domingo, 12 de agosto de 2012

Cerimônia do adeus...


Muitas experiências maravilhosas aconteceram essa semana, trazendo ao coração a sensação de plenitude e calma, numa incomum certeza de trilhar o caminho certo na saga de cumprimento de meu destino...

Numa incomum cronologia inversa, ontem entreguei meu Samurai ao seu novo proprietário, despojando-me desse automóvel que me trouxe tanta alegria ao longo de três maravilhosos anos em que estivemos juntos. Tudo nele foi especial, a começar da compra, pois, sozinha, fui atrás do que desejava: um jipe para minhas aventuras na Chapada!!! 

Lembro-me como se fosse hoje olhando no jornal, indo até a loja e levando o Samuca para o Makoto dar seu aval em relação ao estado do bichinho...

Tudo isso no embalo do que sempre julguei ser a autonomia: tomar minhas decisões e seguir no controle dos meus atos, não deixando minha felicidade ser decidida por ninguém mais além de mim...

Ontem,contudo, pensei que ficaria triste em entregar o Samuca...

A chave desapareceu, faltou luz e o portão não abriu, acordei tarde. Mas, ainda que essas pequenas sabotagens revelassem algo abscôndito em meu espírito - não querer entregar o carro - a entrega foi feita, com o desejo latente que o Samucão faça seus donos felizes, tanto ou mais do que fez a mim. 

No dia anterior tinha ido à Festa do Advogado e da Advogada, no Clube do Exército, uma ocasião muito especial em que me senti nas nuvens comigo. Fui atrás de um lindo vestido esvoaçante, bons brincos, pulseiras, anel. Uma sandália linda. Maquiagem bela, com meus cabelos presos, personifiquei a deidade, permitindo que a Deusa se apoderasse de meu corpo e me encaminhasse para esse evento, onde dancei muito, ri muito e, acima de tudo, estive comigo o tempo inteiro.

É muito bom não validar a própria vida a partir do que as outras pessoas esperam de mim. É muito bom não ter indecisão a embalar meu caminho e, nela, não machucar quem me ama... 

É muito bom consolidar o foco de minha vida na constante redescoberta de quem sou, pois, preenchendo-me de mim, posso acolher, de maneira honesta, o outro. Fui para o baile com um amigo muito querido e, juntos, dançamos muito, divertindo-nos com intensas gargalhadas, em meio ao salão repleto de pessoas conhecidas.

O mais interessante foi ver nesse rol intenso de felicidade a resultante de uma semana que se iniciou - pasme - com o encontro providencial com um ex-namorado, no qual ele olhou para mim e desviou o olhar, como se nada tivesse acontecido entre nós. Veio à mente a percepção sobre como uma pessoa pode ser tão pouco generosa com a Vida, o bastante para pretender - sem sucesso - fazer com que a outra pessoa fique triste. 

Ele deve estar com raiva de mim, ou, pior, deve estar com muita raiva dele mesmo, por conta das imaturidades que resultaram em nosso fim. Acho que o olhar dele refletia o imenso vazio de sua alma, bem como a escuridão em que costuma militar em sua inerente forma de viver a vida de maneira pouco generosa e irresponsável.  

Oro aos deuses e às deusas, todos os dias, para que ele se encontre e, nesse encontro, assuma a si mesmo e, com isso, seja menos infeliz do que é...A julgar pelo olhar frio, penso realmente numa máxima que sempre ouvi de minha mãe: as pessoas dão o que têm. Ele, ao que parece, somente é capaz de dar aquilo mesmo: miséria.

Ainda que eu achasse estranho isso - afinal, ele sempre se dizia de outro planeta e de outro mundo, um mundo aquariano de pessoas evoluídas - o suceder de maravilhas que, a partir dali aconteceu, trouxe-me, ainda mais, o alento e a certeza que estou mesmo no caminho certo e que estar ao lado dele não seria o caminho mais correto. A prova é tanta que, após o rompimento, tudo que estava estático em minha vida começou a fluir novamente...

Por isso, agradeço imensamente ao providencial encontro com essa alma, já que sua presença em minha vida serviu para me mostrar que minha sina, enfim, sou eu quem faço, e que não devo esperar um milagre de outra pessoa, pois não tenho sequer direito ou legitimidade de mudar ninguém. Por outro lado, posso e devo mudar a mim, já que tal mudança mudará, também, o mundo ao meu redor... Muito obrigada a você, meu amado (sim, sim, amor não morre e não deixamos de amar ninguém, apenas não convivemos mais) por me preparar, com seu olhar de ódio e pretensa indiferença (burro, pois indiferença não se demonstra assim), para toda a alegria que vivenciei depois...Grata!!!

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