sábado, 11 de dezembro de 2010

O que vem depois da felicidade?

Acordei embalada pelo abraço caloroso da Grande Deusa, beijando-me a face ternamente e me dizendo que minha sina estava se cumprindo. Pouco a pouco, todos os medos que ainda jaziam em minha alma calejada foram sendo gentilmente deixados de lado para a entrada da luz a povoar os espaços seculares entre cada um dos meus átomos.

Sim, liberdade!

A liberdade de não temer mal algum, não prantear o devenir que se esquadrinha logo agora, na materialização a prometer a pujança de um mundo novo que se revelou para a alma que se liberta de seus receios, medos, condicionamentos.

Onde existe liberdade permeia o amor imaculado, sem receio e sem condição de entrega, pois o coração - ah, esse coração acobertado de prantos silenciosos que se propagam no tempo - não mais se condoi pela impermanência. Ele é o próprio atropelo do amante cálido que sabe de seu destino ao final do dia. Tantos rios distintos em tantas trilhas que me fizeram diferente em cada momento peculiar de destemor na entrega...

Onde existe liberdade em se superar queda a felicidade em romper barreiras - quaisquer que sejam - para a explosão do que, ao final, era secreto: o simples sentimento de incondicionalmente se entregar. Lançar-se no vão profundo de um cânion silencioso e intenso, povoado por mistérios a serem descobertos, pouco a pouco, pela exploração cuidadosa e sem pressa, do andarilho que, passo a passo, começa a desbravar locais nunca antes percorridos em meio ao fogo.

A cada reverberação de estrelas pulsantes dentro de mim, a alegria contagiante ocupou seu espaço de sempre. O riso voltou ao semblante que trazia dúvida, o maremoto de intempérie cedeu local para a languidez da tranquilidade.

A era da mudança, enfim, atingiu seu apogeu... O que vem depois de tamanha felicidade?

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