sábado, 23 de julho de 2016

Meus tesauros de felicidade: o retorno à ideia mágica de simplicidade no viver

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Em meio às resoluções para um novo semestre que se avizinha - algumas ideias nem tão novas assim, mas renovadas diante da vida que se debruça em mudanças abruptas - peguei-me a relembrar momentos interessantemente bons, onde reverberava o conceito e a prática de uma vida artesanal.

O que seria isso? 

Vida artesanal, ou simplesmente o retorno à percepção frugal de uma austeridade legítima - não simplória - que remonta à saída do senso comum de uma robotização que se eleva como constante nas relações humanas. Simplicidade no pensar, agir e sentir, recompondo a presença do Eu Superior no cotidiano de nossas vidas e, com isso, integrando mente e espírito numa dimensão de auto realização. 

Tentando montar um glossário sobre como minha vidinha artesanalmente mágica exprime o que de mais vívido e especial em mim, achei umas categorias, tesauros em torno dos quais orbita o retorno àquela lânguida sensação de leveza interior, como se a agitação de águas turbulentas cedesse espaço, enfim, à paz de espírito em uma constante de elevação. 


Tesauros são palavras de significados afins. Segundo Currás, trata-se de "uma lista autorizada, que pode conduzir o usuário de um conceito a outro, por meio de relações heurísticas ou intuitivas" (1995, p. 85), sendo, assim, uma espécie de catalogação de palavras a desembocar um mesmo campo lexical ou contextual. 

Ainda que meu pequeno dicionário da felicidade contenha palavras distintas, o que importante é o vínculo de bem-estar correlato a elas: todas se somam no sentido de apontar para a realização do espírito, depois de um período de intensa agitação, a partir do qual repensei minha vida e atitudes, resgatando, assim, a trajetória na senda espiritual que se imanta no plano material.

Quando sentimos algo sair de prumo, o sinal, dali adiante, mostra a necessidade de voltar e apaziguar o espírito, ainda que as resoluções sejam entendidas como ortodoxas e exageradas. Como saber, afinal, se são? Simples: se fizer e sua alma ficar ainda mais leve, então fez a coisa certa. O coração se enche de realização e, ao final, tudo se encaixa perfeitamente.

Meus tesauros de felicidade

  • amizades, reciprocidade, veracidade, transparência, desapego, adeus, olá;
  • yoga, meditação, automassagem, autocura;
  • alimentação orgânica, feira do produtor, leite da fonte na garrafa reciclada pet, rúcula, agrião da terra;
  • compostagem, reciclagem, adubo, jardim de ervas;
  • brechó (usados), roupa artesanal, botinha da feira;
  • jipe Bambam, carro usado (vida útil de 1.000.000 km);
  • ensino e aprendizagem, sala de aula, alunos e alunas, eu-aluna, eu-facilitadora, ego jurídico decadente na ignorância;
  • Antropologia jurídica, fenomenologia, empírico, antroposofia, Steiner;
  • Física quântica, Amit Goswami, Capra, Bohm;
  • Lua, Sol, equinócios, solstícios, supernovas. 
  • Ecofeminismo, sagrado feminino, Vandana Shiva;
  • Gatos e cachorros, Natureza, cachoeira, água, terra, fogo e ar; 
  • ancestralidade, patrilinearidade, matrilinearidade, sacralidade, hermetismo, consciência... 
  • FELICIDADE!
E eis, enfim, a dimensão da felicidade, lânguida, em brisas, que vem, aloja-se no coração calmo, nada afoito, enquanto o mundo e as pessoas em desatino correm... Sinto-me grata, mais e mais, por me ser permitida a exata medida de poder voltar e refazer minha senda, com novos desafios e caminhos inusitados.

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