terça-feira, 5 de outubro de 2010

A nobre arte do iogurte...

O ofício do iogurte...Ao contrário do que aparentemente pode ser simples, o preparo artesanal do iogurte é uma arte cuja técnica é conhecida por muitos, mas, cujo dom poucos recebem. Uma espécie de "predestinação gastronômica" separa nobres e plebeus na cozinha, de modo a existir um abismo quase intransponível, quando percebemos que nosso iogurte talha ou azeda.

É simples fazer um iogurte, não?

Para alguns, basta comprar a maquininha - como, aliás, tem sido o consumismo desenfreado de aquisição de máquinas para tudo, basta ver as propagandas de vendas plea televisão - para outros, basta comprar o iogurte, pois, afinal, alguém já se deu ao trabalho de fazê-lo. Isso mesmo, quanto mais alienação de si e do mundo, melhor para o automatismo mundial, sempre sedento de consumidores ávidos por novidades bababescas.

Mas, quando se acaria o leite delicadamente na panela, quando se toma sua temperatura (mamadeira de neném) na palma da mão e, sobretudo, quando se coloca o iogurte branco envolto no cobertor para "descansar" (enquanto as bactérias fazem naturalmente seu trabalho), a recompensa é a desaceleração de um mundo artifical, para o deleite de uma percepção de vida e de mundo que nos enriquece!

Quem não aprecia um iogurte natural caseiro, que podemos misturar com as amoras frescas que brotam, às pencas, do jardim?

Eis o sentido da arte, a arte zen do iogurte caseiro.

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