quarta-feira, 18 de julho de 2018

Da areia para a Terra: sustentabilidade e economia no cuidado com os gatíneos

Hoje a conversa é sobre os queridos gatíneos e suas demandas especiais , ou seja, como lidar com as fezes e a urina e, ainda assim, contribuir para a sustentabilidade, limpeza e preservação ambiental.

Segundo dados de revistas especializadas (o que me faz ter receio, pois desconfio - e muito! - do paradigma informativo atual), o comércio faturou R$18,9 bilhões de reais em 2016 (fonte: Fecomércio), mesmo diante do desaquecimento de outros setores da economia brasileira.

Afinal, são quase 50 milhões de catiorros e 22 milhões de gatíneos, segundo dados oficiais do IBGE, que não contabilizou os seres em trânsito, ou seja, que estão aguardando a adoção. Ou, ainda, os seres abandonados ou que nasceram na rua e lá se encontram. 

Independentemente do número específico da população de seres catiorros e gatíneos, a preocupação com o bem estar, bem como a sustentabilidade do planeta estão na pauta de uma verdadeira mudança de paradigma por parte dos que convivem com esses seres. 

De início, quando comecei a acolher gatos de rua, fiz algumas leituras a respeito da higienização das fezes e da urina e, claro, fui logo parar nas famosas "caixas de areia". As mais distintas composições: sílica, argila, mandioca, dolomita, independentemente da composição, fui testando o que representava um custo-benefício adequado ao orçamento. 

Em média - considerando o alto custo de vida aqui em Brasília - cheguei a investir R$ 648,00 para a manutenção mensal das caixas para 28 gatos. Considerável valor, pensando, ainda, na forma como especificamente o mercado pet é direcionado para o consumo, ou consumismo, se pensarmos nas "vantagens" apresentadas pelos proprietários de pet e pela indústria para que compremos sempre mais e mais.

Daí cheguei a fazer uma experiência que deu muito certo, mesmo na contramão do paradigma especista dominante, que busca refutar tudo que não é considerado saudável e "bom" para os bichanos (segundo, claro, a versão oficial). Na outra casa, experimentei o uso de serragem como substitutivo da areia. 

Fiz algumas pesquisas e busquei me informar melhor com profissionais e, claro, as opiniões se dividiram.

Uns acharam extremamente saudável e positiva a substituição, enquanto outros - geralmente os veterinários e empresários pet no paradigma dominante de consumo e dualismo na ciência - entenderam existir uma série de problemas (perigo de intoxicação, alergia etc.).

Lembrei-me dos tempos em que vivia em uma estância no Sul do país e, lá, observava o uso da serragem, sem que existissem quaisquer efeitos colaterais para os seres (gatos, ovelhas e vaquinhas).

Decidi, então, experimentar. 

De início, peguei serragem gratuita em uma madeireira próxima ao local em que residia, estocando em casa o material e o utilizando segundo as necessidades mensais. Misturava a serragem mais fina com a grossa, para que os torrões pudessem ficar adequados para o recolhimento. 
Logo na primeira utilização já observei os efeitos: menos cheiro, menos volume e menos peso. A serragem, por ser mais leve, aglutinava os torrões sem que isso representasse um peso na hora do descarte. O aroma amadeirado também foi o diferencial nesse procedimento, uma vez que a urina passou a ser contida na serragem, não eliminando o cheiro ácido de amônia. 

Fui modificando, então, o hábito, observando, por outro lado, se algum gatíneo reagiria negativamente ao uso da serragem.

Sem efeitos danosos.

Aprovado! Desde então, o uso da serragem tem sido bem vindo em nosso lar.

Mudei-me há pouco tempo para um espaço maior e com arejamento. Com isso, logo busquei locais onde pudesse captar a serragem. Ganhei em termos de espaço, pois no caminho - na estrada mesmo da minha casa para a cidade - existe uma madeireira que estoca, armazena e até recicla os sacos para a serragem.

No caso eles cobram um valor bem simbólico por saco, mas, daí, ficam elas por elas em relação ao antigo fornecedor, uma vez que o deslocamento para ir até a cidade vizinha representava um gasto maior do que o valor que pago hoje no saco. 

Aliás, sai até mais em conta, pois poupo no diesel, no saco (saco é deles, aqueles de farinha, resistentes) e no tempo de deslocamento até o local. 

Os gatíneos seguem felizes, creio, e eu, realizada por contribuir um pouco com essa alegria, além, é claro, de igualmente estar feliz por conta dessas superações. 


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