quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A explosão de mil Universos em mim...

Olho o céu povoado de estrelas e vejo minha própria alma fluindo vagarosamente em cada uma delas, refletindo na leveza do que desponta de brilho em meus olhos quando me lanço em direção a um caminho que nem bem sei qual é. Estrelas de agora que já mais nem sequer existem, lembranças de tantas memórias que, assim como as estrelas, povoam apenas a eternidade de meu olhar que se depara com o Infinito...

Em largos passos tenho pressa, na ânsia de me refestelar em dádivas que saltam da abóbada para o fundo de minhas carnes. Trêmulas carnes que faíscam na magnitude do meu signo de chamas, espreguiçando-se, pouco a pouco, para bradar, em labaredas que se amontoam, na amplitude do que reverbera dentro de mim com princípio ativo do Universo.

Oh, doce Universo, perdido em meio a tantos firmamentos que, outrora, despregaram-se de minhas entranhas. Alcançaram os montes de incontáveis pastos, verdes pastos, que alimentaram meu espírito com a presença ancestral dos urros de meu povo sagrado...Solo sagrado, mundo sagrado que trago para viver no hoje o que, quem sabe, um dia, tantos outros chamaram de presente. Um devenir perdido em meio ao que ficou para a memória, relato do que se chama viver...

O Universo se faz ali, impermanente, imerso no embalo de um lindo sonho, que se confunde com o relato de minha jornada, para além da vida e da morte, encontrando-se, mais adiante, com o abraço fraterno de quem sempre esteve comigo...

Doce Universo de terras, águas, ares e fogos, tisnando, pouco a pouco, na opulente maestria dos segredos antigos, a efemeridade do que está aqui e, mais além, desaparece, como o éter que sempre esteve aqui, sem nunca, dantes, aparecer aos olhos insensíveis ao mágico infinito.

Meu corpo arde em múltiplas centelhas, confundindo-se com o outro numa velocidade atônita. Mistura-se em meio a cheiros e toques. Enebria-se com a possibilidade do não acontecer, confunde-se com a seara do que já foi...perdeu-se, vingou, feneceu...

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