quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O vôo libertário dos Ensaios anárquicos do dia 23 de setembro


Estou passando para começar a contagem regressiva para o dia do lançamento do livro "Ensaios anárquicos sobre o Sagrado e o Feminino" no dia 23 de setembro, a partir das 20h00min no Espaço Cultural e Taberna Mittelalter (http://www.mittelalter.com.br), localizado na SCLN 203, bloco C, loja 59. A capa, reproduzida logo abaixo, traz uma idéia do caldeirão de textos e pensamentos reunidos durante dois anos de introspecção.

Não se trata "tradicionalmente" de um trabalho acadêmico, estudo ou de uma estatística, mas do que meu coração e minha mente produziram durante o tempo de latência para o doutorado.
Por outro lado, não posso deixar de considerar que minha concepção sobre direito, ciência, academia, filosofia e conhecimento pretende articular galerias e superar a tendência "engavatadora" e dogmática com a qual fui adestrada na faculdade.

Entendo que isso somente é possível a partir da apropriação de alguns paradigmas emergentes de superação de limites epistêmicos, na compreensão a que Boaventura de Sousa Santos faz referência, quando aponta para o autoconhecimento que cerca o processo de conhecimento, encurtando distâncias empirícias (e por que não as reduzindo) entre observador e "objeto".
Subverte, é bem verdade, um pouco (mentira, muito) a zona de segurança e conforto que o chão representa para os pés, mas liberta, como o vôo solitário da humana que se descobre transcendente ao violar o interdito da gravidade!

Como o tempo é de "crise" e toda crise supõe entropia (estado de desagregação de sistema), senti-me confortável em escrever porque, de fato, sinto-me confortável na entropia, afinal, estudar sistemas dissipativos, teoria do caos e mecânica quântica traz esse conforto.
Meditar e praticar yoga alimentaram o alento diante da potestade do vazio. Pronto! Eis que surge, assim, a mágica da superação da fragmentariedade e é com essa sensação que me lanço, mais uma vez, em mais uma aventura!

Esse será o primeiro de muitos que virão pela frente, com a repaginação de alguns paradigmas em minha vida pessoal, profissional, acadêmica e espiritual.

Decidi transformar minha perspectiva sobre a vida e o Direito em escritos de facilitação para as pessoas que desejarem ingressar nessa "senda".

Estou me preparando para os escritos em direito penal, processual penal e, sobretudo, a querida lei Maria da Penha, carro-chefe de todo um trabalho profundo de reflexões.

Mas, para o novo ingressar, o que está aqui dentro precisava sair e, dentro disso, lancei-me na tarefa de colocar em textos esparsos compreensões - ainda que muito provisórias - de mundo. Elas vêm e vão, no giro da roda da vida, lançando ao mundo - talvez a partir do meu pequeno mundo - mais diversidade.

O livro - uma subversão entre ensaio e pequena autobiografia - dialoga com temas importantes na atualidade em que se discute gênero e relacionamento, ciência e crise, com o diferencial de se articular com um dos meus temas preferidos, a mitologia celta, dentro da qual a figura da mulher-deusa apresenta peculiaridades desconhecidas do nosso Universo simbólico.

Ele foi feito artesanalmente, sem subvenção alguma a não ser de minhas economias, maravilhosamente suadas! Na cara e na coragem, corri atrás e descobri que tudo é possível nessa vida, conquanto lidemos com as limitações que colocamos no caminho e, sobretudo, dentro de nós.

Nessa tarefa estiveram diretamente presentes o Tulio, elaborando poeticamente um prefácio para situar o leitor e a leitora sobre os escritos, bem como a Juliana, que escreveu a orelha do livro, fazendo com que as lágrimas sempre vertam por conta da singeleza do texto. Esse é um diferencial enorme, que aponta para um sentido de COM PAR TI LHA MEN TO. É um opúsculo familiar, a bem da verdade. Da família que escolhi por desígnio do coração...

Falando mais sobre o livro, achei interessante esse diálogo como uma maneira simples de cumprir uma missão de que me imbuí, há tempos: ajudar, dentro da minha esfera de atuação, mulheres que, como eu, algum dia, experienciaram momentos de violência, em qualquer nível.
Autoconhecimento e conhecimento, ajuda e autocura.

Mas, ao invés de narrar dor e amargura, as páginas irônicas e nietzschianamente coroadas de sarcasmo são a maior prova da transformação dos medos e das dores em lições de crescimento. Por isso a perda do medo em me expor e compartilhar com quem amo tudo isso.

Como diria Cora Coralina, estou recriando minha vida, sempre, sempre, plantando roseiras e fazendo doces!

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