quinta-feira, 14 de maio de 2015

O holismo terapêutico e as insuficiências da medicina tradicional


Fonte da imagem: http://thumbs.dreamstime.com/z/grupos-de-ervas-curas-na-parede-de-madeira-almofariz-com-planta-secada-42912062.jpg
De todas as versões explicativas de uma enfermidade, a mais usual e reproduzida - como um mantra insistente de convencimento e anestesiamento -consiste em atribuir, de maneira causal e determinista, a responsabilidade a uma entidade virótica ou bacteriana, um "bichinho" que entraria em nosso corpo, vindo do espaço sideral para se alojar em nosso corpo e avassalar nossa alma.

O malévolo bichinho, dentro desse paradigma, precisa ser aniquilado, o que é feito, com "sucesso", por meio de uma medicação forte - antibióticos, anti inflamatórios e vacinas -prescrito por um renomado profissional da Medicina, hábil a identificar o processo invasivo que o bichinho faz e salvar a alma destinada ao purgatório.

O "anjo da cura", vestido de branco e munido com sua varinha de condão (caneta que rabiscará editos ininteligíveis) é, por vezes, quem selecionará o séquito de pessoas que contemplarão o milagre do convalescimento, representando o papel do guerreiro a ceifar o "bichinho" alienígena, expurgando-o de nosso corpo e restabelecendo nossa saúde.

Ainda que ironizada na versão acima, essa é a maneira pela qual boa parte da ocidentalidade enxerga a doença: organismo externo à nossa pessoa, que deve ser tratado com medicamentos baseados ora em outros organismos mortos, ora naqueles da mesma espécie, sob o argumento de provocar no corpo o impulso de promover a cura.

Outra forma, menos disseminada no senso comum e aplaudida no paradigma holista, percebe a doença como parte da cura da alma. Paradoxal? Doença como cura? Não, se consideramos a enfermidade como a resultante de um processo interno de conflito, que expõe nosso organismo à necessidade de maior observação e cuidado.

Nesse aspecto, o bichinho (vírus e bactéria) é um mero coadjuvante no evento, uma espécie de catalisador que não retira ou desnatura a preponderância de nosso campo energético-espiritual em elaborar suas sombras e somatizá-las na forma de enfermidade, para que nos atentemos disso e, para além da doença, possamos confrontar nossas mazelas e superar os motivos pelos quais o conflito se estabelece.

Nessa perspectiva - que tanto pode ser de interpretação, quanto de vivência - ficamos doentes para que possamos encarar nossas limitações, crescendo espiritualmente a partir da ideia de autoconhecimento. 

Não se trata de expiação ou culpa (olhar a doença como mecanismo de autoflagelo), mas de simples percepção que a enfermidade pode encobrir eventos e processos internos mais complexos, nos quais a omissão no enfrentamento acarreta a recidiva.

Tenho percebido, a cada dia, isso, a partir da contemplação do meu ego em desfragmentação. Um padrão que se desconstrói: pagar plano de saúde, ir ao hospital, enfrentar filas dignas de SUS, entrar em um consultório e falar sobre sintomas e não sobre sentimentos e sensações, ter um palito de picolé enfiado garganta abaixo, receber um papel com uma receita na qual consta um antibiótico que a indústria oferece ao médico como amostra patrocinada (os homens de maleta), pegar um atestado para entregar no empregador ou onde quer que seja.

Sinceramente?

Pode até ser compreendido como um mecanismo de automedicação, negação, teimosia ou o que, mas participar dessa pantomima pode se tornar extremamente cansativo, principalmente para quem não acredita nisso. 

Particularmente nunca acreditei em medicina alopática como instrumento global e integrativo de compreensão e incremento da saúde, uma vez que não contempla o fenômeno nas bases acima descritas. Limitado, prefere "atacar" sintomas a se ocupar de uma anamnese mais profunda do espírito.

Minha mãe e avó sempre cuidaram de mim - com eficácia, carinho e humanização - fazendo uso da homeopatia e fitoterapia, no holismo e na conexão com o curso da Natureza. A partir disso, compreendi a cisão entre a Medicina alopática e a alternativa, até mesmo como uma maneira política e ideológica de construção de reserva de mercado.

Não foi à toa que, a partir do séc. XVII, as práticas artesanais de cura começaram a ser renegadas pela incipiente Medicina, e as praticantes, queimadas vivas, ao mesmo tempo em que o conhecimento médico passou a ser privilégio de homens da elite (aristocracia).

Mais tarde, fruto do incremento da razão no Século das Luzes, intuição, sensitividade, espiritualidade (não me refiro à religiosidade) e conexão com a Natureza deixaram de figurar na agenda curativa, passando a uma posição subalterna e proibida, cujo tabu se estende até os dias de hoje.

Basta eu falar, por exemplo, que não quero ir ao médico ou que estou fazendo homehealing para meia dúzia de pessoas me olharem com cara de espanto, achando-me pedante em pretender saber mais do que os médicos. Não se trata de saber mais, e sim de não confiar e acreditar. Não nesse modelo desgastado e desumanizado.

E mais, trata-se de 42 anos de percurso em outra via, uma que, até então, tem resolvido todos os problemas. Já aprendi que, quando tomo própolis diariamente, não fico gripada. E, quando já estou gripada, expectoro em um dia. E que álcool nas extremidades baixa a febre, ao invés de me entupir de remédios que atacam o estômago e mascaram o mecanismo natural de aviso.

Que alho aumenta a imunidade, bem como a pimenta, alivia a circulação. Tudo isso e mais um pouco, mostrando que a alopatia tem muito mais a aprender com a medicina natural e alternativa do que podem supor as pessoas. E que, sobretudo, utilizar a vida para estimular o organismo (a exemplo da homeopatia), é bem melhor que introduzir a morte para assim fazê-lo.

E, o mais importante: autoconhecimento. Auto observação. 

Perceber o que tem acontecido emocionalmente em nossas vidas para desencadear o processo de enfermidade. Uma dor de garganta por não ter falado algo (ou falado demais), outra no estômago por não ter digerido direito algo ouvido ou vivido. Por aí vai. 

E, claro, nada de assumir nisso ataques psíquicos, emanados por pessoas, porque isso, sinceramente, é trocar seis por meia dúzia, uma bactéria por uma pessoa. Se algo nos atinge é porque indiscutivelmente estamos na vibração necessária para a energia ser conduzida. Simples assim. Se estiver certa, continuo no caminho da boa saúde. Se estiver errada, tenho a eternidade e várias encarnações para aprender o certo!




Um comentário:

  1. Adorei!!! Muito instrutivo e inspirador. A natureza é sábia! Há tantas alternativas que me espanta o quanto as pessoas continuam andando na contra-mão e se afastando cada vez mais do natural, do ancestral, da própria vida...interessante também nos atentarmos a prevenção como um caminho a ser adotado, por meio da alimentação natural, livre de químicos, conservantes, agrotóxicos. Além dessa medida preventiva, busquemos também a meditação, a yôga, a acupuntura, o reiki, a massagem...temos que nos integrar a estas práticas que nos conduzem ao auto-conhecimento.
    Gratidão pelo seu texto Alessandra! Um forte abraço _/\_

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