domingo, 10 de novembro de 2013

O fim do ano e o início de uma hibernação...


Finalizei mais um relacionamento...

De fato, seria um igual a tantos outros (novidade), pois o final desse ciclo se deu pelos mesmos motivos dos anteriores: falta de afinidade espiritual, desqualificações do Sagrado Feminino, menosprezo pela figura da mulher e, sobretudo, a básica mentira estrutural em face da estima no dedão do pé.

Seria essa a marca da pós-modernidade? Homens machistas atávicos, com inveja das conquistas femininas e que fazem o máximo para arrebanhar algum tipo de benefício em uma relação de parasitismo? Não sei.

Mas para que esse post não se torne uma "ode a um fim de relacionamento"  a amargar o coração de quem o lê, eis, enfim, a razão pela qual me animei em escrever e compartilhar minhas reações e meus sentimentos: pela primeira vez não chorei ou derramei lágrimas pelo relacionamento findado

Não senti arrependimento por estar fazendo o que entendia ser a coisa certa. Acredito até que tenha sido a primeira vez em que não olhei para trás para verter lágrimas: elas simplesmente não estavam em meus olhos para serem derramadas. Ao contrário, ao terminar essa saga abri um sorriso iluminado no rosto e respirei tão profundamente que pensei que fosse voar com o peito tão estufado!!!!

Em outras vezes, a despeito de me sentir livre e plena novamente, costumava chorar como forma de representar meu luto. Sofria, prostrava-me em silêncio para sentir uma dor lacerante que a ausência da pessoa fazia em minha vida. Dessa vez não sinto ausência, saudade, muito menos dor por ter empreendido à finalização de algo que ab initio estava fadado à extinção precoce.

Terá sido esse sentimento a impedir o pranto?

Não sei, pois apenas sinto uma enorme alegria em estar comigo novamente. Há tempos não sentia o prazer de cozinhar para mim, pois nos últimos meses, confesso, havia recebido tantas críticas em relação à minha comida que me tornei tímida e parei de cozinhar. 

Mas a última semana mostrou para mim que sou muito mais do que alguém possa me julgar, principalmente alguém que usa paleta em isca, amassa-a em um rio de alho, frita-a até torrar, mistura com macarrão passado -  al dente fake - e mistura no fogo com maionese. 

Aliás, alguém deveria falar com essa pessoa que maionese perde sua consistência e estrutura quando aquecida e que minhas potencialidades são importantes para mim e reconhecidas, de fato, por quem efetivamente gosta de mim e quer o meu bem. 

Foi importante essa crítica porque me mostrou as reais intenções da pessoa para comigo: desqualificar-me para que se sinta melhor nas potencialidades próprias em que não acredita. Desacreditar tudo ao meu redor para se sentir menos incompetente consigo mesmo... Mas enfim.

Voltei aos meus programas de deliciosa solitude, indo à Torre de TV, tomando meu café ou chá, buscando - em um ritual de descobertas - meu bem-casado de baba-de-moça. Tudo tem sido de redescoberta de mim. Até o doutorado está com um peso menor, pois decidi que farei tudo na medida do que puder fazer. Não deixarei o mundo opor a mim um cronograma que afeta diretamente minha essência.

É tempo de hibernar, apesar de eu ter saído de uma caverna. Como explicar esse paradoxo? Hibernar para permanecer nesse caminho um bom tempo, para que outras experiências possam vir em um contexto diferente, que não seja parecido com os padrões que desenvolvo. Sinto que a cada experiência, contudo, depuro tais padrões pois, se não evito o relacionamento ao menos tenho levado menos tempo - cada vez mais - em identificar a dissonância e finalizar o liame.

Agora meu coração me pede uma parada para uma depuração final de mim mesma... O que virá depois? Não sei, mas me encontro feliz qualquer que seja o resultado!

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