terça-feira, 24 de novembro de 2015

Agrimony: o que se esconde por detrás de um sorriso contínuo?

Fonte da imagem:http://www.totalhealthylifestyle.com
Hoje vou fazer alguns comentários sobre o floral agrimony, derivado da agrimonia eupatoria, um arbusto longilíneo que lembra espículas. Cresce até uma altura entre 30 a 60 cm e a flor amarela dura apenas três dias. 

Na classificação proposta pelo Dr. Edward Bach no livro Os remédios florais do D. Bach (São Paulo, Pensamento, 97, p. 82), Agrimony aloja-se nos florais para as pessoas com extrema sensibilidade a influências externas e às opiniões alheias

São pessoas que sempre estão felizes, alegres e contentes, mesmo diante de uma tragédia, pois se trata de uma máscara bem elaborada para não lidar com os problemas (máscara para os outros e para si).

É uma fachada bem construída em cima da aparente simpatia, negando os problemas e fugindo deles, pois o indivíduo Agrimony gosta sempre de enxergar o mundo com lentes cor-de-rosa, evitando, a todo custo, indispor-se com alguém, já que não deseja perder sua popularidade (SCHEFFER, 2015, p. 37). 

Por isso não gosta de desavenças, brigas ou desentendimentos. Com ele/a não vale a máxima "pago uma boiada para não entrar numa briga e duas para não sair dela", pois o Agrimony não quer entrar em briga, com ou sem boiada!

Excelentes amigo/as, sempre estão a sorrir e brincar, uma forma jocosa para que não olhem no espelho os próprios problemas, dos quais, a bem da verdade, fogem ao menor sinal. 

A fim de não se encarar, a pessoa Agrimony sente sempre a necessidade de estar em grupo. Afinal, quando estão rodeado/as de pessoas, não se torna necessário olhar os próprios dilemas existenciais.

Drogadição e alcoolismo, além de pequenos vícios ocultos, fazem a tônica do tipo Agrimony, o que o/as leva não ter muito poder de resistência e determinação. 

Scheffer comenta o caso de uma mulher em estado negativo de Agrimony, que assalta a geladeira todas as noites, sobretudo quando os pensamentos negativos (que ela insiste em negar e esconder sob a máscara) lhe assolam a mente (2015, p. 37). 

O lado sombra é sempre negligenciado, pois o indivíduo Agrimony não deseja ver além de sua luz, ou melhor, da máscara de alegria que utiliza na interação com o mundo. Aliás, em uma metáfora pouco singela, o Agrimony é o grande palhaço triste: aquele que ri dos outros e de si, mas que, por dentro, sofre quando pára para pensar em seus dilemas.

Não raro vemos pessoas extremamente otimistas que, ao falarem sobre si, até mesmo na hora em que apontam defeitos, comentam "meu defeito é ser muito sincero/a" ou, ainda, "meu defeito é ter um grande coração"(?). 

Ou seja, os aspectos negativos presentes no estado de alma em desequilíbrio são varridos do emocional visível do indivíduo com Agrimony negativo, pois ele/a só enxergar "o lado bom das coisas", o tempo todo, ainda que uma bomba atômica caia em sua cabeça, numa espécie de síndrome de Pollyanna (leiam no livro o "jogo do contente").

Para onde vai a tristeza nesse mar de felicidade irreal e exacerbada?

Para o quarto de despejo do subconsciente, local onde é alimentada sempre que o Agrimony recebe o impacto em sua lente-cor-de-rosa. Quando percebe, já lotou um quarto inteiro, extravasando ou somatizando em doenças o estado anímico não enfrentado.

A terapia com Agrimony restaura o estado de alma consciente, que passa a encarar, de frente, os obstáculos como acontecimentos corriqueiros em uma trajetória de crescimento moral e espiritual.

Com isso, a pessoa não mais "correrá" de seus problemas, muito menos os encobrirá com a máscara de felicidade. Antes, a alegria em um estado Agrimony será genuína, e não uma falsidade a sufocar a sombra. 

Os conflitos - internos ou externos - serão encarados com maturidade e administrados sem que, para isso, a pessoa simplesmente os negue em meio a um mar de felicidade falsa. 



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