quinta-feira, 20 de maio de 2010

O ser e o nada jurídico...

Não sei, ao certo, entendo que tudo está meio fora de tempo: a complexidade em que o ser humano se reinventou e descobriu tem sido incompatível com a clausura autista que, em todos os níveis institucionais, erigiu-se como uma barreira à redescoberta do próximo.

Em relação ao sistema jurídico, judicial, ministerial e todos os -ais, vejo, percebo, sinto e reflito, que a pancada ainda é mais densa, porque internalizamos a essência de uma autocracia medieval, não passamos pela experiência do republicanismo (república nessa tríade legis-exec-jud?), muito menos pela consolidação de um compartilhamento de projetos do que é ser-um-brasileiro.

Vivemos encobertos - e não descobertos por Portugal - e, silenciando-nos enquanto a negritude era empurrada para as galés, a pobreza para os manicômios e prisões, as mulheres para as propagandas de cerveja - em corpos docilizados pelo ideário "popular" (que nada tem de popular, pois sou população e não penso assim). Fizemos - todos e todas - nossa cama de silêncios e omissões e nos deitamos nela, em 'berço esplêndido'.

O que resta, pois? Nada, resta nada, porque a cada qual segundo sua medida de igualdade, uma bofetada para lembrar do que é não equânime...

Um comentário:

  1. Putz amiga... sensacional!!!
    Qnto orgulho e quanta saudade!
    A impermanência e a liberdade de que vc tanto falou alguns posts acima, se aplica ferozmente a minha condição de felicidade, conformismo, aproveitamento mas tb na falta que eu sinto da sua presença física e das loucuras que presencialmente por várias vezes compartilhamos!
    Te amo!

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