sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O vento sopra e acaricia a terra fecunda de ideias

Mais um dia de surpresas, em que a Natureza veste seu manto e nos embala delicadamente em um véu de suntuosa chuva.

O cheiro da terra molhada lembra o aroma da mulher em transe, no cio silencioso da Terra, que se infla, esperando a semente levada pelo vento. O som das gotas lembra sinos, ao longe, em múltiplas sonoridades que, ao final, cantarolam um coro monotônico, harmonizando-se com o som Universal do silêncio.

Em fim de tarde aqui estou, saudando os ancestrais de minha linhagem, conectando-me ao panteão primevo de meus dias, ao mesmo tempo em que me delicio com a recenticidade do que me surge como o "novo".

Em cada minuto de renovação, tudo é eternizado, como a chuva que, caindo sempre, mais e mais, possui o dom se se fazer presente em meu coração, que pulsa, como cada gotícula a bater no solo sedento. Coração que se lança em voos cada vez mais ousandos, para sair da permanência da ilusão de si, lançando-se na via larga do espaço infinito dentro de mim.

2 comentários:

  1. olá! hoje também aqui por Portugal choveu muito... essa relação do som das gotas de chuva com o seu coração é uma imagem linda!
    beijos

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  2. mui grata, Arkana! o som das gotas realmente cintilam aqui dentro do eito...

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