sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Do you believe in Nature?

Um dia desses estava conversando com uma pessoa que se dizia cética, porém, partidária da Biologia Evolucionista e da chamada "ciência" causal determinista. Sim, aquela mesma galiléica-newtoniana, que se ocupa de traçar conexões de causal e consequência a partir do equacionamento e da observação fenomênica (vixe, o que e isso? Ah, simplificando, a concepção clássica de ciência, que se baseia na estrita compreensão do mundo a partir de vínculos de resultado - mas que sejam, de algum modo, captados ou captáveis pelos "métodos" tidos como aceitos).

O tema da conversa foi astrologia e herbologia... O cidadão argumentou não "acreditar" nisso. Foi então que providencialmente perguntei: "Do you believe in Nature?" Essa pergunta encerra uma petição de princípio, uma "pegadinha"...

Lembrei-me, mais uma vez do conceito de Physis dos pré-socráticos... numa compreensão de conexão radial entre indivíduos, Cosmos e Todo, aproximando-se, assim, do que alguns hoje chamam de Holismo (apesar de reconhecer que as maiores abobrinhas que já ouvi encerravam esse conceito também, coisa de mercadologia, entendem?).

Eis o ponto onde quero chegar: eu não preciso "acreditar" em astros, estrelas, abóbada celeste, propriedades do alecrim ou quaisquer outros elementos da Natureza... Estão ali, há milênios, realizando o que, para nós, seres humanos apartados da Physis, seria milagre...sobrenatural... Por isso a necessidade de religare como uma expressão de volta ao lar...

Não preciso acreditar que o boldo é ótimo, que a carqueja é excelente, que a valeriana, a beladona e o maracujá acalmam. Aliás, o simples fato da gringalhada querer patentear a Floresta Amazônica inteira já mostra que, independentemente do meu umbigo egóico existencialista sartreano, existe algo em outro subnível... Que aponta para o sentido de uma percepção de existência e de causalidade que, sinceramente, um paquímetro e uma pipeta não captam...Muita densidade, muito P = m X g para eles, dêem licença...

E por que, então, ficamos nessa mesma tecla já empoeirada, repetindo como papagaio-de-pirata as mesmices: quem sou, de onde vim e para onde vou? Meu, sentir o invisível, deixando a sensação de bem-estar entranhar-se... Eis a questão... Não se foge de quem se é...

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