quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O Sagrado Feminino e a simetria nos relacionamentos

Um grande feriado de revelação dos segredos da Grande Mãe: essa foi a dinâmica de Alto Paraíso, do Moinho e de São Jorge, no périplo astral de uma egotrip em nível de tantas experiências compartilhadas com almas afins.

Conheci as maravilhosas benzedeiras que há 40 anos fazem os "pêlos de santos", biscoitos afarinhados que são escaldados e, depois, colocados ao forno, formando uma crosta crocante que derrete na boca. O trabalho delas começa no dia 08 de outubro, seguindo até a véspera do dia 12, ocasião em que uma novena é feita, reunindo até 450 pessoas na casa da Dona Severa.

Tirei fotos de uma gamela cujo comprimento beira 1,50 m: toda feita no recorte da madeira, reunindo a massa que será sovada pelas mãos mágicas das mulheres empoderadas da família da Dona Severa. Um detalhe interessante, ali: os homens não ficam presentes. Apenas um se encarrega de manter o forno a lenha aquecido e ligado, enquanto o Seu Zé mói café!

Uau! Sem deixar de mencionar o altar para a Santa, que me lembrou muito a cena de Brumas de Avalon, quando, ao final, Morgana se depara com o mundo Antigo cristianizado, por meio da reverência à Nossa Senhora. Segundo ela, apenas uma mudança de perspectiva, pois, quando antes a Grande Mãe era reverenciada como sendo a própria Natureza, no mundo cristianizado ela retorna com a roupagem da Grande Mãe, apropriando conceito de Mater para a genetriz do Salvador.

Outra questão muito legal disse respeito ao reencontro com almas de outras épocas. Sabe a sensação de pertencimento à antiga linhagem de casas ancestrais afins?

Essa foi a constante durante boa parte do feriado, porque, em cada conversa, reminiscências se revelavam. No início, assustei com algumas, energias muito toscas de controle e competição, mas, depois, relaxei com todas elas, pois, afinal, refletem apenas minha própria percepção dos monstros internos que estão sempre presentes na senda espiritual de repaginamento de nossas mônadas.

Legal me observar observando o devir.

Voltei à matiz de compreensão da necessidade do estabelecimento de relações interpessoais que estejam balizadas na simetria, e não no truncamento de arquétipos e matizes de controle. Vi-me imersa num caldeirão de marcação territorial e ri muito de mim mesma, pois, por vezes, por me sentir insegura, já "fiz xixi" no solo, achando realmente que algo ou alguém seria "meu por direito".

O que mais me impressiona é a previsibilidade disso tudo, o tempo inteiro, na repetição insconciente (será?) dos padrões, quer seja num apontar de dedo, ou, ainda, num "singelo" - porém contundente - comando de "faz tu, faze você".

Como trazemos marcas do tradicionalismo e de autoridade... Como que, fundados e fundadas na dimensão do ego, destilamos veneno e induzimos, o tempo, inteiro, nossos pares, a acreditar que somos "os reis e as rainhas" da cocada. Sobretudo, como chamamos qualquer relação de controle de "amor", na superficialidade de nossas idiossincrasias mais profundas.

Nossas, quantas lições agradáveis, ao lado de pessoas agradáveis! Mestres e mestras de meus caminhos!

Tudo à luz abençoada da Grande Mãe!

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