sábado, 29 de maio de 2010

O lugar mais cálido do mundo...

Estou de férias dentro da minha própria casa.

Não estou muito a fim de ver ou falar com ninguém porque simplesmente decretei em meu benefício férias antecipadas das provocações do mundo, coroando minha liberdade de simplesmente não estar nem aí para nada ou ninguém...

Férias! Diminutas férias, mas que se elongam na alma de maneira a-temporal. Não atendo telefones, não vejo clientes, não escrevo nada que não seja para deleite. Depois, quando voltar das férias, verei como está o mundo! Se não mais existir o mundo da maneira pela qual o conheço, darei salva de palmas, pois terei conhecido a impermanência!

Programei para minhas férias não conversar, não falar, não aconselhar, não coexistir.

Simplesmente serei eu comigo, minha melhor companhia!

Aliás, não poderia ter escolhido - numa apologia egóica - ser mais abençoado e infinitamente parecido comigo: trata-se de mim mesma em pleno estado de observação.

Sem me ocupar da discussão trivial e frívola da mesmice a que sempre me sujeito, estou correndo da matiz de uma aquarela em preto-e-branco do viver em sociedade. Essa mesma sociedade programada por Algum cable guy um pouco mais esperto, que transformou o mundo num nauseante lago de autômatos.

"Mundo animal": eis a perversa escusa de sermos animais que nascem, crescem, reproduzem e morrem. Blargh, o que poucos sabem é que o desejo desenfreado esconde apenas o ego que deseja ficar um pouco mais na Terra e, sentindo o perecer a cada dia, precisa ospurular a imbecilidade por todo o planeta, como vírus de mesmice!

Geniais darwinianos...falaciosos estúpidos, o que existe de sacral nessa brutalidade de se programar para ser feliz? Nada, apenas mais mediocridade...E, num mundo de medíocres, talvez, possamos nos anestesiar na efêmera tentativa de sermos felizes? Quem sabe o que é FE LI CI DA DE?

Pessoas que se mascaram e, ao menor sinal de fogo, recuam seus cavalos brancos e se escondem dentro de seus fantasmas complexos? Não sei, mas também, de férias, não estou muito interessada em saber dos outros. Estou querendo é saber de mim e dos pactos que não costumo fazer. Já tenho meus amigos fantasmas, que me fazem companhia feliz, com a vantagem de, com eles, fazer uma verdadeira terapia de mim.

São pactos tão simples, Senhor (Oh, My Lord! My sweet Lord!): pactos de "siga sua vida, sigo a minha e pronto". Ou, então: "não quero" ou "quero", ou, ainda, "não sei se quero porque sou confusa".

Mas, sob a batuta de controlarmos até o fio de cabelo branco que insiste em trair a juventude, traímos a nós mesm@s, intimidando-nos diante do mais básico sentimento: sinceridade conosco...

Um comentário:

  1. Oi, lendo isso me lembrei muito de vc. Talvez ache interessante.
    http://vista-se.com.br/site/carne-de-vitela-ou-baby-beef
    bjs

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