quinta-feira, 20 de maio de 2010

La vie en rose!


A todo tempo me deparo com situações em que os condicionamentos vêm à tona, quer seja numa desculpa para não se fazer o que se realmente deseja na vida (mandar tudo de ruim às favas), ou, ainda, no entorpecimento do que ainda resta habitando no corpo que decai, a cada dia, sob o cronograma do embrutecimento.

"Feito as pedras que choram sozinhas no mesmo lugar", ouvindo o som da "labuta diária", para a qual acreditamos ter nascido, doamos nossa seiva tão sagrada, porque talvez, quem sabe, julgamos, um dia, acontecer um milagre, ou, quiçá, confiantes num além-vida, deixamos para viver em outras orbes o que não "dá tempo" de viver aqui.

E nessa "vida de gado" vivemos, como "povo escolhido de Deus", que se vê e sabe súdito e servo, resignando-nos com o que a dadivosa Vida nos proporciona, como carneirinhos que estão prontos para o abate. Seguimos, intrépidos, na marcha do contentamento em relação à mesmice da programação de vida - papai, mamãe, titio, titia, escolinha, festinha, dia das Mães, dos Pais, natal, enfim, um transcorrer de pura enganação.

Citando Rousseau, prendam esse mentiroso que, em algum infeliz dia, disse que viver era isso...

Viver é bem mais do que se atrelar a alguém, do que comprar presente, encher a pança de barbitúricos, drogas e comidas. Viver é experienciar o que podemos extrair de essência nessa Vida, minha gente!

Vida, que bela vida existe bem à nossa frente, nos diversos banhos de cachoeira que podemos tomar, nas bananas que podemos comer, nos filhotes que podemos ajudar a nascer.

A beleza em apenas ver o alvorecer, o por-do-sol, as estrelas. Ver, apenas. Deitar na areia, ao som do mar, deixando a água beijar nossa pele frágil.

É fazer parte de um organismo vivo chamado Gaia, transpondo as barreiras ilusórias que geramos em nossa mente-que-mente-que-nem-sente, ao mesmo tempo em que arrebetamos o medo e a culpa que também geramos para nosso deleite anestésico.

É sair de um mundo onde não mais existem colapsos quânticos, onde as pessoas são tão previsíveis que qualquer pessoa mais atenta pode se fazer passar por vidente, médium, mãe-de-algo, apenas para tripudiar da nossa falta de sutileza mental em saber decodificar a linguagem da alma e das emoções.

La vie en rose!

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