terça-feira, 27 de julho de 2010

Indo e vindo ao mundo para simplesmente...amar!

Um dia escutei que não se vive de amor numa cabana na praia.

Escutei, captei, internalizei e com medo de cada uma dessas palavras, cumpri o script de me empenhar em "ter" o bastante para ir, talvez, a um Resort em uma praia paradisíaca no Caribe, pois, daí, lastreada, o amor não precisaria de muito mais... Ledo engano!

Descobri, aos poucos, que a felicidade de amar realmente está numa cabana à beira-mar. Sim, daquelas, mesmo, choupana, de portas abertas para a brisa, cheia de areia e maresia. Cheirando a peixe, o maravilhoso peixe pescado na hora por quem não está muito aí para os ditames de um mundo louco de aquisição e poder.

Uma cabana interior construída "apenas" (e que apenas) com a simplicidade de se permitir amar incondicionalmente, sem os usuais "mas" que impomos à alma como requisito essencial para sentir. A cabana de se despojar de tudo que não diz respeito ao estado de bem-aventurança contido no que o mar representa - imensidão, democracia, igualdade...

Desde quando "sentir" demanda condicionamento? Quando foi que tripudiaram, assim, da linda música que falava no amor na cabana? Desde quando o mundo virou esse local tão acinzentado, onde, para ser feliz, necessito de uma longa lista de utensílios básicos, todos eles vinculados ao que o dinheiro pode adquirir?

Tantas pessoas ostentam chalés, viagens, ritmos, frenesis, mas, internamente deixam de sentir o amor simples, aquele, da cabana. Talvez, quem sabe, nunca tenha existido tamanha doação, porque dentro de tamanho mar de ilusão gerado pelo comando de uma mente condicionada, supervalorizam aquilo quem em si, nada tem de valor. NADA mesmo.

Qual o valor em um pedaço de lata onde me insiro como couraça, enfrentando espaço e tempo para me deslocar? Afinal, o pensamento e a energia são tão mais rápidos. Qual o valor em cada peça de roupa que ostento para tentar moldar meu corpo ao sentido da dinâmica de mundos que se espera de mim? Muito pouco, pois a casca não revela a alma.

Qual o sentido de me refugiar em meio à desolação de buscar, sem sucesso, algum tipo de fórmula mágica para que possa me adequar ao mundo que me empurra algum tipo de foco, de objetivo? Meu objetivo - único - é ser FELIZ, meu foco, único, é viver cada momento de minha vida como se fosse o último dia nesse plano, aproveitando o que se apresenta para mim diante das escolhas que faço.

Responsabilidade? Obrigação? O que são? Linguagem armada para limitar a alma.

Alma plena, livre, bem-aventurada, não necessita de limitação. "Disciplina é liberdade" - já dizia Renato Russo, sem que fosse compreendido em suas palavras. Obrigações, responsabilidades, códigos, leis, normas, direito, dever, apenas existem porque internamente o espírito não liberto se condiciona a agir em detrimento de sua essência.

Quando agimos na expressão mais pura do que reverbera dentro de nós, não existe fardo algum. Não há responsare, obligatio, porque passamos realmente a enxergar no outro nós mesmos e, daí, tratamo-nos com amorosidade...

Surto psicótico, síndrone de Burnout, bipolaridade. Rotulem como a mente desejar e puder, mas amar na cabana de pau-a-pique é mais sólido do que fingir amar num triplex em Dubai...

2 comentários:

  1. A felicidade está nas coisas mais simples.
    Isso é fato.
    Namastê, minha querida amiga!
    Ronald

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  2. Hare om tat sat, mo charo!

    Simplicidade rima com felicidade!!!

    Hey ho!

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