segunda-feira, 18 de julho de 2016

Quando parar é preciso: compreendendo as doenças como caminho da alma rumo à transformação

Imagem extraída do seguinte site para créditos: https://passagemparajapao.files.wordpress.com/2015/06/girassol.jpg
A temperatura aumenta, o corpo amolece. Dor no peito, nas pernas, falta de ânimo e de apetite: quem nunca sentiu esses sintomas por ocasião da eclosão de uma doença? O que isso realmente significa?

Podemos encarar as doenças a partir de várias perspectivas: atuação de vírus e bactérias em nosso corpo, drenagem energética, questões cármicas acumuladas e não enfrentadas, maldições, voodoo, magia, demonização, "quebranto" ou, ainda, mero desequilíbrio. 

Não importa a denominação, ninguém gosta de adoecer, não é mesmo? algo vai mal conosco e, diante do inevitável, colocamo-nos em guerra, inoculando em nosso corpo a mais vasta sorte de medicamentos, confiando piamente que esses agentes conterão todas as sensações que nos deixam desconfortáveis.

Independentemente do sentido que atribuímos aos desarranjos e às disfunções em nossos organismos, algo é certo: por trás de uma patologia se encobrem aspectos não revelados de nossa psiquê, trazidos à tona quando a plasmamos no mundo físico a ruptura da ordem em nosso mundo psíquico.

Por esse viés, a doença se confunde com nossa sombra (é umas das imanações dela), palavrinha tão mal-compreendida e temida, ante o conforto de se atribuir responsabilidade a um agente externo a nós, ao invés de nos colocarmos como protagonistas de nossa existência. 

"A sombra contém tudo aquilo que o mundo, o nosso mundo, mais precisa para sua salvação e cura. É a sombra que nos torna doentes, portanto, não saudáveis, porque ela é a única coisa que está faltando para nosso bem-estar" (2007, p. 44)

A reflexão de hoje pretende resgatar a ideia inicial de sermos produtores de nossas trajetórias e, portanto, das vicissitudes pelas quais nossas almas experimentam momentos de desequilíbrio, desconforto e dor. Em outras palavras: como aceitar, abraçar e amar nossa sombra e, a partir daí, integrá-la ao nosso universo?

Primeiro ponto para compreendermos adequadamente a patologia - sob uma dimensão mágica - consiste em superar, em nível discursivo, o paradigma dualista de explicação da doença como a resultante de um processo de ataque colegiado de organismos externos, como se fôssemos seres autômatos o bastante para, inertes, apenas aguardar a vinda desse séquito de invasores.

Longe disso, o corpo densifica e plasma o que reverbera em nossa alma de informação energética sobre o desequilíbrio: corpo e alma são dimensões quanticamente dispostas em momentos diferenciados, compondo, contudo, uma realidade simbiôntica que se manifesta em estados coexistentes. Unidades justapostas que se coligam - e não afastam - de modo a toda e qualquer interferência em um desencadear a afetação de outra área.

Os mais céticos poderão educadamente concordar e dizer: "ah, sim, MAS existem doenças que não são somatizações, não é?" Não, não é. Isso é a desculpa que a mente racional dá para negar o olhar para seu próprio campo, retornando, mais uma vez, à ideia de ataque de clones bacterianos, numa fuga do eixo de contemplação das mazelas que assolam o espírito. 

Ora, se corpo e alma são componentes justapostos e simbiônticos, a eclosão de uma patologia no corpo (momentum densificado) apenas reproduz, em nível visível e imediato, o que está a acontecer em nossa alma (estado invisível e menos densificado).

Daí, quando o corpo grita é porque a alma já está em prantos há tempos. Basta, então, observar os sinais que a doença traz, para que possamos aprender com ela as lições que nossa sombra deseja nos mostrar.

A patologia, com isso, nada mais é do que a resposta do organismo a um estado de perturbação. Dethlefsen e Dahlke, em um livro bem interessante chamado A doença como caminho, afirmam que "a doença é um estado do ser humano que indica que, na sua consciência, ela não está mais em ordem, ou seja, sua consciência registra que não há harmonia" (2007, p. 17), apresentando, assim, a ideia de manifestação latente, em nível de consciência, de aspectos inconscienciais que vão migrando para nossa percepção mais visível.

Do plano da mente superior, a sombra aglutina nossos aspectos não desejáveis - um quartinho de despejo para onde enviamos tudo aquilo que, por medo, culpa, vergonha, não desejamos enfrentar e agregar como parcela do nosso EU - formulando, assim, entidade vívida, senciente e pulsátil, a concentrar o que entendemos de negativo em nossa vida de dualismos. 

Basta, então, observar a sombra, para integrar à consciência a lição que precisamos aprender em nossas vidas. Com isso, longe de representar - como pretende a medicina tradicional (de natureza superficial e lógico-causal reduzida) um malefício, a doença se mostra um instrumento eficaz de revelação do que está a acontecer com a nossa alma, uma espécie de "termômetro natural" que nos revela o necessário para transpor a limitação que nos impomos ao longo da vida.

Mas ninguém gosta de adoecer, não é mesmo? 

Claro, pois é ruim sentir dor, ficar de cama inerte. Não se trata de se deleitar com a doença (pois a morbidez, por si, já seria mais um sintoma), mas de aceitar o significado da patologia e, sobretudo, aprender mais sobre si a partir dela. 

Como, então, aprender a empaticamente se afeiçoar à patologia? 

Compreendendo o significado latente do que ela deseja nos dizer. Abraçar a doença - e não meramente negá-la pela automática ingestão de remédios - é compreender um pouco mais sobre nós mesmos em nossas limitações, com a finalidade de superar os obstáculos que nós mesmos construímos em nossas vidas.

Sejamos, pois, os protagonistas de nossa cura e, com isso, transformemos nossas vidas em momentos de plenitude e autoconhecimento!

2 comentários:

  1. A luz dentro de você e imensa. Aceitar a condição da vida impõem e momento de reflexão. Uma mente brilhante nunca apaga, você e a melhor mente que conheci.

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  2. A luz dentro de você e imensa. Tem a melhor mente que pude conhecer. Estado da doença e para o espirito refletir sobre a vida material.

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