terça-feira, 29 de março de 2011

Retorno triunfal aos largos braços da ancestralidade...

Tempos de hibernação não existem aleatoriamente: são feitos para a introspecção, o mergulho dentro de si ante a certeza de ser o momento necessário para profundas reflexões. Assim como a sábia Natureza se prepara no outono para a chegada do frio, precisamos nos acalentar, dia após dia, imersas em nossa mais entranhada zona de aconchego, para, quietas, lânguidas e calmas, podermos nos nutrir para o enfrentamento dos percalços do frio externo, dos predadores e das intempéries que ameaçam nossa existência... Depois de muito tempo hibernando, hoje decidi acordar saudando minhas origens céltico-galegas... Logo pela manhã celebrei minhas ancestrais, meus ancestrais, deidades que, antes de minha efêmera e maravilhosa existência, já aqui se encontravam, preparando a terra - e seus mistérios - para minha chegada nessa era, nesse plano. Reconectei-me, revigorada, aos antigos mistérios da Terra, da Água, do Fogo e do Ar, saudei o panteão antigo daqueles e daquelas que, nessa Terra Hi-Brasil, acolheram meus antigos... Olhei, enfim, para as fotos do meu clã, dispostas, uma a uma, numa mágica linhagem: minha bisavó, avó querida (ainda conosco) e, por fim, minha grande mãe. Lembrei-me do dia de domingo, da minha data solar, desfrutada com parte do meu clã que, há tempos, eu não via. Tudo, enfim, igual ao que sempre foi, porque linhagem, hereditariedade, clã e sangue são realidade que nos agrega, vincula-nos ao que existe de mais real, crível e magicamente visível: nós mesmas! A música e a poesia estavam presentes... Da janela do escritório - de onde escrevo, sempre cercada de plantas, do Sol e da Vida - sinto-me grata pelo simples fato de haver renascido esse Equinócio de Outono. Gratidão... Lembrei-me que já havia um certo tempo desde a última vez em que ergui meus braços para empunhar meu athame aos céus e a terra... Mas, quando assim novamente fiz, foi como tempo algum tivesse passado, porque a centelha renovadora do abraço forte da matrilinearidade veio ao meu encontro! A chama que outrora eu achava estar perdida, por fim, mostrou que sempre estivera aqui me acolhendo em seus longilíneos braços, convidando-me a experienciar, mais uma vez, o balé dos elementos e da mágica contida no Universo. Os ritos sagrados possuem a mágica propriedade de formar egrégoras de força e energia, que não se dissipam tão facilmente, ainda mais quando se está diante de uma linhagem de pura força, o clã daqueles que deixaram suas marcas aqui para que meu DNA pudesse me fazer ser exatamente o que sou. Daí a (re) conexão ser apenas um acesso a uma energia que já está em mim... Basta me lembrar quem sou...

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