da flexibilidade me fazia levantar o calcanhar para alinhar a postura. 

As invertidas sobre a cabeça ainda são meu desafio, mas, pouco a pouco tenho me permitido avançar, sempre dentro do meu limite e respeitando o princípio sagrado da não prática de violência. 

Durante minha trajetória, algumas pessoas marcaram e têm marcado meu amor pelo yoga, eu não poderia deixar de comentar a respeito, até para compartilhar seus contatos, pois são excelentes professoras. Recomendo todas as práticas, cada qual com sua peculiaridade. 

Vou compartilhar um pouquinho o que SINTO em cada uma das práticas: não sou dona da verdade, muito menos as práticas das professoras se esgotam no que estou a pontuar aqui, dadas as amplitudes de cada uma. O que estou dividindo consiste nos aspectos que PARA MIM (ou seja, minhas demandas pessoais) saltam aos olhos. 

Também não quero incorrer em comparações: não se trata de colocar ninguém ao lado de ninguém: cada pessoa é um universo. Creio que as experiências distintas dão uma boa percepção para que as pessoas possam fazer suas escolhas empaticamente. 

Kátea Barros, minha primeira professora de yoga. 

Um ser etéreo, que flutuava na sala, bailando enquanto nos explicava cada um dos benefícios das posturas. A prática com ele era sempre imersa em uma egrégora, dando-me a sensação de estar na companhia de seres etéreos. 

Hoje ela está morando em outro Estado, mas sempre estou com sua amorosidade. Com ela aprendi que o yoga não consiste em uma "maromba zen", sendo uma prática a aliar os corpos espiritual, físico e mental. Aliás, em sua aula consegui, pela primeira vez, entrar em estado meditativo. Que benção a Katita!

Priscilla Almeida, com quem aprendi não só a ter disciplina, mas a investir no coletivo, pois fazia parte de um grupo que se reunia em uma casa e, após as práticas, tomávamos leite de amêndoas. A convivência com ela me enriqueceu de receitas, reflexões sobre minhas limitações. 

Marise Armondes, no Plenitude Yoga, o lugar mais fofo, lúdico, etéreo e mágico em que tive oportunidade de fazer a prática!!!!

Fica no Guará I, num sobrado fantástico, todo ambientado para uma prática confortável. A Marise tem uma abordagem clássica, a partir do hatha yoga integrada à vinyasa flow. A prática é fluida, com a passagem de um asana a outro de forma lânguida.

Além de explicar pontualmente os benefícios das posturas, a Marise mantém em seu espaço um ambiente onde expõe e vende produtos maravilhosos, desde pães sem glúten e lactose, até óleo essencial e um "cheirinho" para ambientes que, até hoje, nunca senti aroma igual. 

Formamos um grupo no trabalho (2015) e convidamos Patrícia Kratka para nos guiar na árdua tarefa de desacelerar no ambiente laboral. 

Amorosa, cumpriu a tarefa com super dedicação, pois suas aulas sempre envolviam o acesso a um acervo diversificado de posturas, interpoladas com os exercícios de respiração e foco nas posturas de torção e retroflexão (por causa da Patrícia eu passei a amar as torções e a investir, em casa, nelas), o que me trouxe uma serenidade!!!

Antes de sair em um mochilão pelo mundo, chegamos a transferir as aulas para o Parque Olhos D'água, local mais do que apropriado para a conexão com o sagrado. Adorei, em especial, esse momento de pura elevação.

Esse ano resolvi praticar yoga perto do meu trabalho, na hora do almoço, para desestressar do cotidiano. Encontrei a Sociedade Vipassana de Meditação, onde conheci duas pessoas maravilhosas. 

Primeiro conheci a Soraya Diniz Farah, ariana nascida no mesmo dia do meu aniversário. As aulas seguem várias linhas - bem explicadas e definidas -segundo a sistematização com que ela, com afinco, faz em cada semana. 

Sempre com o foco na respiração e na construção correta do asana, não sem antes ela fazer questão de frisar a importância da não violência ao corpo. Na prática da Soraya eu consegui ajustar o calcanhar ao solo adho mukha asana, a postura do cachorro. 

Também acho legal a explicação que ela dá sobre os órgãos beneficiados pela prática, bem como a preocupação com cada um dos alunos e das alunas, ao ponto de orientar a prática do dia para um aspecto específico levantado por alguém do grupo. 

A partir da interlocução com o grupo e a Soraya, tenho tomado consciência de processos internos que estavam latentes, mas alojados no quartinho de despejo. Um verdeiro trabalho de autocura, a partir do diálogo com os colegas de prática. 

Aliás, temos o grupo no whatsapp onde postamos pensamentos, eventos, fotos. A Soraya mantém, ainda, uma vasta network, divulgando terapias e eventos por meio da Ecomind, tanto no blog, quanto no facebook. Vale muito a pena dar uma passadinha lá.

Depois de fazer aulas com a Soraya às segundas e quartas, decidi investir mais em mim e também fazer às terças e quintas, ou seja, quase todos os dias. Com isso e, sobretudo, com a ideia pragmática de estar perto do meu trabalho, conheci o trabalho da querida Denise Maria Lemos, que desenvolve o trabalho em hatha com yoga hormonal. 

Suas aulas me fazem aterrar e, paradoxalmente, transcender. 

Como? 

Não sei explicar, mas a sensação, ao final de cada encontro, é de me elevar: parece que meus elétrons param e meu corpo deixa de ser um organismo distinto do ambiente. 

Fusão ao todo seria uma forma menos precária de tentar explicar a sensação de plenitude e benignidade a partir da prática, que foca o tempo de permanência (longo) nas posturas, o que demanda respiração. 

Tudo também muito explicado em termos de benefícios e órgãos envolvidos. Por intermédio da Denise, conheci o almoço maravilhoso do restaurante Supren Verda, local aprazível e preocupado com alimentação vegana de qualidade.

Essa reconexão tem operado modificações sem precedentes em minha vida. 

Retomei um caminho do qual havia me apartado há tempos: autoconhecimento. Redescobri, por intermédio da integração proporcionada pelo yoga, o prazer de me acarinhar com as posturas, a respiração, a meditação e, ainda, automassagem com óleos essenciais.

A benignidade, bem como a plenitude, são estados de espírito cuja escolha nos traz benefícios profundos na alma. Sempre que posso, recomendo aos amigos e às amigas a saída dessa egrégora caótica em que estamos na contemporaneidade, para estabelecer o encontro com nossas verdadeiras essências...

Eis a razão pela qual o yoga, a meditação e demais práticas integrativas constituem meu acervo de tesauros de felicidade!!!!

Plenitude Yoga: QE 19, conjunto E, casa 14, fones 61 99278 8597 (Claro) e 98305 4339 (Tim) - e-mail: plenitudeyoga@gmail.com

Sociedade Vipassana de Meditação: SGAN, quadra 909 "E", fone 61 984812187.


sábado, 23 de julho de 2016

Meus tesauros de felicidade: o retorno à ideia mágica de simplicidade no viver

Fonte para créditos de página: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/23/e7/4b/23e74bc0affe10a9c8d5abe53f23914e.jpg

Em meio às resoluções para um novo semestre que se avizinha - algumas ideias nem tão novas assim, mas renovadas diante da vida que se debruça em mudanças abruptas - peguei-me a relembrar momentos interessantemente bons, onde reverberava o conceito e a prática de uma vida artesanal.

O que seria isso? 

Vida artesanal, ou simplesmente o retorno à percepção frugal de uma austeridade legítima - não simplória - que remonta à saída do senso comum de uma robotização que se eleva como constante nas relações humanas. Simplicidade no pensar, agir e sentir, recompondo a presença do Eu Superior no cotidiano de nossas vidas e, com isso, integrando mente e espírito numa dimensão de auto realização. 

Tentando montar um glossário sobre como minha vidinha artesanalmente mágica exprime o que de mais vívido e especial em mim, achei umas categorias, tesauros em torno dos quais orbita o retorno àquela lânguida sensação de leveza interior, como se a agitação de águas turbulentas cedesse espaço, enfim, à paz de espírito em uma constante de elevação. 


Tesauros são palavras de significados afins. Segundo Currás, trata-se de "uma lista autorizada, que pode conduzir o usuário de um conceito a outro, por meio de relações heurísticas ou intuitivas" (1995, p. 85), sendo, assim, uma espécie de catalogação de palavras a desembocar um mesmo campo lexical ou contextual. 

Ainda que meu pequeno dicionário da felicidade contenha palavras distintas, o que importante é o vínculo de bem-estar correlato a elas: todas se somam no sentido de apontar para a realização do espírito, depois de um período de intensa agitação, a partir do qual repensei minha vida e atitudes, resgatando, assim, a trajetória na senda espiritual que se imanta no plano material.

Quando sentimos algo sair de prumo, o sinal, dali adiante, mostra a necessidade de voltar e apaziguar o espírito, ainda que as resoluções sejam entendidas como ortodoxas e exageradas. Como saber, afinal, se são? Simples: se fizer e sua alma ficar ainda mais leve, então fez a coisa certa. O coração se enche de realização e, ao final, tudo se encaixa perfeitamente.

Meus tesauros de felicidade

  • amizades, reciprocidade, veracidade, transparência, desapego, adeus, olá;
  • yoga, meditação, automassagem, autocura;
  • alimentação orgânica, feira do produtor, leite da fonte na garrafa reciclada pet, rúcula, agrião da terra;
  • compostagem, reciclagem, adubo, jardim de ervas;
  • brechó (usados), roupa artesanal, botinha da feira;
  • jipe Bambam, carro usado (vida útil de 1.000.000 km);
  • ensino e aprendizagem, sala de aula, alunos e alunas, eu-aluna, eu-facilitadora, ego jurídico decadente na ignorância;
  • Antropologia jurídica, fenomenologia, empírico, antroposofia, Steiner;
  • Física quântica, Amit Goswami, Capra, Bohm;
  • Lua, Sol, equinócios, solstícios, supernovas. 
  • Ecofeminismo, sagrado feminino, Vandana Shiva;
  • Gatos e cachorros, Natureza, cachoeira, água, terra, fogo e ar; 
  • ancestralidade, patrilinearidade, matrilinearidade, sacralidade, hermetismo, consciência... 
  • FELICIDADE!
E eis, enfim, a dimensão da felicidade, lânguida, em brisas, que vem, aloja-se no coração calmo, nada afoito, enquanto o mundo e as pessoas em desatino correm... Sinto-me grata, mais e mais, por me ser permitida a exata medida de poder voltar e refazer minha senda, com novos desafios e caminhos inusitados.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Quando parar é preciso: compreendendo as doenças como caminho da alma rumo à transformação

Imagem extraída do seguinte site para créditos: https://passagemparajapao.files.wordpress.com/2015/06/girassol.jpg
A temperatura aumenta, o corpo amolece. Dor no peito, nas pernas, falta de ânimo e de apetite: quem nunca sentiu esses sintomas por ocasião da eclosão de uma doença? O que isso realmente significa?

Podemos encarar as doenças a partir de várias perspectivas: atuação de vírus e bactérias em nosso corpo, drenagem energética, questões cármicas acumuladas e não enfrentadas, maldições, voodoo, magia, demonização, "quebranto" ou, ainda, mero desequilíbrio. 

Não importa a denominação, ninguém gosta de adoecer, não é mesmo? algo vai mal conosco e, diante do inevitável, colocamo-nos em guerra, inoculando em nosso corpo a mais vasta sorte de medicamentos, confiando piamente que esses agentes conterão todas as sensações que nos deixam desconfortáveis.

Independentemente do sentido que atribuímos aos desarranjos e às disfunções em nossos organismos, algo é certo: por trás de uma patologia se encobrem aspectos não revelados de nossa psiquê, trazidos à tona quando a plasmamos no mundo físico a ruptura da ordem em nosso mundo psíquico.

Por esse viés, a doença se confunde com nossa sombra (é umas das imanações dela), palavrinha tão mal-compreendida e temida, ante o conforto de se atribuir responsabilidade a um agente externo a nós, ao invés de nos colocarmos como protagonistas de nossa existência. 

"A sombra contém tudo aquilo que o mundo, o nosso mundo, mais precisa para sua salvação e cura. É a sombra que nos torna doentes, portanto, não saudáveis, porque ela é a única coisa que está faltando para nosso bem-estar" (2007, p. 44)

A reflexão de hoje pretende resgatar a ideia inicial de sermos produtores de nossas trajetórias e, portanto, das vicissitudes pelas quais nossas almas experimentam momentos de desequilíbrio, desconforto e dor. Em outras palavras: como aceitar, abraçar e amar nossa sombra e, a partir daí, integrá-la ao nosso universo?

Primeiro ponto para compreendermos adequadamente a patologia - sob uma dimensão mágica - consiste em superar, em nível discursivo, o paradigma dualista de explicação da doença como a resultante de um processo de ataque colegiado de organismos externos, como se fôssemos seres autômatos o bastante para, inertes, apenas aguardar a vinda desse séquito de invasores.

Longe disso, o corpo densifica e plasma o que reverbera em nossa alma de informação energética sobre o desequilíbrio: corpo e alma são dimensões quanticamente dispostas em momentos diferenciados, compondo, contudo, uma realidade simbiôntica que se manifesta em estados coexistentes. Unidades justapostas que se coligam - e não afastam - de modo a toda e qualquer interferência em um desencadear a afetação de outra área.

Os mais céticos poderão educadamente concordar e dizer: "ah, sim, MAS existem doenças que não são somatizações, não é?" Não, não é. Isso é a desculpa que a mente racional dá para negar o olhar para seu próprio campo, retornando, mais uma vez, à ideia de ataque de clones bacterianos, numa fuga do eixo de contemplação das mazelas que assolam o espírito. 

Ora, se corpo e alma são componentes justapostos e simbiônticos, a eclosão de uma patologia no corpo (momentum densificado) apenas reproduz, em nível visível e imediato, o que está a acontecer em nossa alma (estado invisível e menos densificado).

Daí, quando o corpo grita é porque a alma já está em prantos há tempos. Basta, então, observar os sinais que a doença traz, para que possamos aprender com ela as lições que nossa sombra deseja nos mostrar.

A patologia, com isso, nada mais é do que a resposta do organismo a um estado de perturbação. Dethlefsen e Dahlke, em um livro bem interessante chamado A doença como caminho, afirmam que "a doença é um estado do ser humano que indica que, na sua consciência, ela não está mais em ordem, ou seja, sua consciência registra que não há harmonia" (2007, p. 17), apresentando, assim, a ideia de manifestação latente, em nível de consciência, de aspectos inconscienciais que vão migrando para nossa percepção mais visível.

Do plano da mente superior, a sombra aglutina nossos aspectos não desejáveis - um quartinho de despejo para onde enviamos tudo aquilo que, por medo, culpa, vergonha, não desejamos enfrentar e agregar como parcela do nosso EU - formulando, assim, entidade vívida, senciente e pulsátil, a concentrar o que entendemos de negativo em nossa vida de dualismos. 

Basta, então, observar a sombra, para integrar à consciência a lição que precisamos aprender em nossas vidas. Com isso, longe de representar - como pretende a medicina tradicional (de natureza superficial e lógico-causal reduzida) um malefício, a doença se mostra um instrumento eficaz de revelação do que está a acontecer com a nossa alma, uma espécie de "termômetro natural" que nos revela o necessário para transpor a limitação que nos impomos ao longo da vida.

Mas ninguém gosta de adoecer, não é mesmo? 

Claro, pois é ruim sentir dor, ficar de cama inerte. Não se trata de se deleitar com a doença (pois a morbidez, por si, já seria mais um sintoma), mas de aceitar o significado da patologia e, sobretudo, aprender mais sobre si a partir dela. 

Como, então, aprender a empaticamente se afeiçoar à patologia? 

Compreendendo o significado latente do que ela deseja nos dizer. Abraçar a doença - e não meramente negá-la pela automática ingestão de remédios - é compreender um pouco mais sobre nós mesmos em nossas limitações, com a finalidade de superar os obstáculos que nós mesmos construímos em nossas vidas.

Sejamos, pois, os protagonistas de nossa cura e, com isso, transformemos nossas vidas em momentos de plenitude e autoconhecimento!

sábado, 12 de março de 2016

Automassagem, autoestima e leveza: dica para um bom e relaxante sono

Fonte da imagem: http://static.pratique.fr/images/unsized/au/auto-massage-masser-mains-visage.jpg
Quem não aprecia uma boa massagem? 

Rainha de todos os mimos, esse contato tão íntimo e pessoal desperta a imaginação das pessoas. Shiatsu, massagem ayurvédica, drenagem linfática ou, ainda, a massagem que os amantes chamam de tântrica (às vezes nem sabem o que isso significa, mas vamos que vamos): não importa muito o nome, mas a gostosa sensação de proximidade e amorosidade que advém do toque.

Hoje, contudo, gostaria de compartilhar a maravilhosa sensação que a automassagem nos proporciona. 

No texto publicado aqui - chamado Protagonismo e cura na terapia floral - abordei a importância de assumirmos um papel de protagonistas de nossas vidas para, com isso, empreendermos à cura de nossos estados desequilibrados de alma.

Pois bem, a partir do diálogo com essa proatividade, tenho voltado minha atenção para a automassagem, inspirada - mais uma vez - pelos sinais que a vida e as pessoas nos dão. Para mim, veio na forma de uma prática de yoga, na qual a professora compartilhou - em momentos ímpares - uma simples e poderosa receita para a conscientização sobre nosso corpo. 

Agradecimentos a ela!!!

A automassagem é um processo de conscientização corporal e cuidado com o próprio corpo, em uma atitude de amor-próprio e harmonização individual. 

Antes de realizar massagem em alguém, a automassagem permite o acesso a cada parte de nós, no intuito de compreender o funcionamento harmônico e equilibrado de nosso organismo.

O ambiente é extremamente importante. 

Costumo acender um bom incenso e uma vela aconchegante no banheiro, ao som de uma melodia calma e suave. Talvez um mantra cantado, ou, então, uma lúdica sinfonia celta. Não importa, pois o relevante é nos sentirmos bem.

Depois do banho, separe uma boa base de óleo vegetal, no qual será feita a diluição de um óleo essencial. Tenho alternado óleo de amêndoa, de uva e de maracujá (descobri agora o aroma maravilhoso, bem como o efeito relaxante). 

Fonte da imagem: http://bs.simplusmedia.com/i/f/o/beleza/conteudo/aromaterapia/oleo-amendoas.jpg
O óleo essencial - e não essência, que é tóxica para a pele - dependerá do efeito almejado. Gosto de trabalhar - e intercalar - aspectos como autoestima, foco, determinação, transcendência e amorosidade, utilizando lavanda, grapefruit, laranja doce, bergamota, lavanda e alecrim.

Fiz três frascos com maceração de folhas e ervas na mistura de óleo vegetal e óleo essencial. Daqui a pouco estarão maturados o bastante para que possa usá-los.

Comprado ou caseiro, não importa, pois a quantidade dependerá da extensão do corpo. 

Como sou alta, calculo uma base de 10 a 20 ml, na qual acrescento 2 a 5 gotas de óleo essencial. Com os mais cítricos costumo ter a cautela de usar 2 gotas e não me expor ao sol por 12 horas (como se eu ficasse mesmo torrando nele).

Fonte da imagem: http://jurovalendo.com.br/wp-content/uploads/2013/03/oleos-essenciais-caseiros2.jpg
Daí o momento mágico de descobertas: passo a mistura nas mãos e começo fazendo massagem circularizada nas articulações, primeiramente embaixo da água morna (para relaxar). Depois vou descendo para os ossos perpendiculares, alongando-os e os apertando generosamente. 

É impressionante a sensação de estar descobrindo meu corpo, como se fosse uma terceira observadora "de mim". Em certo momento, vem a sensação de ser outra pessoa a me massagear, tamanha a conscientização sobre o movimento das mãos a acalentar os braços, as pernas e as articulações. 

Uma sequência começa do ombro, perpassa o braço, cotovelos, antebraço, descendo para as coxas, o joelho, o fêmur, a panturrilha, os cotovelos e os pés. Massageio as mãos e, depois disso, faço o movimento oposto, de subida, lembrando a elevação da alma a partir da conexão dos chackras com o plano superior. 

Em cada momento mentalizo gratidão, desenvolvendo internamente uma atitude de aceitação do meu corpo, falando com a Grande Mãe sobre a integralização de cada cicatriz, machucado e lembrança da minha trajetória até aqui.

Isso eleva a autoestima de qualquer um!!! 

Sem falar na sensação de plenitude e harmonização que advém desse encontro auspicioso com meu EU. 

Depois desse percurso, retiro o excesso de óleo com água morna e, ao final, apenas toco a pele com a toalha, pressionando levemente, para que a mistura fique mais tempo no corpo. Um sono tranquilo e relaxante é o resultado dessa aventura maravilhosa de descobertas.

Experimentem!!!!!

Céad mille fáilte!!!!


A importância dos pequenos rituais na plenitude de uma vida mágica!!

Fonte da imagem: http://www.viscondedemaua.com.br/pousadafazendadomel_files/cafepousadamaua04.jpg
Sábado pode ser um dia como outro qualquer...

Algumas pessoas o dedicam para as atividades domésticas que não podem realizar durante a semana, em face da exiguidade do tempo (limpo meu banheiro nesse dia, com direito a vassourada e tudo). 

Outras seguem para o mercado, a feira, ou, então, aproveitam para descansar mais um pouquinho da jornada de trabalho da semana. Há quem vá para um parque praticar esporte, yoga, encontrar amigos ou namorar. 


Fonte da imagem:https://7em1.files.wordpress.com/2012/06/foto-1.jpg 
Não importam as motivações: no sábado as ruas ficam cheias, a energia transita para lá e para cá. 

Isso leva necessariamente à seguinte pergunta: como vivenciar a energia de sábado sem cair no ostracismo de uma vida "no automático"?

Passei a semana pensando sobre isso e, finalmente, quando estava no banho, em pleno movimento de automassagem (depois explico melhor), um insight preencheu minha mente com uma série de ideias a compartilhar. 

Bom, como seria esse estado de espírito?

CONSCIÊNCIA...

GRATIDÃO...

ENTREGA...

RITUALIZAÇÃO...

Acho que esses são os pontos-chave para uma vida feliz e plena, uma receita simples de bem-estar. 

O primeiro aspecto de uma vida mágica reside, em minha opinião, na tomada progressiva de CONSCIÊNCIA sobre o percurso. A consciência, ao contrário do que muito se pensa (hahaha, trocadilho), não consiste em um mero aspecto mental de repetição de uma ideia. 

Acredito ser uma composição entre a ideia (racional), o emocional (sensorial) e o espiritual, um equilíbrio que nos leva ao estado de languidez. Mais ou menos um preenchimento do coração, que se enche de uma alegria tão intensa que nos faz olhar para os lados e contemplar beleza onde, talvez, em outros momentos, sequer percebêssemos.

Esses dias vivenciei um estado assim, ao pegar o jipe e, ao me dirigir para o trabalho, passar pelo verde do Jardim Botânico. 

Nossa, quantas árvores! Ouvi o sussurrar delas em meu coração! Como? Sensorialidade (ouvir, ver, cheirar o aroma da chuva nas folhas), racionalidade (ideia do belo) e espiritualidade (conexão disso com a Natureza como força motriz). 

Quando respirei esse inovador ar adveio o segundo momento, de GRATIDÃO

Quantas vezes, aos invés de apenas ficar pedindo favor e beneplácito à espiritualidade, apenas agradecemos? 

Gratidão vem de gratia, graça, algo tanto sublime como gratuito, incondicional. 


Fonte da imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga8GyVn2qDa__mwCEB4nh2fHgyOHonxui7i_aCVkcrJvEjcS_YJ1BpmJTUBtnNj3aqRMVA3q5Jfz6UXxVjGJWMSYD7A4LdoecRdCGvtrDdzwxvgk2TzrylszfajXVi5O1FSPl6pNrpF4QO/s320/DSC_0039.JPG
Agradecer à Natureza por tudo que recebemos é simplesmente reconhecer o fluxo da vida e se contentar com o percurso que, a cada dia, elaboramos em nossas existências. 

Quanto mais agradecemos, mais desencadeamos poderosos processos internos de regozijo, dando um comando secreto para cada uma de nossas células e de nossos átomos sibilarem um verdeiro mantra de positividade!!!!

Ao invés de pedir, pedir, pedir insistentemente - e nada fazer no sentido de se modificar padrões internos - vamos agradecer, agradecer, agradecer simplesmente pelo dia, com tudo que ele nos trouxe de ensinamentos. 

Quando fazemos isso, a carga emocional das experiências menos satisfatórias começa a se reduzir, de modo a não mais agregarem dor quando delas nos lembramos. 

ENTREGA devocional de toda nossa vida à sabedoria do Universo é outro ponto importante. Não se trata de "deixa a vida me levar, vida leva seu (sic)" - como dito na musiquinha inocente - mas de reconhecer um plano que, ao mesmo tempo é imanente e transcendente. É simplesmente confiar que tudo está em acordo com uma tessitura espiritual perfeita e harmônica. 

Isso é mágico!!!! E RITUALÍSTICO

Ou seja, na medida em que produzimos uma egrégora recorrente, na qual acrescentamos os componentes vitais acima descritos, as relações causais se transformam, desdobram-se bem à nossa frente. Esse é o epicentro de uma vida completamente mágica: alguém duvida?

Esses rituais dão a tônica de nossas trajetória, motivando-nos a seguir a espiral de nossas vidas, com beleza, alegria, esplendor e, sobretudo, muito amor no coração. Desejo, com isso, que todos e todas possam, em pequenos rituais diários, transmutar suas vidas e alcançar a máxima realização!

Céad mille fáilte!


Fonte da imagem:http://avidaquevocequer.com.br/wp-content/uploads/2015/09/felicidade-gratidao-agradecertodososodias-agradecerpelavida-vidafeliz.jpg