sábado, 29 de outubro de 2011

Ouvindo os ciclos internos de renovação...



Existe um ditado popular de sabedoria incomum, apregoando que "para o novo entrar, o velho precisa sair". Longe de ser um convite ao expurgo - puro e simples - de paradigmas e modelos que já não mais fazem parte de nossas experiências, esse dito mereceu minha reflexão ao longo de um processo de muita introspecção, tendo como resultado - mais uma vez - um momento doce de dizer adeus, mesmo diante do pulsar do coração em prol da alma que eventualmente amamos.



Não!! Calma!! Nada de dor desta vez! Aliás, ultimanente minha sina tem me brindado de um continuum da mais pura calmaria interna, mesmo que o mundo, lá fora, esteja beirando o mais profundo caos.



Não estou vendo o caos, pois desde quando o raio caiu aqui na antena de tv a cabo, minha vida tem sido mais fecunda de pensamentos e reflexões ímpares, que estão a mover as peças do meu tabuleiro chamado "vida" [lembro-me de Gandalf dizendo que "pieces are moving", lembrando-me sempre da fluidez e da impermanência que, só agora, mais amadurecida, consigo sentir habitar dentro de mim].



As lágrimas de outrora - reflexos de um ego calejado em se fazer de vítima existencial de uma "teoria da conspiração cármica", cederam espaço ao suspiro lânguido de estar fazendo o que se deveria fazer, ao mesmo tempo em que a alegria - apenas ela - passou a habitar a memória de reminiscências recompostas, habitat de outras demandas encarnacionistas que, na espiral cósmica que a Grande Mãe nos revela, traz algozes e vítimas para o compartilhamento das experiências de superação recíproca.



Nunca tive dúvida do grande e sábio sistema que a Natureza-Mãe se nos coloca para a composição das almas que precisam seguir adiante: tod@s somos espelhos que projetam, reciprocamente, expectativas não cumpridas, promessas desfeitas e dor, sentimentos que, ao longo de eras e eras, pressupomos ter como depurados, para que as almas outrora desafetas, possam seguir incontinente seus maravilhosos rumos espirituais rumo ao Infinito.



Mas, em meio à tanta teoria - muitas leituras, muitas práticas e vivências em vários nichos - nunca tive a oportunidade de internalizar os ares dessa mudança: sentir é bem diferente de pensar e, dentro disso, definitivamente é pelo sentir que o caminho da transcendência e do conhecimento etéreo é plasmado em nossos trilhares.



Talvez porque as experiências pretéritas tenham definitivamente trazido para minha alma a "sensação" de serem realmente aprendizado. O que desejo compartilhar, como o tema que propus em cima do dito mencionado, é mais ou menos isso: para as novas experiências de vida terem anteparo no sentimento, o racional (esse velho decrépito, fruto de uma apartação forjada, já lá na Grécia pós-socrática e perpetuada, em um segundo momento, pelo Renascimento Iluminista) precisa ir embora...



Quando é hora de dar adeus, é hora de dar adeus, pois os ventos frescos da mudança não sopram em meio ao que está petrificado em espírito...



É "deixar de pensar" e se lançar no devaneio da nau sem rumo? Não, não é a isso que me refiro, mas, antes, à necessidade de sentir mais e racionalizar menos, porque os verbetes "e se", "quando", ou "por ventura" sempre nos colocam na exata angústia de um sofrimento que, de fato, no mundo, sequer existe - a não ser em nossas cabeças...



Com essa sensação da mais pura bem-aventurança, que venham os finais de tantos ciclos quantos forem necessários para que todo esse movimento me leve, ao final, para o abraço acalentador do pós-vida, entregando-me ao Infinito com a certeza de que fiz e dei o melhor de mim nessa linda encarnação! Fàilte, novo ciclo em mais outros tantos ciclos de Luz!

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