domingo, 29 de maio de 2011

A analítica do poder na gestalt patriarcal

Gostei do título e ele não foi sem propósito: trata-se de uma sutileza semântica para expor aqui, em rede, a perversidade com que uma colcha de retalhos patriarcal é tecida em face de instituições totais.

Goffman já havia escrito a respeito delas em Prisões, manicômios e conventos, mas é bem verdade que penso, do auge de minha morada, que o rol do título poderia ser ampliado, dada a esquizofrenia (politicamente correto é falar em bipolaridade) contida no totalitarismo mascarado de democracia. O lugar de fala? Se eu falar perde boa parte da graça...

Não resiste à analítica de poder em Foucault, sempre capilarizando um poder não apreensível além do que seria um exercício de microcosmos... É como no desenho acima, o Panopticon de Bentham: uma instituição de maximização da vigilância com otimização de custos. Um pessoa no centro, a olhar para o todo e decidir o destino de uma humanidade...

Pergunto, com base nos romanos, cujo pedigree insistimos em invocar: quis custodiet ipsos custodes? É a falha do totalitarismo, pois, no escalonamento de poder, ao final, não encontra legitimidade. Assim é a gestalt patriarcal, que precisa se estabelecer com base na estrita vigilância e no medo bulímico...

Há 4 anos estava decidida a me retirar de um palco egoico que insisti em ingressar. Ensaiei, escrevi até artigo de opinião, na esperança que, algum dia, tudo pudesse ser bem diferente.

Hoje, em minha volta, além de perceber que muito pouco mudou, ainda, de maneira impressionista, percebo a mediocratização das relações humanas, transformadas e transtornadas, emblematicamente, em aparentes lisonjas e urbanidades que encobrem uma disputa emergencial de vaidades...

Sim, muito pouco mudou... Mas o pouco já é o bastante para reacender o fogo do repúdio a fazer parte da mesmice. Não dá, não dá, não dá...

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