Viajei aos céus e me embriaguei do mar
mergulhando nas profundezas das dores que me faziam fugir de mim.
Pranteei aos deuses meus delírios
ouvindo o doce som de uma melodia de silêncio
a falar, o tempo inteiro, sobre as coisas que, um dia, hão de ter fim!
Assustei-me e voltei, abrindo meus passos em longas escalas
nos contratempos atribulados de um compasso a se repetir
Na brevidade de uma música que sabe, ao certo, do seu passado
a se processar na continuidade do ruir.
Acalanto da amorosidade de um ruído que se anuncia
Latente ordem de rumores que se impactam ao menor sinal de vida
Sim! Pulsa-se a vida para além de mim...
Que mim? Que ti? Que nós?
Os mesmos que se confundem com as flores e os espinhos dos caminhos.
Lembrando da estrada cheia de experiências!
Colhendo, vertendo, sorrindo e lamentando, por que?
Nem bem sabemos, pois o que se sabe além do próprio desconhecimento?
Que se sabe? A viagem que se sabe é a mesma que se lança, por vezes,
na inteireza dos fragmentos que vão se recolhendo
à sombra dos vales nunca dantes percorridos!
Rompidos outrora pelos percalços
de desnudos calços, tão efemeramente datados...
Sentenciados ao amor eterno na busca incessante de si...
Ao final, que final? O mesmo que encerra o selo do início
Contido no pranto de adeus que acena para a irmandade do "olá"
Vida-morte-vida
Fim-início-fim
???
Faces de um mesmo Janus já tão cansado de não saber qual face virar
Acobertado pela máscara que ousou em si prostrar...
Vazio que se busca no outro com quem se confunde!
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