sábado, 19 de fevereiro de 2011

Mulheres inteligentes, escolhas insensatas?

Conheço muitas mulheres admiráveis e, confesso, meu olhar de admiração talvez possa residir na projeção e na afinidade em relação às características que marcam a minha personalidade: fortes, poderosas, plenas, empoderadas, inteligentíssimas.

Mas, ainda que seja assim, ad + mirar é, em certo sentido, olhar em paralelo, de modo que a projeção, mesmo que presente, não desnatura as qualidades que residem nessas maravilhosas Mulheres de Gaia.

Dotadas de racionalidade sagaz, rapidez e requintes de genialidade, são autônomas e independentes economicamente. Excelentes profissionais, acadêmicas de mão cheia, todas respeitadas em seus respectivos nichos de atuação, nas mais distintas áreas.

Pessoas que realmente fazem diferença como seres humanos a extrapolar os limites de sua pequenez para se entregarem à maravilhosa aventura de se doar para as causas pela humanidade.

Ativistas, atuantes, preocupadas com a sociedade, o planeta, o meio ambiente mas, paradoxalmente, despreocupadas consigo, o bastante para empreenderem a nefastas escolhas, segundos critérios "cinderélicos" de escolha quixotesca de príncipes encantados.

Ou seriam "encatados"? Enlatados?

Não sei, mas penso que, em meio a tantas conquistas por liberdade e respeito, de maneira contraditória procuramos relacionamentos de desrespeito, deslealdade e mentira. Ou seja, na luta emancipatória, parecemos reproduzir a mesmice de escolhas baseadas em ilusões bem montadas por nossa atividade cerebral enganada pela mente que se desconhece nos processos e labirintos que mesmo fabrica.

De mulheres empoderadas passamos - permitimo-nos passar e, ao mesmo tempo (por que encobrir? Somos ludibriadas SIM) - por marionetes à mercê de laboriosos discursos, que vão, em nível de elaboração, desde o mais imbecil, até, no meu caso, com um estelionatário emocional, um patamar de "responsa".

Por que insistimos em enxergar o parceiro numa dinâmica de acobertamento dos déficits que, no caso do universo masculino, são e forma exata e pontualmente os marcos que trouxeram mais sofrimento ao feminino?

Numa espécie de passeio lúdico num parquinho de diversões, optamos por pactuar com as mentiras, legitimamos a omissão. Contentamo-nos com migalhas do egoísmo com que constroem suas vidas e seus barquinhos de papel à deriva...

Passamos a mão em suas cabeças, imitando suas mães oligofrênicas e neuróticas, colocando-nos, quase sempre, a ocupar um papel pífio de maternidade projetada na qual, bem sabemos, haverá o consolo na "boceta" de uma "amiga" - quando não, em um relacionamento "aberto": afinal, que homem transpõe o tabu e se deita com a mãe???

Somos instadas - dentro de uma dimensão estilo "Madre Teresa de Calcutá" a "perdoar" e "compreender" a sacanagem do outro, passando por cima de nossa dignidade que, pouco a pouco, num verdadeiro ciclo de violência doméstica, esfacela e denigre nossa dignidade. Isso porque, afinal, na hipocrisia da fala religiosa - escrita por homens, dotados de falo, claro (nunca vi Deus descendo aqui e pegando numa caneta) - "eles não sabem o que fazem". Sabem, sim! E muito bem! Fazem isso há pelo menos 3.000 anos de jugo em relação ao desrespeito à mulher.

Por que pactuamos a mentira hipócrita de tentar nos convencer a respeito de "mudanças" vetoriais nos comportamentos dos nossos "amados"? Afinal, citando a fala de um amado sociopata que conheci sob a alcunha de um respeitável profissional, somos primatas" e, dentro dessa inexorabilidade, repetimos padrões. Esqueci apenas de falar que o dele é de sociopatia e assassínio. Hehe, mas é assunto para outro post.

Pois bem: exigimos muito de uma espécie - sim, acha que pessoas assim são, afinal, padrão mesmo, de outra espécie - que nào pode muito mais do que as parcas sinapses regadas por esperma e testosterona podem oferecer... Queremos muito de seres imbecilizados e infantilizados por suas mórbidas mães, que juram, ao final, estarem fazendo o melhor por seus filhinhos, dizendo para eles, a todo tempo, que são 'reizinhos'. Quem não cresce deformado moralmente diante dessa atrocidade?

"Reizinhos" precisam de súditos, ou melhor, vassalas para lamberem seus "sacos reais". Reizinhos precisam de um arsenal científico a justificar sua superioridade a partir da teorização da "porra" que jorra de seu pinto em contínua derrocada gravitacional.

Reizinhos precisam de imbecis a teorizarem Édipos, falos, vaginas dentadas e bocetas "engolidoras" porque, no fundo, temem, como fracos que são, serem 'engolidos' pela complexidade e inteireza de uma fêmea. Temem a caverna escura, úmida e quente porque, num piscar de olhos orgástico, a vagina se contrai e ameaça quebrar o falo ereto: a arma de empoderamento do primata decadente.

E nós, diante desse espetáculo, apenas nos compadecemos da miséria masculina...

2 comentários:

  1. Oi Alessandra!

    Que texto reflexivo menina!...Ando cansada de ouvir um questionamento ao meu respeito: Deve ter algo errado em você por ser assim inteligente e estar sozinha... O que eles não percebem é que não encontro alguém que me instigue a investir na relação...Meu lema é antes sozinha do que mal acompanhada, tão complicado assim entender algo tão simples...

    Até

    Beijos

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  2. Oi, Roseli! Pois é, diante de tantas experiências bem frutíferas decidi me colocar à prova e o resultado não poderia ser outro: o profundo mergulho em quem realmente sou, para que não me pegue a fazer pactos de mediocridade.
    Cansei deles...dos pactos e dos homens imbecis que circulam por aí...blargh!

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