quinta-feira, 14 de julho de 2011

Os muros de pedra quedando ao solo de brisas infindas...

Um mundo de intensas experiências conduzindo a alma para outros percursos: eis-me aqui em novas re(des)construções, retirando cada pedra dos muros contidos de mim, para, num sopro, erguer sob a brisa a impermanência de tudo...


Acordo refeita - talvez desfeita do que sequer encabeçou a concretudo - acalentada pela esperança de volta ao lar. Que lar? Aquele aconchego que se dilui de minha materialidade, para me fazer dormir na serena ponte entre o ser, o estar e o simplesmente viver.


A morada de um doce abraço de mim, beijada em espírito pela grande horda atônita dos que tanto me acariciam, dizendo, a toda sorte, "vá, lance-se no fiel retorno às origens". Receosa, mas confiante na estrada cujo caminho já não me é tão estranho, lampejo diante da marca lânguida de um voo ornado de glórias dipersas na imensidão do Infinito que irradia do opúsculo de energia infinita. Eis a alma, sem fim, que a tudo assiste e se delicia diante dos espetáculos de vigor para os quais se encaminha.


Quantos caminhos poderei viver em uma vida? Quantas escolhas serenas poderão advir da intensidade do aprender? Dicotômicas matizes de honra, glória, humildade e serenidade, podem residir um pequenino corpo, que se desloca diante do Cosmos que se me amplia?


Feixes etéreos brandam vozes de inteireza: contradizem-se diante do fragmento de incerteza, salntando aos olhos por força da mensagem do Universo integral, perfeito, divino e imaculado, despido de véus, ritos, liturgias: apenas o silêncio e, com ele, a vacuidade do Amor que transborda, aos poucos - aos muitos - por cada um dos poros desse corpo, que insiste em procurar os seus.


Seus? Meus? Nossos? Quanta propriedade ainda pode persistir numa dimensão atônita de sereno caos em que posses, riquezas e farturas quedam inertes diante da aparente certeza paradoxalmente crida? Não sei, nada quero saber de mim diante do que se revela como profundas lembranças que insisto em não mais reter na memória.

Desfaleço, criando uma ponte sem sentido, mas confiante no devenir sem expectativa... É o mundo que se me atravessa, como uma lacerada contusa de marcos ainda não transponíveis, mas que se avizinham, aos poucos, no horizonte pulsátil que sempre se remodela.

Abraço-me na esperança de me reencontrar no cálido semblante de quem, um dia, pôde se dizer...apenas... AMOR!

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