domingo, 29 de março de 2015

Quando é necessário cortar o mal pela raiz...

Mais um impacto nesta semana: Angelina Jolie operou o útero, ovário. Arrancou logo tudo, com a finalidade de evitar o câncer. Já tinha feito o mesmo com os seios. O que desperta o debate, contudo, é que todos esses procedimentos foram realizados sem que uma só célula eivada pelo câncer já existisse.

Foram as estatísticas em cima da constatação - via exame - de células passíveis de desenvolverem câncer. Só a probabilidade bastou para La Jolie tomar uma decisão corajosa e remover tudo que, em seu corpo, poderia desenvolver campo fecundo para essa nefasta doença.

Cortou o mal pela raiz, sem pena. 

Sem dó, ou piedade. Poderia nunca se desenvolver o câncer? 

Sim, provável. Poderia aparecer? Sim, mais provável ainda. O grande ponto é que, sendo provável, ou não, La Jolie, antevendo probabilidades, não quis perder tempo em esperar para ver o que seu destino -e células - prepararam para ela.

Antecipou-se em cima do que era evidenciado dentro do campo do possível e tomou sua decisão. Não olhou para trás, bem como não quis "pagar para ver" o que, em sua experiência, parecia ser o óbvio a acontecer, pois o câncer havia devastado as mulheres de sua família. 

Para não ser pega de surpresa diante do que viu como inevitável, agiu. 

Foi acusada, condenada, aplaudida (como sempre, polêmica). Mas, acima de tudo, agiu, quando, ao contrário, muitas mulheres não fazem, jogando-se, assim, no precipício, quando, adiante, o padrão aparece.

Esse tipo de prevenção pode soar maluca - acredito que só é porque é a La Jolie, que é estereotipada como "excêntrica" (palavra politicamente correta para quem é tido por louca), mas, de fato, os avanços da Medicina já permitem procedimentos que aumentam a qualidade de vida. 

Nunca se imaginou, um dia, poder se rastrear uma célula hereditariamente hábil a produzir uma doença. Quando isso finalmente é possível, abrem-se portas para a superação da obviedade. Parabéns pela escolha! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário