quinta-feira, 1 de julho de 2010

Fim do mundo, Armagedon, Kali Yuga e plic-ploc

Gosto de todas as visões armagedônicas oferecidas pelas religiões esparsas no mundo, porque NISSO - exatamente NISSO - existe um coro uníssono, entoando que "algo irá acontecer" (haha, sempre algo está acontecendo, mas, enfim, é outra conversa) e que "um ciclo irá se fechar". Minhas esperanças de "somos, enfim, todos um" encontra alento nessa perspectiva de co + incidências sobre as expectativas de cada nicho religioso para um "fim do mundo".

Identifico-me, porém, com a noção de "ruptura" quântica: um elétron recebe um "quanta"- ou pacote - de energia e, diante de miulhões de possibilidades para se manifestar em vários lugares, "escolhe" um em parceria com o observador que o analisa. Daí, recebido o impacto do colapso de onda quântica, o elétron escolhe para não mais se adequar ao subnível de energia.

Isso é evolução em nível atômico.

Para o que está acontecendo (tudo sempre está acontecendo) - penso - acontece o mesmo...

Estamos todos e todas imersos em possibilidades de colapsos, acompanhando a transição planetária e dos eixos da Terra. Mas, para quem não está sensível aos novos rompimentos, a lógica é a da truculência mesmo.

Aliás, a máscara das instituições e das pessoas que dela fazem parte está, pouco a pouco, caindo: as pessoas que têm presença de espírito em conformidade com o novo milênio ficam (o ficar, aqui, é no sentido de "estar em si", no eixo de equilíbrio interno, mesmo diante do aparente caos), para a construção de um mundo novo; as que vibram ou representam o paradigma decadente são expurgadas numa autofagia avassaladora (loucura, violência, desrespeito, sofrimento consigo).

Dentro desse mundo novo que se abre, onde estamos?

Mais especificamente, onde está o conflito dentro de nós?

No "ego pula-pula", a porção temerosa em termos do crescimento. A máscara que está sendo confrontada na abertura de nossos zíperes.

Todos e todas estamos abrindo os zíperes da vestimentas incômodas que não comportam mais nossas essências, mas, para trocarmos de vestimentas, precisamos, NO'MÍNIMO, olhar para as que trajamos e observarmos que estão "fora de moda" no CFW (Cosmo Fashion Week).

Por sobre o zíper existe sempre o ego saltitante, que não deseja romper com nada disso, porque acha que ficará só. Vem o medo, a ansiedade, a frustração, enfim. Quando nos deparamos com reações em face dos outros é isso: estamos nos deparando com os egos pula-pula dos outros, em oscilação harmônica com os nossos, em afinidade.

Como aprender com isso? Simples, um exercício de fenomenologia: saindo de si e observando um sistema "outro-eu", a partir do "enxergar a si" em várias dimensões (sua posição social, política, econômica, religiosa, enfim, seu locus)

O que tomo como exemplos mais imediatos - por fazerem parte da minha vida - são o Judiciário, a academia, as instituições religiosas e as relações inter-subjetivas homem e mulher. Sobre as últimas já fiz muitos comentários, de modo que irei me concentrar nos três primeiros itens consolidados.

Muito simples observá-los no "stand by" da fenomenologia: basta deixar sua intuição (intuição aqui na acepção científica de treinamento de campo, a partir da sensibilidade) ir na frente a partir do foco que mais atrai toda a rede hidropônica de ignorantes jurídicos: PODER.

É um exercício de tentar "ver além": todos e todas podemos e conseguimos fazer isso. Um novo mundo se abre quando olhamos com "o olho invisível" o código binário que movimenta todo esse sistema.

Amit Goswami (A física da alma e O universo autoconsciente) e Depak Chopra (A cura quântica) fazem menção ao "colapso quântico": somos previsíveis porque estamos desacordados para nossa capacidade de extrapolar os limites da mesmice existencial da matéria, mas, ao nos permitirmos vivenciar experiências de saltos, passamos a produzir em nossas vidas "milagres", que nada mais são do que os saltos quânticos...

Quando damos saltos, porém, o ego (lembra dele?) quer saltar também, quer pular para não ficar só. Por isso que o ego evolui também na sabotagem diante da evolução de nossa trajetória.

Exemplos? Nossa, vários...

Coexistência de egos que se encontram, identificam-se, vêm e vão... Tratam-se "bem", mas, ao menos sinal de descontentamento ou frustração, "alfinetam-se". É a conversa fiada do "amor que acaba" (hehehe, a confluência dos egos é que desponta!!!). Nossos "encontros de alma" (rotulamos em primeira mão para nos sentirmos seguros e seguras) que revelam, de vale-brinde, o "encontro de egos".

Nesses encontros egóicos fluímos, seguimos a "onda", mas, em dado momento - geralmente naquele em que a consciência rompe e observa o ego sendo "mala-sem-alça", a beligerância se instala entre nós. Magoamo-nos uns aos outros (ou umas às outras) e ficamos nas tentativas e erros, testando-nos mutuamente.

Isso é fazer parte de um Universo de causa e efeito de verdade! O resto é conversa fiada.

Eis a minha bronca com instituições religiosas de matiz cristã (todas, sem exceção): não reformulam hipóteses e não se oxigenam para unificar mente e corpo.

E, além disso, trabalham no paradigma de culpa, mesmo falando em não-culpa (jogo dos 7 erros: qual o ponto em comum entre essas duas frases: a) tenha culpa, irmão; b) não tenha culpa, irmão?). Para bom ou boa entendedor(a)...

Falam muito em tratamento, caridade, mas não colaboram para o acesso individual às mazelas, que são colocadas na masmorra e pretensamente superadas (são recalcadas) pelos atos de cáritas e estudos de convencimento racional.

Difícil? Não, é dolorido...

O discurso "racional" das "filosofias" religiosas (principalmente a partir do final século XIX, em que alguns gatos pingados vão ao Oriente e se descobrem umas toupeiras) é montado para "enganar" - infrutiferamente - o ego inteligente e fazê-lo - na porrada - apreender algo que não apreende porque é necessário autocompreensão, auto-cognição e disciplina de si.

Essa foi a "novidade" percebida no Oriente e "trazida" para cá... Meditação, chackras etc. Só esqueceram de trazer a superação do paradigma da racionalidade, óooooo!!!!

Daí, tal literatura é digerida como novidade, mas conflita com o mundo desconhecido da psiquê. Ao final, é um superego, novamente, ligando todo mundo... Enquanto está todo mundo achando que está se descobrindo, na verdade, está todo mundo se mascarando. hehehe, enfim.

Mas, voltando e, agora, passando ao Judiciário, que é naturalmente o palco mais visível dessa ruptura porque institucionalmente agrega a consolidação - em rede - de vários egos agindo no inconsciente.

Existe um inconsciente institucional a criar e manter os modelos de austeridade e castração para que essa 'coisa' permaneça em pé. É da natureza do superego (castrador) traçar limites para que possa existir, caso contrário, deixará de existir no mundo e, mais uma vez, sendo parte do ego, teme, tal qual Cronos e Zeus, lembram? Cronos engoliu os filhos porque temia que a profecia de ser derrotado por um deles se realizasse... hehehe, colapso quântico, pois ele criou a realidade e foi, mesmo, derrotado porque sibilou em harmonia com seu mantra pessoal "serei derrotado, serei derrotado, serei derrotado".

Assim, galera, aguentemos um pouquinho mais, pois isso tudo de que faz parte está em pleno Kali Yuga...e o romper de um novo cenário precisará de pessoas com novas idéias. O melhor que podemos fazer é buscar realmente quem somos é e qual é a nossa no mundo, sem o chucrute purpurina de inventar desculpas do tipo "quero fazer justiça" e "sou o baluarte da paz" , porque em idos de ruptura é a demanda da alma no caminho de se descobrir que é a tônica...

Poucos e poucas entendem isso...Quando descobrimos quem somos, de verdade, o que desejamos, a partir do desvendamento de todas nossas mais profundas mesquinharias, nossos medos, nossas invejas, raivas, déficts, enfim, quando olhamos de frente para a sombra, ela passa a ser luz...daí, não precisamos mais justificar opiniões com baboseiras, porque, seguros e seguras de nós mesmos e mesmas, não precisamos repetir frases de efeito que apenas legitimam o que, de fato, não está dentro de nós mas que , no desespero pela redenção, queremos mostrar aos outros que temos.

Foi esse o compartilhamento a que me propus a fazer... comigo e com o mundo...

2 comentários:

  1. Achei demasiadamente interessante essa postagem. Me fez refletir muito.

    Tenho 18 anos, sou Cristã, mas devo admitir que concordo plenamente com você.

    Paz e bênçãos sobre ti e parabéns pelo blog!

    Gabriela

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  2. Muito grata!

    São reflexões em cima de vivências, da retirada de umas lentes para a colocação de outras...ou, sei lá, sem lentes mesmo...afinal, o essencial é invisível aos olhos mesmo...e só o coração enxerga...fàilte!

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