domingo, 28 de novembro de 2010

Perdida em mim para me encontrar em você...

Queria saber como me perdi em mim para encontrá-lo, pois, assim que me encher de mim novamente, minha plenitude não mais acomodará espaço para seu o diletantismo de uma profecia que nunca irá se cumprir. Perdida em holocausto, não existi, por módicos segundos, dentro do meu nicho de certeza e, vagando intrépida, julguei, lamento, que me revelaria um mundo ao me deparar com você.

Encontrei o que estava incólume em um canto escuro indecifrável, jungido em vestes adornadas por diamantes que apenas me lembram como o cintilar da pedra escoa o sangue vertido da Terra desentranhada. Os fantasmas reclusos na imensidão de um aconhego que exala tédio, comodismo e pervesão saudaram-me, todos eles, bailando em valsa rumo ao cadafalso do além-morte que, um dia, trará pelas mãos, em salvaguarda, a vida.

Encho-me de mim e repleta de meus fluidos divinos, afasto tua presença docemente, embalando-o numa canção de ninar, para que nos braços da inconsciência idiossincrática, o eterno sono nos aproxime. Eis-me aqui, firme, forte, poderosa e plena, tão frágil, simples frágil, doce frágil de ardência que, adiante, queda-se em incontida imensidão.

Tal qual um Sagrado Cálice enebrio-me de mim para, plena de mim, você não existir. Está, não é, perfaz, não retém, em largos passos de identidade que se projeta, nos recônditos refúgios do que fui... um dia!

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