terça-feira, 8 de março de 2011

Há muito de fraqueza no que se toma como a mais forte virtude...

A (in)capacidade de cumprir promessas advém da fraqueza inerente ao ressentido que esconde do mundo o que traz de pior em seu caráter.

Quanta simplicidade pode residir em um olhar de si?

Para Nietzsche,

"O homem “livre”, o possuidor de uma duradoura e inquebrantável vontade, tem nesta posse a sua medida de valor: olhando para os outros a partir de si, ele honra ou despreza; e tão necessariamente quanto honra os seus iguais, os fortes e confiáveis (os que podem prometer) – ou seja, todo aquele que promete como um soberano, de modo raro, com peso e lentidão, e que é avaro com sua confiança, que distingue quando confia, que dá sua palavra como algo seguro, porque sabe que é forte o bastante para mantê-la contra o que for adverso, mesmo “contra o destino”-: do mesmo modo ele reservará seu pontapé para os débeis doidivanas que prometem quando não podiam fazê-lo, e o seu chicote para o mentiroso que quebra a palavra já no instante em que a pronuncia"

Apenas o forte, pleno de si empenha sua palavra, não porque seja difícil fazê-la, mas, porque sendo livre em relação à vontade, decide fazer dela o que melhor lhe aprouver. Mesmo contra o destino. Uma virtude, enfim, e não uma moralidade de doação para alcance de um além-túmulo que nos coloca, no agora, a projetar um devenir que não existe...

O que acho providencial em relação aos carneiros - os cordeiros que se mostram adocicados - diz respeito ao fato de motivarem, uns dos outros, a violar as águias, ou, ao menos, a tentar. Mas nada modifica a Natureza, pois carneiros sempre serão carneiros e nunca passarão do chão. As águias, contudo, podem voar e pousar...

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